domingo, 21 de abril de 2019

Portugal | Os trafulhas, que emergem com discursos fascistas


Jorge Rocha* | opinião

Anuncia-se que a «coligação» fascista encabeçada pelo «gauleiter» Ventura tem mais dinheiro para investir na campanha eleitoral do que o CDS de Assunção Cristas. Razão para ficarmos, particularmente, atentos sobre quem estará por trás desse financiamento, que não seria ideia despicienda começar a ser investigado pelo Ministério Público. Porque havendo regras bem concretas sobre como se podem financiar os partidos, convém aferir se elas estarão a ser cumpridas por quem da legalidade tem tal conceção, que nem sequer conseguiu legalizar o respetivo partido no Tribunal Constitucional.

Identificados esses generosos investidores, poderemos compreender quais os desígnios, que lhes vão na alma para complementarem os apoios financeiros habitualmente concedidos aos outros partidos das direitas e aos vários jornais, rádios e televisões, e assim contarem com uma voz extremada, quer na assumida xenofobia, quer na despudorada defesa de valores exógenos a uma sociedade democrática.



Depois do que aconteceu no Brasil desde que, em 2013, se verificou um grande movimento popular contra o aumento dos preços dos transportes, que serviu de trampolim para pôr em causa a presidência de Dilma Roussef e suscitar o seu impeachment, estamos cientes de como certas lutas, aparentemente eivadas de algum sentido de justiça, mais não são do que ensaios para o verdadeiro propósito de quem as organiza na sombra. Vide a «luta« dos camionistas de substâncias perigosas, que terá facultado oportunas ilações aos que nos anseiam bolsonarizar com os seus sinistros desígnios.

Não se podem ter, pois, quaisquer contemplações com o tipo de criaturas, que vão emergindo do anonimato para ganharem poses de heróis contestatários. Até porque, tal qual se vai sabendo mais do Pardal, que ganhou súbita fama na semana transata, o mais provável é merecerem o tratamento judicial de quem é imperdoável trafulha.

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