sábado, 15 de setembro de 2018

UMA LONGA LUTA EM ÁFRICA – VIII

Martinho Júnior | Luanda 

16- Se o livro “Alcora, o acordo secreto do colonialismo” dos historiadores militares portugueses Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, foi dado à estampa apenas em Setembro de 2016, em 2017 cinco livros da autoria da historiadora espanhola Maria José Tiscar Santiago, a partir de outros ângulos de aptidão para compendiar a história referente à África Austral entre o 4 de Fevereiro de 1961 e o 25 de Abril de 1974, incidiu sobre o vasto papel da internacional fascista em África.

María José Tíscar Santiago, nascida em 1955, licenciada em Filosofia e Letras e doutorada em História, tem exercido a docência em diversos liceus em Espanha, Alemanha, França e no Instituto Espanhol de Lisboa, é autora dos seguintes cinco livros históricos que contribuem para “iluminar” a compreensão dos fenómenos contemporâneos que desde a década de sessenta do século XX decorrem sobre e na África Austral (trilha da internacional fascista):

“A PIDE no xadrez africano – Angola, Zaíre, Guiné, Moçambique”, “A contrarrevolução no 25 de Abril”, “Diplomacia peninsular e operações secretas na Guerra Colonial”, “O 25 de Abril e o Conselho de Estado: a questão das Actas” e “O Pacto Ibérico, a NATO e a Guerra Colonial”.

Não tive acesso até ao momento a esses livros, pelo que me socorro do que fui recolhendo de algumas poucas pesquisas que me foram possíveis fazer à volta do tema do Exercício ALCORA, sublinhando que só agora, a partir de 2016, esses assuntos que deveriam ter sido divulgados desde logo com o 25 de Abril de 1974, estarem a ser do conhecimento público.

A “civilização cristã ocidental” soube gerir os aproveitamentos dos ganhos com a formlação, no âmbito da internacional fascista na África Austral, do Exercício ALCORA, até nossos dias, empatando desde logo os “operacionais” enquanto houve “border war”, para depois resvalar o jogo dos interesses revertendo-os para o jogo de interesses no âmbito da hegemonia protagonizada pelo capitalismo financeiro transnacional, onde se inscrevem os interesses do cartel do ouro, dos diamantes e da platina, em conformidade com o“lobby” dos minerais que sustentam o Partido dem0crata dos estados Unidos!

Um dos exemplos mais flagrantes disso é o “curriculum” do “Comandante” Francisco Daniel Roxo e do seu aproveitamento como“exemplo” até nossos dias!

Entendo que esse conhecimento tardio (e tenho-me socorrido de bastos exemplos comprovativos) tem sido deliberado: sendo a PIDE/DGS extinta em Portugal, os seus quadros em África primeiro foram oficialmente aproveitados pela Informação Militar das Forças Armadas Portuguesas, para logo de seguida, dada a natureza convulsa e prolongada do próprio processo de descolonização (que para mim ainda tem, embora noutros moldes, o seu curso, ou reflexo), se irem passando “com armas e bagagens” para a Rodésia, mas sobretudo para a África do Sul, dando continuidade aos seus serviços encaixando-se nas disponibilidades do“apartheid” e no cartel do ouro, da platina e dos diamantes.

Realço o rescaldo da apresentação do livro "A PIDE no Xadrez Africano - Angola, Zaire, Guiné, Moçambique (Conversas com o Inspector Fragoso Alas)".

O lançamento teve lugar na 3ª feira, dia 24 de Outubro de 2017, pelas 18:00, na Comissão Portuguesa de História Militar (Palácio da Independência, Largo de São Domingos, Lisboa), há pouco menos de um ano.


A sinopse (excertos) da apresentação é esta:

“Tanto a PIDE como África, temas fundamentais do livro, estão ainda muito vivos na sociedade portuguesa, muito embora tenham passado mais de quarenta anos sobre o 25 de Abril.

A PIDE e a guerra de África foram alvo de intensa luta política no então regime vigente e, por isso, o tema reveste-se de alguma sensibilidade, mas que não perturbou a investigadora.

[...]

O historiador deve colocar-se numa posição clara de isenção e rigor no esclarecimento dos factos, o que foi plenamente conseguido pela professora Tíscar.

Interessa pois, destacar a qualidade da investigação, aliás, bem documentada.

[...]

O livro evidencia a importância das conversas com o inspector Fragoso Allas.

[...]

A qualidade do seu trabalho e credibilidade foram atestadas pelo General António de Spínola, para quem trabalhou na Guiné e teve decerto influência, mais tarde, logo após o 25 de Abril, para que o General Costa Gomes viesse introduzir uma alteração ao Programa do Movimento das Forças Armadas, em que a DGS, ainda que fosse extinta na Metrópole, se mantivesse no Ultramar até mais tarde, o que se veio a verificar.

[...]

Este excelente trabalho da professora María José Tíscar, representa uma contribuição notável para o conhecimento da História Portuguesa das Informações, num período difícil da guerra em África.

