O Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) começa hoje a negociar melhores
salários e condições de trabalho com a ANTRAM, conforme foi acordado na
sequência da greve que afetou a distribuição de combustíveis em todo o país.
O SNMMP vai pedir salários de
1.200 euros para os profissionais do setor, um subsídio de 240 euros e a
redução da idade de reforma. Estas reivindicações são a base da proposta de
Acordo Coletivo para os motoristas de matérias perigosas, que o sindicato vai
apresentar à associaçõa empresarial do setor, a ANTRAM.
"Se somarmos todos os
complementos que são atribuídos aos motoristas e o salário base de 630 euros dá
um valor próximo de dois salários mínimos e é isso que reivindicamos para
salário base, que ficaria indexado ao salário mínimo nacional, acompanhando os
respetivos aumentos", disse o presidente do sindicato, Francisco São
Bento, à agência Lusa.
Mas os suplementos de transporte
nacional e internacional são para manter, segundo o sindicato, pois são uma
espécie de ajuda de custo atribuída ao trabalhador deslocado em serviço.
O SNMMP vai propor a criação de
um subsídio de operação de matérias perigosas, no valor de 240 euros, para
compensar os trabalhadores pelo contacto constante com matérias químicas
nocivas à saúde.
O reconhecimento da atividade
como sendo de "desgaste rápido, para efeitos de reforma" é outra das
reivindicações a levar à negociação.
Segundo o presidente do
sindicato, a ideia é conseguir que cada quatro anos de trabalho com produtos
químicos, seja convertido num ano de abatimento na idade de reforma.
O SNMMP quer um Acordo Coletivo
específico para os motoristas que representa porque diz não se rever no acordo
que existe e que foi revisto no ano passado.
"No fundo o que nós queremos
é um Acordo coletivo que valorize e respeite esta categoria profissional. Não
somos melhores nem piores, mas existem diferenças, nomeadamente ao nível das
exigências que nos são feitas", disse Francisco São Bento à Lusa na semana
passada.
O Sindicato Nacional de
Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se
conhecido com a greve iniciada no dia 15, que levou o Governo a decretar uma
requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa
de negociações.
A arbitragem do executivo levou a
que os representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18,
ficando o início do processo negocial formal agendado para dia 29 e a
paralisação foi desconvocada de imediato.
Durante os três dias de
paralisação o sindicato conseguiu mais 200 sócios, que são agora mais de 700,
num universo de cerca 900.
Lusa | Notícias ao Minuto
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