Jorge Rocha* | opinião
Anuncia-se que a «coligação»
fascista encabeçada pelo «gauleiter» Ventura tem mais dinheiro para investir na
campanha eleitoral do que o CDS de Assunção Cristas. Razão para ficarmos,
particularmente, atentos sobre quem estará por trás desse financiamento, que
não seria ideia despicienda começar a ser investigado pelo Ministério Público.
Porque havendo regras bem concretas sobre como se podem financiar os partidos,
convém aferir se elas estarão a ser cumpridas por quem da legalidade tem tal
conceção, que nem sequer conseguiu legalizar o respetivo partido no Tribunal
Constitucional.
Identificados esses generosos
investidores, poderemos compreender quais os desígnios, que lhes vão na alma
para complementarem os apoios financeiros habitualmente concedidos aos outros
partidos das direitas e aos vários jornais, rádios e televisões, e assim
contarem com uma voz extremada, quer na assumida xenofobia, quer na despudorada
defesa de valores exógenos a uma sociedade democrática.
Depois do que aconteceu no Brasil
desde que, em 2013, se verificou um grande movimento popular contra o aumento
dos preços dos transportes, que serviu de trampolim para pôr em causa a
presidência de Dilma Roussef e suscitar o seu impeachment, estamos cientes
de como certas lutas, aparentemente eivadas de algum sentido de justiça, mais
não são do que ensaios para o verdadeiro propósito de quem as organiza na
sombra. Vide a «luta« dos camionistas de substâncias perigosas, que terá
facultado oportunas ilações aos que nos anseiam bolsonarizar com os seus
sinistros desígnios.
Não se podem ter, pois, quaisquer
contemplações com o tipo de criaturas, que vão emergindo do anonimato para
ganharem poses de heróis contestatários. Até porque, tal qual se vai sabendo
mais do Pardal, que ganhou súbita fama na semana transata, o mais provável é
merecerem o tratamento judicial de quem é imperdoável trafulha.
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