(Rodolfo António Bacelar Begonha, MGen ref)”


Como sempre há a realçar:

. Os convidados para tecer consideração sobre esse tipo de livros, são sobretudo militares (oficiais generais, ou superiores e outros militares estudiosos de assuntos militares e geoestratégicos), ou outras entidades portuguesas (políticos, diplomatas, ou“estrategas”), verificando-se a ausência de angolanos, ou de africanos nas apreciações;

. As editoras e os locais de apresentação dos livros serem sobretudo ibéricos, não havendo memória de alguma vez haver participação de editoras angolanas, ou africanas, ou latino-americanas, em assuntos de natureza comum que carecem ser observados, tão objectivamente quanto o possível, de todos os ângulos de percepção;

. Os focos de abordagem sobre a Guerra Colonial, continuam a ser substancialmente na perspectiva da Península Ibérica e da África do Sul, raramente citando sequer obras de autores angolanos, apesar disso ser já hoje possível (recordo a Associação Tchiweca de Documentação, a Fundação Dr. António Agostinho Neto e os arquivos quer do MPLA, quer da FNLA e da UNITA, quer de alguns organismos oficiais);

. Esses mesmos focos não levam ainda em conta que em função da actuação do imperialismo, quer Portugal, quer a África do Sul, se condicionarem enquanto instrumentos, nas suas obrigações filosóficas, doutrinais, ideológicas e funcionais, ao “diktat”que fomentou a hegemonia unipolar, em função dos exclusivos interesses do capitalismo financeiro transnacional;

. O alvo principal dos focos continuar a ser preferencialmente Angola (no caso do livro cuja sinopse sublinhei, um vívido realce sobre uma reinterpretação relativa à formulação ideológica e prática do spinolismo, muito tempo depois do desaparecimento físico do General António de Spínola).

Essa tendência é um elemento precioso para radiografar e reavaliar o interesse das abordagens sócio-políticas, diplomáticas, económicas e de inteligência nos relacionamentos portugueses para com África, num esforço de assimilação que nunca parou e persistentemente se continua a reflectir, em relação ao qual assumo por inteiro consciência e percepção crítica.

Por diversas vezes tenho tocado por exemplo, nos papéis de Mário Soares e de Cavaco Silva no aproveitamento da “esteira” do Exercício ALCORA, mas não posso deixar em branco o papel estratégico do actual Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, exposto na sua própria trajectória: de componente da “ala liberal” de Marcelo Caetano, a um estratega do “Arco de Governação”, à estratégia da “Geringonça”, uma aparentemente “insuspeita” continuidade, que é reveladora de quanto o passado tem sido aproveitado pelo processo político português do após 25 de Novembro de 1975 até hoje, sem perder a“qualidade” de muitos dos seus vínculos, inclusive vínculos propiciados pelas cátedras e pelos exercícios jurídicos, cuja raiz começou a ser diluída enquanto durou a internacional fascista (em Portugal durante a vigência do professor Marcelo Caetano)!

O carácter do professor Marcelo Rebelo de Sousa, irreverente, pragmático, “comunicólogo” da escola do “Expresso” do Bilderberg Francisco Pinto Balsemão e um inveterado “fazedor de opiniões”, permite esconder vínculos e aprimorar os aproveitamentos, ancorando tudo à versátil raiz “cristã” de sua filosofia e à utilidade do exercício de sua constante cátedra comunicativa.

Foi preciso a ignição da estratégia da “Geringonça” para, “filtrando” historicamente o que é de conveniência a partir de 2016, mesmo assim manter sempre um ponto de vista e de focagem vinculada ao sentido Europa-África, sem qualquer abertura sequer ao eventual “efeito boomerang” e inibindo o contraditório no sentido África-Europa.

Sem dúvida que os processos de assimilação a favor dos poderosos de então e de agora continuam e a prova tem sido, entre muitas outras, o facto de ao se inibirem tantas evidências históricas ao papel de Portugal durante o tráfico de escravos, continuar-se sub-repticiamente a evocação da ideologia das caravelas, na “dilatação da fé e do império”, algo que permite à continuidade das redes “stay behind” da NATO em Portugal e se reflecte nos espelhos de relacionamento de Portugal para com os outros, em especial para com África!

Constate-se quanto Portugal tem sido refractário ao deliberadamente procurar inibir ou apagar qualquer discussão sobre a imensa dívida que contraiu para com o continente-berço e daí o seu sobranceiro alheamento em relação à decisão cubana de pagar a dívida histórica para com África aliando-se ao movimento de libertação e mantendo espírito e capacidades solidárias e internacionalistas em sectores tão críticos como os da educação e da saúde.

O caudal de luta de Cuba em relação à libertação do continente-berço e luta contra o subdesenvolvimento em África, continua a ser esquecido em Portugal como fonte e as editoras e autores cubanos não são tidos nem achados, por tabela também na Angola do depois do 31 de Maio de 1991, em conformidade com o que está subjacente ideologicamente e na prática ao Acordo de Bicesse!

Por conseguinte, Portugal alheia-se por completo também em relação às legitimamente justas estratégias do CARICOM na tentativa das pequenas nações insulares do Caribe vencerem o isolamento que atinge milhões de descendentes dos escravos que nas ilhas daquela região foram à força depositados, como se alheia, ou mantém distância, em relação às questões raciais, sociais, antropológicas e sócio-políticas mais prementes da complexa sociedade brasileira, em resultado de razões psicológicas e sociais da memória cuja raiz é o tráfico de escravos…

Em Portugal não há suficiente capacidade consciente disponível para se reconhecer quanto as revoltas dos escravos afrodescendentes foram a força motriz para a descolonização da América Latina e são hoje um manancial de luta contra o capitalismo financeiro neoliberal e transnacional!

A tendência para incentivar os processos de assimilação nos relacionamentos para com África, forjando as mentalidades de conveniência e inibindo a consciência crítica, mantêm-se e isso é um manancial cujos vínculos, via Portugal, são aproveitados em nossos dias por outros, inclusive pelas redes “stay behind” da NATO.

