O Ministro da Defesa Nacional
procedeu ontem a nomeação definitiva do Brigadeiro Xavier António, Comodoro
Inácio Luís Vaz, e Brigadeiro Araújo Andeiro Maciacona, para as funções de
Director do Departamento de Operações, Director do Departamento de Informações
Militares e Director do Departamento de Comunicações no Estado-maior General
das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), respectivamente, as quais
vinham exercendo interinamente.
Segundo Atanásio M’tumuke a nomeação definitiva dos quadros provenientes da Renamo resulta da implementação do Memorando de Entendimento sobre Assuntos Militares, sustentado pelos avanços alcançados durante o último encontro do Grupo Técnico Conjunto de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, realizado semana passada na Cidade da Beira.
Lembre-se que foi em meados de
Dezembro de 2018 que o ministro da Defesa Nacional nomeou, de forma interina, o
comodoro Inácio Luís Vaz para director do Departamento de Informações
Militares, brigadeiro Xavier António para director do Departamento de
Operações, e brigadeiro Araújo Andeiro Maciacona para director do Departamento
de Informações Militares. A nomeação interina dos três oficiais deixou a Renamo
revoltada, que acusava o governo de ter violado os consensos alcançados ao mais
alto nível. Dois meses depois, o ministro da Defesa Nacional acomodou as
exigências da Renamo.
“Aos oficiais generais nomeados e
empossados em definitivo para dirigirem os Departamentos do Estado-Maior
General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, pela natureza e carácter
sensível das funções que vão exercer, exortamos para que cumpram
escrupulosamente as orientações e missões superiormente emanadas e que sejam
orientados pelo espírito apartidário e de respeito a Constituição da República,
que é a base primária do funcionamento das Forças Armadas de Defesa de
Moçambique, como o tem feito até ao preciso momento”. Disse Atanásio M’tumuke,
Ministro da Defesa Nacional.
O governante disse ainda que não
vai permitir interferências políticas e recomendou aos oficiais da Renamo a
respeitarem orientações da instituição e não paralelas.
“Aconselhamos, ainda, para que
sejam obedientes ao comando vertical que orienta as Forças Armadas de Defesa de
Moçambique, que são na sua essência apartidárias; as Forças Armadas não vão
permitir a interferência na cadeia de comando, ou seja, um comando paralelo,
deixem a política com os políticos”. Acrescentou o ministro Atanásio M’tumuke.
Ainda ontem, em despachos
separados Atanásio M’tumuke determinou a cessação de funções do Coronel na
reserva, Agostinho da Cruz Mavanga, Brigadeiro Luciano Amândio Barbosa,
Brigadeiro Tenente Freitas Norte, Brigadeiro Francisco Aine Camorai, das
funções de Director de Estudos, Planificação e Projectos, no Ministério da
Defesa Nacional, Director do Departamento de Educação Cívico Patriótica,
Director do Departamento do Pessoal e Director do Departamento de Logística, no
Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
Num outro despacho, nomeou,
ainda, o Coronel Omar Nala Saranga, o Senhor Adriano Manuel Amade Malache, o
Brigadeiro Tenente Freitas Norte, o Brigadeiro Luciano Amândio Barbosa, o
Brigadeiro Altino Filipe Auze, o Brigadeiro Francisco Aine, para exercerem as
funções de Director Nacional de Política de Defesa, Director de Estudos,
Planificação e Projectos, Director do Departamento de Educação Cívico
Patriótica, Director do Departamento de Pessoal, Director do Departamento de
Logística, Inspector da Força Aérea, no Ministério da Defesa Nacional e no
Estado-Maior General, respectivamente.
EUA APELA CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES ATÉ ABRIL PRÓXIMO
A Embaixada dos Estados Unidos da América reagiu através de um comunicado de imprensa a estas nomeações, tendo afirmado que a medida tomada pelo Ministro da Defesa Nacional de nomear em definitivo os oficiais da Renamo para posições seniores nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), as nomeações respeitam o espírito do acordo de desmilitarização assinado no ano transacto entre o Presidente da República Filipe Nyusi e o líder da Renamo Ossufo Momade.
EUA APELA CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES ATÉ ABRIL PRÓXIMO
A Embaixada dos Estados Unidos da América reagiu através de um comunicado de imprensa a estas nomeações, tendo afirmado que a medida tomada pelo Ministro da Defesa Nacional de nomear em definitivo os oficiais da Renamo para posições seniores nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), as nomeações respeitam o espírito do acordo de desmilitarização assinado no ano transacto entre o Presidente da República Filipe Nyusi e o líder da Renamo Ossufo Momade.
Mais adiante diz o comunicado que
os Estados Unidos da América congratulam igualmente o Grupo Técnico Conjunto
para o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração pela sua recente
concordância em iniciar reuniões preparatórias semanais para o processo de
desmilitarização e reintegração. Estes anúncios simultâneos promovem a
confiança no compromisso partilhado relativamente ao processo de paz.
“Apelamos à Renamo para que honre
essa promessa, reciprocando estes gestos importantes através do início imediato
deste processo, para o qual a comunidade internacional organizou apoio técnico
e financeiro significativo. O espírito e a letra do acordo de desmilitarização
tornam claro que tanto o Governo da República de Moçambique como a Renamo devem
dar passos simultâneos para cumprir com os seus respectivos compromissos, para
que o Acordo seja implementado em paralelo”. Diz o comunicado.
Os Estados Unidos da América
comprometeram-se em permanecer empenhados para prestar o apoio exigido que
assegure que o Governo e a Renamo assinem um acordo final de cessação das
hostilidades e de paz até Abril de 2019 o mais tardar. É essencial uma
aderência rigorosa a este prazo por ambas as partes para manter a assistência
contínua da comunidade internacional alargada, e garantir que as eleições
nacionais de Outubro de 2019 possam ocorrer numa atmosfera livre da ameaça de
violência renovada.
Os Estados Unidos da América
reiteram o seu compromisso em trabalhar com o Governo e com a Renamo para
alcançar um acordo de paz a longo prazo e duradouro, e umas eleições em Outubro
de 2019 que sejam livres, justas e credíveis. Estes objectivos são
essenciais para atrair o investimento internacional e interno que irá alimentar
o desenvolvimento social e económico contínuo desta grande nação. São
também aquilo que o povo moçambicano merece. Diz o comunicado.
José Macamo | O País
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