A polícia belga procedeu hoje de
manhã a cerca de 70 detenções em Bruxelas, palco de uma nova manifestação
ilegal de "coletes amarelos" que motiva um forte dispositivo de
segurança, designadamente no "quarteirão da União Europeia".
As detenções ocorreram durante
controlos feitos de forma "preventiva", sobretudo nas estações
ferroviárias de Midi e Gare Central -- onde chegam muitos dos "coletes
amarelos" vindos de outras localidades belgas --, não se tendo ainda registado
incidentes violentos, indicou uma porta-voz da polícia de Bruxelas.
Convocada nas redes sociais, a
manifestação de "coletes amarelos" tem contornos ainda indefinidos,
até para a própria polícia, que não conseguiu estabelecer canais de comunicação
com os organizadores da concentração, mas decidiu montar um forte dispositivo
de segurança em vários pontos da cidade, e sobretudo em torno das instituições
da UE, em virtude de várias convocatórias apontarem para um "protesto
europeu" na rotunda de Schuman.
O quarteirão de Schuman, onde se
encontram as sedes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, tem um forte
cordão de segurança em seu redor, com barreiras com arame farpado e a polícia a
"filtrar" todas as pessoas, incluindo residentes, que queiram entrar
no alargado perímetro de segurança, pedindo-lhes identificação e revistando-as,
verificou a agência Lusa no local.
Ao final da manhã, sensivelmente
à hora a que estava previsto o início da concentração, grupos de "coletes
amarelos" tentam chegar à rotunda de Schuman, tanto pela avenida principal
como por ruas secundárias, mas todos os acessos encontram-se bloqueados pela
polícia, enquanto helicópteros sobrevoam a zona.
Esta nova ação de "coletes
amarelos" na capital da Bélgica e da União Europeia - que não foi
autorizada, até porque não chegou qualquer pedido formal -- ocorre
paralelamente a um novo grande protesto que decorre em Paris, e pouco mais de
uma semana depois de uma primeira manifestação em Bruxelas a
"replicar" aquelas que decorrem há já mais de três semanas em França,
e que ficou marcada por desacatos.
Relativamente a esse protesto de
30 de novembro passado, a polícia belga decidiu duplicar o número de efetivos
que estarão nas ruas, contando hoje com 840 polícias, denominados 'robocops' --
por estarem equipados com material anti-motim -, quase uma centena de agentes à
civil, todos os canhões de água disponíveis e até a cavalaria.
Lusa | em Notícias ao Minuto
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