  
17- A pressão das redes de inteligência da internacional fascista sobre o MPLA, sobre António Agostinho Neto e sobre os que lhe foram leais, não acabou com a independência de Angola, mas passou a ser aproveitada pelos “metamorfoseados” serviços de inteligência portugueses “fluentes” do passado e da NATO, transferindo-se em parte a “intensidade” dos expedientes, depois de se alcançar a paz em Angola com o Entendimento do Luena a 4 de Abril de 2002, para os relacionamentos económicos.

É evidente que os enredos do ”apartheid” digeriam também as diferenças e por isso os governos do “Arco de Governação” jamais sonharam em cortar relações com a África do Sul por causa desse “apartheid”: a defesa da “civilização cristã ocidental”, conforme ao “Le Cercle”, propiciava a plataforma comum contra “o comunismo”… 

A “esteira” do Exercício ALCORA após o 25 de Novembro de 1975, uma vez que só houve sua denúncia pública em Setembro de 2016, teve assim períodos distintos:

. De 25 de Novembro de 1975, a 2 de Março de 1986 (data em quea segurança de estado angolano foi sujeita à contingência do“pragmatismo” duma perestroika já em curso em Angol), um velado e discreto alinhamento agressivo (por vezes ofensivo), com os processos de subversão contra Angola, salvo alguns expedientes de excepção (como por exemplo a questão dos refugiados katangueses);

. De 2 de Março de 1986, a 31 de Maio de 1991 (data do Acordo de Bicesse), um acompanhamento que esteve muito atento ao colapso dos aliados socialistas de Angola, a fim de procurar, em termos de influência e ingerência, uma transladação tendente a ocupar o espaço vazio deixado em aberto e criando enlaces que permitiram perturbações dentro dos instrumentos de poder e o fim do Partido do Trabalho;

. De 31 de Maio de 1991 a 4 de Abril de 2002 quando, aproveitando o fim do Partido do Trabalho, o desestabilizar da Segurança do Sstado e o fim das FAPLA, se propiciaram “democraticamente” todas as condições para dar início ao ciclo de capitalismo neoliberal a soldo dos interesses do capitalismo financeiro transnacional por via do choque protagonizado por Savimbi, ele próprio uma sequela colonialista, neocolonialista e do “apartheid”;

. De 4 de Abril de 2002 até hoje, possibilitando a assimilação propícia à terapia capitalista neoliberal, conforme aos “mercados”regidos pelo capitalismo financeiro transnacional e ao seu “soft power” consubstanciado nos modelos de sua sociedade de consumo, onde a disseminação de meios surgidos por via da revolução das novas tecnologias têm um papel pressionante de ponta, papel esse aproveitado pela inteligência económica portuguesa e pelos resíduos ideológicos cujo curso advém da assimilação em tempo colonial.

No primeiro período (de 25 de Novembro de 1975 a 2 de Março de 1986), um pouco mais de dez anos, foi garantido ainda que sob disciplina do segredo e da clandestinidade possíveis, o relacionamento com o “apartheid” empenhado na “border war” em Angola desde 1968, pelo que se deram sequência a muitos vínculos de inteligência decorrentes activamente dos processos inerentes ao Exercício ALCORA.

Os Inspectores da PIDE/DGS e operacionais como Daniel Roxo refugiados na África do Sul do “apartheid”, se encarregaram de, com armas na mão, serem conjuntamente com os tentáculos do ELP, Exército de Libertação de Portugal, alguns dos “frutos” ao sabor de ideólogos como Jaime Nogueira Pinto, apto para os “Jogos Africanos” a coberto do “Le Cercle”.

Os alvos a derrubar, a subverter, a enfraquecer ou a neutralizar durante esses 10 anos foram a República Popular de Angola, o Presidente António Agostinho Neto e os instrumentos do seu poder, assim como o MPLA, particularmente depois da sua proclamação como Partido do Trabalho.


Os acontecimentos que estão na origem da eclosão do 27 de Maio constituem o “apogeu” desse esforço “subterrâneo” durante esse período, só possível após a deriva catapultada pelo 25 de Novembro de 1975 (se a instalação da contrarrevolução tivesse ocorrido antes, a independência de Angola teria outra história de “descolonização”).

Um dos ensaios antecipados que ocorreu foi a Conferência do Alvor, que tanto contribuiu para a lavagem da imagem de Savimbi, (concomitantemente com o seu reconhecimento por parte da OUA), sob o ponto de vista de relacionamentos internos e internacionais, “alavancando-o” para o que a seguir desse e viesse.

Todos os sinais de conexão externa com a eclosão do 27 de Maio são fluentes a partir de Portugal, num evidente aproveitamento dos “ganhos”, em termos de vínculos da PIDE/DGS, quer em relação à 1ª Região Político Militar do MPLA, quer em relação a algumas franjas agenciadas para dentro das redes clandestinas do MPLA em Luanda, algumas delas relativamente frescas.

Muitas dessas redes, algumas delas ainda sem terem alcançado a maturidade, na maior parte dos casos foram decorrentes dos fenómenos desencadeados ao nível de várias instituições locais em resultado da onda emocional e psicológica inerente ao 25 de Abril, quando até os quadros da PIDE/DGS em Angola prolongaram o seu serviço activo integrados nas Forças Armadas Portuguesas, Informação Militar, ou tiveram tempo de se transladar para a África do Sul, colocando-se ao serviço da inteligência do “apartheid”, ou da inteligência do cartel.

