PM britânica reúne-se com Angela
Merkel em Berlim e, posteriormente, com Emmanuel Macron em Paris. Na véspera de
cúpula da UE, presidente do Conselho Europeu defende prorrogação de divórcio.
Em busca de aliados para o adiamento
da data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), a primeira-ministra
britânica, Theresa May, foi recebida nesta terça-feira (09/04) em Berlim pela
chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e, posteriormente, em Paris pelo
presidente da França, Emmanuel Macron. As reuniões ocorreram na véspera da
cúpula europeia extraordinária sobre o Brexit.
Em Berlim, o encontro começou com
um pequeno contratempo. Quando May chegou à Chancelaria, Merkel ainda não
estava presente e a primeira-ministra teve que percorrer sozinha o tapete
vermelho e entrar no edifício. Poucos minutos depois, a líder alemã apareceu
para cumprimentar a premiê e se desculpar pelo atraso.
Depois, as duas chefes de governo
voltaram ao pátio da Chancelaria para posar para os fotógrafos e posteriormente
se reuniram durante 90 minutos, sem realizar uma entrevista posterior à
imprensa.
Segundo o governo britânico, May
e Merkel concordaram sobre a importância de garantir um divórcio ordenado entre
o Reino Unido e a UE.
A parlamentares da sua legenda,
líder alemã disse que é do interesse da Alemanha que o Brexit seja baseado no
acordo alçando entre o bloco e o Reino Unido, porém, afirmou que esse processo
pode atrasar meses. Durante todo o debate sobre o Brexit, Merkel se mostrou
aberta a possíveis compromissos para evitar, na medida do possível, uma saída
do Reino Unido sem acordo.
Após sua visita a Berlim, May
viajou para Paris, onde se reuniu com o presidente francês. A França concordou
em adiar o Brexit, mas considera uma prorrogação de um ano, como proposta por
Bruxelas, longa demais.
Paris defende ainda a imposição
de limites à influência do Reino Unido no bloco, caso o adiamento seja
permitido pela União Europeia. Uma cúpula europeia extraordinária foi marcada
para esta quarta-feira para decidir sobre o novo pedido de prorrogação.
Na sexta-feira, May formalizou
um segundo
pedido de adiamento da data do Brexit, novamente até 30 de junho. A
premiê já havia solicitado a mesma data no mês passado, mas o pedido fora
então rejeitado pelos líderes dos demais países-membros. Em vez disso,
eles ofereceram o dia 22 de maio caso o acordo para um Brexit ordenado,
acertado entre Bruxelas e Londres, fosse aprovado pelo Parlamento britânico,
ou 12 de abril se não houver acordo. Até o momento, o Parlamento já
rejeitou o acordo três vezes.
O presidente do Conselho Europeu,
Donald Tusk, disse nesta terça-feira que proporá que os líderes da União
Europeia aceitem uma prorrogação longa do Brexit, de no máximo um ano, durante
a qual o Reino Unido deverá manter uma "cooperação sincera" como
"Estado-membro em processo de saída".
"O Reino Unido teria que
manter sua cooperação sincera também durante esse período crucial, de maneira
que reflita sua situação como um Estado-membro em processo de saída",
propôs Tusk em sua carta aos líderes do bloco.
Tusk citou também a preocupação
de vários países sobre os "riscos" que representa para o
funcionamento da UE a "presença contínua" do Reino Unido como país
que vai deixar o bloco, em um momento de "decisões-chave" sobre o
futuro da União.
Para fazer frente a esses
desafios, ele disse que serão necessárias "várias condições", como
não reabrir o acordo de saída e não começar a negociar a futura relação com o
país, além da cooperação de boa vontade do Reino Unido, levando em conta sua
posição. Tusk lembrou que o país pode também desistir do divórcio.
Tusk reconheceu que todas
asopções têm "vantagens e desvantagens", por isso pediu que as mesmas
sejam "discutidas de maneira aberta, criativa e construtiva" na
cúpula.
CN/efe/lusa/rtr/afp/ap | em Deutsche Welle
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