A insegurança alimentar atinge
mais de 44 mil famílias na província de Inhambane, no sul de Moçambique.
Autoridades já falam em situação de emergência. Camponeses apostam na
agricultura sustentável para mitigar a fome.
A insegurança
alimentar em Inhambane está relacionada com diferentes motivos, desde
enxurradas provocadas por cheias e até falta de chuvas em algumas localidades -
fenómenos que prejudicam a agricultura.
Segundo o porta-voz do governo
provincial de Inhambane, Castro Namuaca, trata-se de uma situação de emergência
e as famílias atingidas por este problema já estão a ser assistidas. "Há
cerca de 44.878 agregados familiares que estão em risco de segurança alimentar.
Uma das medidas é a assistência que está a ser feita ao nível de
emergência", explica.
Na província de Inhambane, os
distritos mais afetados são Mabote, Fulhalouro, Panda, Homoine, Maxixe e
Massinga.
Aposta na agricultura sustentável
Milhares de famílias perderam as
suas culturas por diversos motivos, disse à DW África o presidente da União dos
Camponeses em Inhambane, Saide Amélia. Por este motivo, estão a apostar na
utilização da agroecologia, uma forma de agricultura mais sustentável, para
mitigar a insegurança alimentar na região.
"Tivemos uma baixa nas
culturas de milho. Nós defendemos mais agroecologia e temos o projeto de
produzir hortícolas dentro das estufas", conta Saide Amélia, adiantando
que também serão usadas "sementes nativas resistentes a pragas e doenças,
que podem responder à quebra e melhorar a situação".
O executivo de Inhambane ainda
não começou a distribuir sementes aos agricultores para ajudar ultrapassar a
situação. Segundo Castro Namuaca, porta-voz do governo provincial, já foi
tomada uma decisão, mas será apenas de monitoria, envolvendo os membros e
administradores distritais.
"Cada administrador do
distrito e os membros do Governo que são indicados como padrinhos devem
monitorizar periodicamente esta situação", esclareceu.
Luciano da Conceição (Inhambane)
| Deutsche Welle
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