A lentidão, os sobressaltos, as ingerências e as manipulações sobre a “descolonização” decorreram em parte na “esteira” dessa deliberadamente escondida fluência do Exercício ALCORA, aproveitando os “stay behind” da legião estrangeira do “apartheid”(visíveis por exemplo com o Batalhão 32, Búfalo)

Além do mais a eclosão desse fenómeno possibilitou o fracionamento de famílias influentes da capital angolana que tendo estado integradas nos expedientes de assimilação durante o colonialismo, haviam também integrado os esforços do movimento de libertação em África, atraídas pela sua modernidade e coerência histórica.

Essas influências relativas à eclosão do 27 de Maio fraccionando o MPLA e minando o poder de estado, se falharam em relação ao seu “plano A”, propiciaram aproveitamentos intestinos que desenvolveram acções como se prevalecesse um “plano B”…

Esses aproveitamentos tiveram tempo, entre outras iniciativas, para contribuir para atirar sobre Moscovo responsabilidades sobre o fraccionismo (intoxicando nessa versão muitos incautos), de forma a diminuir a visão ou apagar os evidentes vínculos que à época integravam as fórmulas de assimilação que continuavam a prender-se a Lisboa!...

Em Angola havia um manancial que na “esteira” do Exercício ALCORA era para continuar a explorar (para além da trajectória de Savimbi): muitos dos que haviam sido formatados pelos expedientes “soft power” da assimilação colonial por via da “A-Psic”,passaram a ser recurso para, numa 1ª fase entre 25 de Novembro de 1975 e 2 de Março de 1986, perturbar a República Popular de Angola, perturbar o Partido do Trabalho e o poder de estado do Presidente António Agostinho Neto, até ao seu falecimento a 10 de Setembro de 1979…

Martinho Júnior - Luanda, 1 de Setembro de 2018

Imagens:
Mapa dos componentes-chave do Exercício ALCORA, a internacional fascista na África Austral;
Daniel Roxo, um dos operacionais e fieis intérpretes da continuidade do Exercício ALCORA após o 25 de abril de 1974, em nome da “civilização cristã ocidental”;
O Batalhão 32, Búfalo, um manancial de aproveitamentos que, em função da “border war”, deram continuidade à consistência operacional do Exercício ALCORA;
Um dos livros de Jan Breytenbach – trajectória dum operacional que deu continuidade ao Exercício ALCORA e, aproveitado pelos interesses do cartel do ouro, dos diamantes e da platina, fez a “reconversão verde” tão propícia aos estímulos que se conjugaram no sentido do surgimento do“Kawango and Zambezi Trans Frontier Conservation Area”;
Outro livro do mesmo autor, denunciando Savimbi para  melhor inaugurar o KAZA-TFCA, exemplo de outro aproveitamento prático e sequencial da esteira propiciada pelo Exercício ALCORA .

Anteriores de Martinho Júnior:

Algumas outras consultas:
A PIDE no Xadrez Africano - Angola, Zaire, Guiné, Moçambique (Conversas com o Inspector Fragoso Alas) – http://ultramar.terraweb.biz/06livros_MariaJoseTiscar.htm
Página de Daniel Roxo no Facebook – https://www.facebook.com/groups/125895124138031/  
Aqui Rádio Moçambique livre – https://www.dailymotion.com/video/x256vxc



Super tufão | Já matou nas Filipinas e em Taiwan. Macau está em prevenção máxima


Içado sinal 3 de tempestade tropical em Macau

As autoridades de Macau emitiram hoje, às 18:00 (11:00 em Lisboa), o sinal 3 de tempestade tropical devido à aproximação do super tufão Mangkhut.

Às 18:00, a tempestade tropical encontrava-se a cerca de 670 quilómetros a sudeste de Macau, e encaminhava-se para a costa oeste da província de Guangdong, no sul da China, indicaram os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).

O tufão Mangkhut, o mais violento do ano, provocou já a morte a pelo menos duas mulheres hoje nas Filipinas, onde atingiu o norte com fortes ventos e chuvas torrenciais, e uma outra em Taiwan, que foi varrida pelo mar revolto, foi anunciado.

Duas mulheres foram encontradas, segundo a polícia, enterradas depois de um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas devido à passagem do tufão, que tocou terra a meio da noite nas Filipinas. A passagem do tufão causou quedas de árvores, telhados arrancados e cortes de energia em Luzon, a principal ilha do arquipélago filipino.

Em Macau, é no domingo que o Mangkhut vai "passar pelo ponto mais próximo" do território, dia em que são esperados "ventos muito fortes e inundações graves" nas zonas baixas, provocadas por "storm surge" [maré de tempestade], segundo os SMG. O nível da água pode subir entre um e 2,5 metros, alertaram.

Na sexta-feira, as autoridades de Macau garantiram o abastecimento de bens e essenciais para a população, tais como água, combustível e produtos alimentares, bem como a "estabilidade dos preços das mercadorias".

O tufão Hato, o pior nos últimos 53 anos, atingiu Macau a 23 de agosto de 2017 e causou dez mortos, mais de 240 feridos e prejuízos avaliados em 1,3 mil milhões de euros.

EJ (MC/FST) // VM | Lusa

Três mulheres morrem nas Filipinas e em Taiwan devido ao furacão Mangkhut

O tufão Mangkhut, o mais violento do ano, provocou a morte a pelo menos duas mulheres hoje nas Filipinas, onde atingiu o norte com fortes ventos e chuvas torrenciais, e uma outra em Taiwan, que foi varrida pelo mar revolto, foi anunciado.

Duas mulheres foram encontradas, segundo a polícia, enterradas depois de um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas devido à passagem do tufão, que tocou terra a meio da noite nas Filipinas. A passagem do tufão causou quedas de árvores, telhados arrancados e cortes de energia em Luzon, a principal ilha do arquipélago filipino.
A zona atingida pela passagem do tufão tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas que vivem em habitações improvisadas.

Após a passagem do Mangkhut, que agora se está a deslocar para as áreas densamente povoadas do sul da China, as equipas de resgate filipinas foram enviadas para as áreas montanhosas rurais. Os ventos chegaram a atingir 330 quilómetros por hora.

"Achamos que houve muitos danos", disse a secretária nacional de Bem-Estar Social, Virginia Orogo.

As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões que matam centenas de pessoas e exacerbam a pobreza.

Em Taiwan, localizada a poucas centenas de quilómetros das Filipinas e no caminho do tufão, fortes chuvas caíram sob o efeito do Mangkhut e uma mulher foi arrastada pelas ondas, disseram as autoridades.

No Facebook, a Presidente Tsai Ing-wen pediu aos moradores que sejam cautelosos: "O tufão é poderoso e, embora não deva tocar em Taiwan, precisamos estar prontos e não encarar de maneira ligeira".

MC // VM | Lusa

Autoridades vão ativar esta noite plano de evacuação das zonas baixas de Macau

O plano de evacuação das zonas baixas de Macau vai ser ativado hoje, às 21:00 (14:00 em Lisboa), quando for emitido o aviso vermelho de inundações, com a aproximação do super tufão Mangkhut, anunciaram as autoridades.

Em conferência de imprensa, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, indicou que o Centro Operacional da Proteção Civil (COPC) vai ser ativado ao mesmo tempo que o aviso vermelho de "storm surge" [maré de tempestade], que prevê uma subida das águas entre 1,5 e 2,5 metros na zona do Porto Interior, na parte oeste da península.

O diretor dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Raymond Tam, sublinhou que "eram esperadas inundações entre as 12:00 e o fim da tarde de domingo".

"O super tufão Mangkhut estará mais próximo de Macau pelas 12:00 de domingo e na altura será içado o sinal 10", o máximo na escala de tempestades tropicais composta pelo sinais 1, 3, 8, 9 e 10, esclareceu.

O responsável acrescentou ainda esperar, tendo em conta as previsões, "inundações mais prolongadas relativamente ao tufão passado", numa referência ao Hato, cuja passagem por Macau, em 23 de agosto de 2017, causou uma subida das águas de 5,85 metros em alguns pontos da cidade. Aquela tempestade deixou 29% da área total da cidade inundada, originando cortes no fornecimento de água e de eletricidade.

Com a ativação do plano de evacuação das zonas baixas de Macau, o Instituto de Ação Social vai abrir os 16 centros de acolhimento e disponibilizar veículos para efetuar o transporte de residentes de quatro pontos de encontro para os abrigos, indicou Ma Io Kun, comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), uma das nove corporações e serviços de segurança que integram a estrutura da proteção civil do território, composta também por 13 serviços públicos e nove organismos privados.

As autoridades sublinharam que as inundações representam uma grande ameaça para Macau, podendo afetar diretamente pelo menos mais de duas mil pessoas. Quando for emitido o aviso vermelho de "storm surge", será ouvido um alerto sonoro de aviso prévio e outro de emergência, em três pontos do território durante três minutos.

Wong Sio Chak, que ordenou esta manhã a mobilização de todo o pessoal, sublinhou que a prioridade "é a segurança de residentes e turistas".

Os responsáveis lembraram ainda que o sinal 8 de tempestade tropical, cuja emissão está prevista para o período da madrugada, entre as 02:00 e as 05:00, implica o encerramento de parques de estacionamento, das pontes entre a península de Macau e a Taipa, dos transportes públicos do território e das ligações marítimas.

Às 18:00 (11:00 em Lisboa), o sinal 3 de tempestade tropical foi emitido, quando o Mangkhut se encontrava a cerca de 670 quilómetros a sudeste de Macau e encaminhava-se para a costa oeste da província de Guangdong, no sul da China.

De acordo com Raymond Tam, o sinal 10 poderá permanecer içado entre as 12:00 e as 18:00 de domingo, tendo em conta as últimas estimativas. Espera-se que o nível de maré atinga aproximadamente os cinco metros, indicou.

As autoridades sublinharam estarem confiantes na capacidade das companhias de água e de eletricidade para garantirem um fornecimento normal e estável.

Já no final do encontro, o secretário para a Segurança aconselhou os cidadãos a "não confiar em informações que não sejam divulgadas pelo Governo".

Durante a passagem do tufão Hato, considerado o pior em mais de 50 anos, dez pessoas morreram, mais de 240 ficaram feridas e os prejuízos em habitações, veículos, estabelecimentos comerciais, equipamentos e instalações municipais e também o impacto no volume de negócios das empresas, foram avaliados em 1,3 mil milhões de euros.

EJ // VM | Lusa

Timor-Leste | Júlio Pereira Gomes acusa Ana Gomes de “perseguição patológica”


Em causa está o papel desempenhado pelo embaixador em Timor-Leste na altura do referendo pela autonomia organizado pela ONU a 30 de agosto de 1999

O embaixador Júlio Pereira Gomes publica livro sobre Timor-Leste - quinze meses depois de uma polémica pública que o levou a renunciar à indigitação para secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa - e acusa a eurodeputada Ana Gomes de “perseguição patológica”.

A eurodeputada do Partido Socialista é vista por Pereira Gomes como a principal responsável pela campanha que considera difamatória e que o levou a considerar-se “indisponível” para o cargo antes de ser chamado pelo Parlamento. Em causa está o papel desempenhado por Pereira Gomes em Timor-Leste na altura do referendo pela autonomia organizado pela ONU a 30 de agosto de 1999.

Luísa Meireles | Expresso

Nota PG:
O texto não possui acesso normal, por isso aqui não está completo. O Expresso recomenda: “Para continuar a ler clique AQUI

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Na sequência de acusações de Júlio Pereira Gomes, num artigo este sábado publicado no Expresso, a eurodeputada socialista assegura que vai continuar a dormir descansada e deixa um recado a Pereira Gomes: "Se me quiser processar, faça o favor"

A eurodeputada Ana Gomes espera ter acesso, tal como o José Júlio Pereira Gomes, aos telegramas classificados do Ministério dos Negócios Estrangeiros para rebater as acusações que o embaixador lhe faz no livro “Regresso a Timor” e que o Expresso antecipa na edição deste sábado.

"Regozijo-me em ver que o senhor embaixador teve direito a documentação que está sob reserva. E ainda bem. Há um ano, quando a polémica rebentou, o Ministério dos Negócios Estrangeiros estava com dificuldade em divulgar os documentos pedidos pela Assembleia da República, porque não estavam organizados e não os encontrava. Também eu vou escrever um livro e espero ter acesso a toda a telegrafia de Jakarta", diz Ana Gomes ao Expresso.

Em causa está o papel desempenhado por Pereira Gomes em Timor-Leste na altura do referendo pela autonomia organizado pela ONU a 30 de agosto de 1999. Ana Gomes era nessa altura responsável pela Secção de Interesses de Portugal em Jacarta, e há 15 meses quando Pereira Gomes foi indicado para secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), a eurodeputada acusou o antigo colega de não ter “perfil psicológico” para o cargo devido ao comportamento assumido em Timor.

Num artigo publicado no "Diário de Notícias", Ana Gomes considerou que o embaixador não era capaz de aguentar situações de grande pressão e que isso podia ser um problema para os serviços de informações. O testemunho da antiga embaixadora foi confirmado por alguns dos jornalistas que se mantiveram em Timor-Leste e apontaram falhas graves a Pereira Gomes, entre elas a de alegadamente ter escondido de Lisboa informação relevante sobre planos de incentivo à violência por parte da Indonésia, e o facto de ter saído de Timor antes de tempo.

Pereira Gomes vem agora acusar Ana Gomes de “perseguição patológica e de ser a principal responsável por uma campanha difamatória e que o levou a considerar-se “indisponível” para o cargo antes de ser chamado pelo Parlamento.

Para a eurodeputada socialista, as acusações do antigo colega são imprecisas. "É uma contradição dizer que eu o persegui, quando admite que teve uma carreira normal. E quando me acusa de só ter falado 18 anos depois, é sinal de que não houve preseguição", diz Ana Gomes.

Sobre a acusação de “inventado heroísmo" na carreira de Ana Gomes, a ex-embaixadora recorda que a sua carreira diplomática acabou, precisamente, depois de Jakarta. "Foi o meu último posto. Decidi suspendê-la para me dedicar à política. Tudo o que consegui na minha carreira diplomática foi feito com base nas minhas capacidades", frisa.

Ana Gomes assegura que vai continuar a dormir descansada e deixa um recado a Pereira Gomes. "Se me queiser processar, faça o favor. Terei toda a capacidade de ir a tribunal e chamar à colação o que está registado no MNE. E de chamar as testemunhas que comprovam aquilo que disse. Apenas falei - e falo, já que mantenho tudo o que disse - do que me relataram."

Carolina Reis | Expresso | Foto: António Pedro Ferreira

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PR timorense cancela participação na Assembleia-Geral da ONU para analisar Orçamento


Díli, 15 set (Lusa) - O Presidente da República timorense cancelou a sua visita prevista a Nova Iorque para participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, prevista para o final deste mês, enquanto continua a analisar o Orçamento Geral do Estado para 2018.

Fonte da Presidência confirmou à Lusa que as "viagens e o hotel foram cancelados" e que Francisco Guterres Lu-Olo continua a analisar o conteúdo do OGE para este ano, que se torna urgente para financiar a máquina do Estado, que está novamente sem fundos.

Timor-Leste tem estado em regime de duodécimos desde 01 de janeiro e os cofres do Estado estão praticamente vazios, com dívidas acumuladas e o risco de falta de financiamento para o pagamento de todas as contas em setembro.

Aprovado de forma urgente e por ampla maioria (42 votos a favor), o OGE foi enviado para o Presidente na passada segunda-feira e o chefe de Estado tem, segundo a lei, 30 dias para analisar o documento.

Na prática, pode solicitar fiscalização da constitucionalidade do documento ao Tribunal de Recurso, exercer o poder de veto político ou promulgar o documento.

A viagem de Lu-Olo a Nova Iorque, como outras do seu calendário de deslocações previsto para este ano, está inscrita no OGE para 2018.

Independentemente do cancelamento da viagem, a deslocação poderia não se realizar com ameaças de deputados das bancadas da coligação do Governo a indicar que, tal com ocorreu com o pedido de uma visita a Portugal em julho, o parlamento pode voltar a não autorizar Lu-Olo a sair do país.

Ainda que esse pedido de autorização para a saída tenha sido feito há algum tempo, o debate sobre a autorização só deverá ocorrer na segunda-feira no plenário.

Na altura, os deputados chumbaram a visita a Portugal por causa do impasse na nomeação de nove membros do Governo, alguns por terem processos na justiça e outros por possuírem "um perfil ético controverso".

A situação mantém-se, não havendo ainda solução para o impasse, com a Presidência e o Governo a declararem que o diálogo continua. O executivo cedeu já em três dos nove, apresentando alternativas já aceites por Lu-Olo, mas continua a não haver solução para os seis que incluem os ministros das Finanças, Saúde e Interior, entre outros.

O Governo está já, entretanto, a começar a preparar o Orçamento para 2019, que espera levar ao Parlamento em outubro.

ASP // VM

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Exposição | Timor-Leste em Sesimbra, na Fortaleza Santiago


A Uma Timor Salurik e a autora, Fernanda Fonseca e Castro, têm o prazer de convidar todos os interessados em marcarem presença na inauguração da exposição de fotografia “Timor, aos meus olhos”, a ter lugar a 15 de Setembro pelas 18H00 no espaço multimédia da Fortaleza de Santiago em Sesimbra.

Portugal | O crime urbanístico de Rui Rio


Paulo Morais* | Jornal de Notícias | opinião

Está a nascer, no Porto, na escarpa do Douro, junto à Ponte da Arrábida, um monstro urbanístico. A operação imobiliária em curso destrói a paisagem, descaracteriza a cidade, não cumpre as regras de planeamento em vigor. E é ilegal, porque nem sequer alguém tinha direitos construtivos adquiridos para aquele local, como erroneamente tem sido divulgado no espaço público. No entanto, o mamarracho vai crescendo. Como foi possível permitir esta aberração urbanística?

Porque em 2009, de forma encoberta, Rui Rio e o seu vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, concederam ao promotor Paulo Barros Vale capacidade de construir de forma que considero ser indevida e ilegítima. Esses direitos de construção, então atribuídos, mais não foram do que uma borla ilegal dada em 2009, à custa do património natural de todos os portuenses. A construção foi permitida com base num exotérico parecer jurídico interno dos serviços da Câmara, bem com dum "parecer a pedido" solicitado ao jurista Pedro Gonçalves, da poderosa Sociedade de Advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.

Toda a tentativa de legitimação se baseia num pedido de informação prévia (PIP), despachado pelo ex-presidente da Câmara Nuno Cardoso, no último dia (!) do seu mandato, a 7 de janeiro de 2002. Mas este PIP não era verdadeiramente constitutivo de direitos, por razões diversas, a principal das quais era a de que o requerente não possuía sequer o terreno para poder construir, na medida em que uma parcela pertencia até ao Município do Porto. Sem ter a posse do terreno, o promotor perderia, com o tempo, direito a exercer o próprio PIP. Assim o entendeu o então vereador Ricardo Figueiredo que, alicerçado em parecer jurídico, indeferiu o projeto, ainda em 2002. O promotor Imoloc tentou ainda um pedido paralelo, mas a sua pretensão foi também indeferida pelo vereador, uma vez que "o pedido apresentado já nem sequer se conformava com a informação prévia". Assim, este procedimento estava extinto, desse facto foi dada informação ao requerente e o processo morreu. E morto e bem morto deveria ter continuado até aos dias de hoje.

Mas, para mal da cidade e do seu desenvolvimento, tal não sucedeu. A pedido de Paulo Barros Vale, empresário com enorme influência na aura de Rui Rio - este e o seu vereador decidiram ressuscitar o processo.

Assim, Barros Vale dá entrada, em nome da empresa Arcada, com um pedido de informação prévia para construção de edificação com nove pisos acima do solo, em fevereiro de 2009; este PIP merece, numa decisão relâmpago, em menos de dois meses, um parecer favorável do vereador Lino Ferreira.

E com que base emitiu o vereador de Rui Rio o seu parecer? Alicerçado no já referido parecer jurídico, ambíguo, perplexizante, dos serviços da Câmara dependentes de Rio. Este parecer vem defender que o processo decorrente do PIP de Nuno Cardoso não havia sido extinto, contrariando o que havia sido definitivamente decidido em 2002 por Ricardo Figueiredo; com o argumento, aliás falso, de que o requerente Imoloc não tinha sido notificado, o que tinha até acontecido em 2003. Além disso, o parecer refere que o requerente teria direito à posse de todos os terrenos necessários para a operação urbanística, com base numa permuta deliberada em reunião de Câmara do longínquo ano de 2001. Ora esta deliberação de Câmara não é bastante para a execução da permuta, uma vez que as competências de âmbito patrimonial do Município são da exclusiva responsabilidade da Assembleia Municipal; e em nenhum momento é referida essa hipotética deliberação da Assembleia. E, assim, a necessária escritura de permuta, um dos vários requisitos impostos no PIP, nunca se terá realizado.

Ciente da fragilidade dos seus argumentos, a Câmara tenta ainda legitimar a sua decisão num parecer jurídico externo, elaborado "a pedido", da autoria de Pedro Gonçalves. Este, fiel aos interesses privados, tenta, de forma ardilosa, "ressuscitar" o PIP de Nuno Cardoso. Em vão.

E assim, sem PIP em vigor, não sendo os terrenos do requerente e estando o processo extinto - é ilegal a construção justificada pelo despacho favorável do vereador Lino Ferreira de 2009; e não têm pois fundamento válido todas as decisões administrativas que se lhe seguiram. Foi com base neste logro que se iniciou a obra deste crime urbanístico que agora nasce na escarpa do Douro e a que amarguradamente assistimos.

A bem da defesa do património que constitui a escarpa do Douro, mas sobretudo em defesa da legalidade democrática, esta barbaridade urbanística tem de ser impedida. Pelas forças políticas da Câmara, pelos tribunais ou pelo povo do Porto.

*Presidente da Frente Cívica, ex-vice-presidente da Câmara do Porto

Fim de semana está aí. Saiba o que pode ver à borla em Lisboa e no Porto


Fique a conhecer as ofertas culturais que há para aproveitar por estes dias. Preparado para mais um fim de semana?

É hora de arregaçar as mangas que este fim de semana tem animação em barda. Há exposições e cinema e teatro e espectáculos de toda a ordem, para todos os gostos.
Por Lisboa, o destaque vai para o Teatro Nacional D. Maria II que se apresenta para nova temporada com festa à maneira. No Porto há ainda a Feira do Livro a decorrer mas também há circo à fartazana.

Não vale a pena ficar por casa estes dias 14, 15 e 16 de setembro. Espreite abaixo as nossas sugestões para O Grande Porto e a Grande Lisboa.

Grande Lisboa

Entrada Livre no D. Maria II

O nome do evento parece feito à medida desta nossa agenda. Entrada Livre é o dia em que o Teatro Nacional D. Maria II vai estar com as portas abertas de par em par, pronto para dois dias de animação durante o fim de semana.O convite é simples: basta aparecer. Saiba tudo aqui.

Feira da Luz em Carnide

A Feira da Luz, em Carnide, é uma das mais antigas do país, dando animação a Lisboa durante o mês de setembro. Há comes e bebes, artesanato, louças e tanto mais à venda mas há também bom ambiente e música, muita música, num cartaz que volta a estar cheio de nomes bem conhecidos - e bem diversos - da música portuguesa. Este sábado, por exemplo, está por conta de Carapaus, Azeite & Alho. Mas há mais.  Saiba tudo sobre a Feira da Luz aqui. Já o programa pode ser consultado aqui.

CineCidade

Uma vez mais, os jardins do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta são a sala de cinema escolhida para o CineCidade, integrado no programa Lisboa na Rua da EGEAC. Este ano o tema é desporto e esta  sexta-feira, 14 de setembro, há um confronto com a história cinematográfica para desfrutar, com uma obra da talentosa e perigosamente próxima do regime nazi Leni Riefenstahl. A entrada, como é bom de ver, é livre. Mais detalhes aqui.

Roy Liechtenstein no Colombo

Uma exposição com 41 obras do pintor norte-americano Roy Lichtenstein, desde pop art, paisagens e cartazes, está a dar cor e vida ao Centro Comercial Colombo. Saiba mais sobre este artista e esta iniciativa louvável do Colombo aqui. Uma oportunidade tão simples quanto imperdível, para ver até dia 23 de setembro.

Dançar a Cidade

O Jardim Eucaliptal de Benfica recebe outro evento inserido nas festividades Lisboa na Rua, um que promete abanar as ancas. Este domingo, 16 de setembro, são as danças africanas que estão em destaque, com percussão a condizer e até direito a 'dicas dançantes' de profissionais.

Somersby Out Jazz continua

Já foi novidade mas, a cada ano que passa, é cada vez mais tradição. E uma que vale muito bem a pena manter. O Out Jazz junta música ao vivo em fins de tarde nos espaços verdes mais nobres de Lisboa. Em setembro é no Jardim da Estrela que se faz a festa do Somersby Out Jazz.

Quando e Onde
  Domingo, 16 de setembro, a partir das 17h - Jardim da Estrela
Quem
  Mazarin | John Player Special

Grande Porto

A Invicta é um circo

Não, não estamos a insutlar ninguém. A cidade Invicta por estes dias é mesmo um circo. Há Festival Internacional de Circo do Porto, com mais de 40 espectáculos gratuitos programados pela cidade fora. Saiba tudinho aqui

Gaia italiana

O Festival Italiano esstá já a decorrer por Vila Nova de Gaia e prolonga-se até ao próximo dia 17 de setembro. O programa do evento vai contemplar ainda concertos musicais, sessões de DJ italianos, almoços solidários com instituições gaienses, workshops gratuitos e diferentes atividades para a família. Mais detalhes aqui.

Há Feira do Livro na Invicta

A Feira do Livro está de regresso aos Jardins do Palácio de Cristal. Começou no passado dia 7 de setembro e dura até 23 de setembro. Há bancas com livros e mais livros e mais livros, suficientes para fazerem 'livrófilos' desmaiar de emoção. Mas há mais: há leituras de contos para os mais pequenos, música e lançamentos de livros bem como ótimas oportunidades de encontrar autores. José Mário Branco, uma das vozes que cantava liberdade nos tempos do salazarismo, é figura em destaque na edição deste ano. Saiba mais aqui.

The Timers Revival Meeting

Os amantes de carros e motos do passado vão ter direito a um fim de semana do passado onde podem reaproveitar um fim de semana diferente. O The Timers Revival Meeting decorre este fim de semana no Quartel da Serra do Pilar, em Gaia.

Dominguinho zen

O MAR Shopping continua a dar-nos Dominguinhos, manhãs de domingos com animação a pensar na pequenada. Este domingo há atelier de artes plásticas zen, num evento a pensar nos mais novos. É gratuito mas será necessário fazer a inscrição. Saiba mais informações aqui

Urban Market - It’s still summer

E porque ainda é verão, há Urban Market - It’s still summer a animar esta sexta-feira, sábado e domingo a praça das Cardosas.

Portobello... Porto Belo

Todos os sábados,o histórico e mundialmente conhecido mercado londrino de Portobello tem uma versão a pensar no 'relax' na Invicta. Eis o Porto Bello, que conta com bancas variadas. As compras terão de ser pagas com o esforço da carteira, o passeio nem por isso.

Onde
Praça Carlos Alberto
Quando
Todos os sábados, entre as 10h e as 19h

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