Mário
Motta, Lisboa
A Fundação Manuel dos Santos, que
de primeiro nome usa Francisco, encomendou mais uma achega estudiosa (do cuspo)
para prolongar o trabalho até à morte, que é a verdadeira reforma. Isso em
defesa da sustentabilidade da mal chamada Segurança Social – que de segurança já
quase nada tem.
Prestou-se a tal dita Manuel dos
Santos e os dótores, que foram contratados para o estudo, a concluírem que o
certo é trabalharmos até morrermos. Que se lixe tudo o resto. As dores, as
doenças, as limitações físicas e tudo doloroso que é arrastado para cair sobre
a velhice não conta para nada. O que conta é a sede de exploração de uns
quantos salafrários aos milhões que cada vez mais estão a ser vítimas do
esclavagismo em curso que serve empresários gananciosos, que serve o
capitalismo selvagem que tem por meta o retrocesso dos direitos, liberdades e
garantias conquistadas pelos trabalhadores.
Neste quadro e na estratégia ditam gananciosos esclavagistas, políticos, dótores estudiosos e outros
invertebrados que os servem de variados modos, o objetivo de mais e maior
exploração dos que trabalham por uma ninharia - para gáudios e vidas faustosas e
exibicionistas de uns quantos, os tais salafrários a que também classificam de grandes
empresários além de mais uns quantos nas suas ilhargas. Popularmente conhecidos por
ladrões do esforço e suor dos que quotidianamente são por eles explorados sem
rebuço nem pingo de humanidade.
Manuel dos Santos, o famoso
toureiro de há muitas décadas atrás, que deu brado e foi mimado pelo
salazarismo, deve estar às voltas a aplaudir na tumba e a assistir à grande tourada e vómitos
apelidados de estudos que outros usando um nome seu homónimo trazem em cartaz e
exibem no redondel luso repleto de chicuelinas
e estocadas no garrote.
Quanto aos portugueses… Vão
assimilando, mastigando e digerindo aquilo para que os preparam por via de
manipulação divulgada profusamente nos letrados panfletos e imagens da mídia que servem denodadamente os objetivos dos agentes e empresários esclavagistas que têm
vindo a lutar pela liberdade absoluta de um capitalismo selvagem que usa, abusa
e nos quer a trabalhar até à morte.
Após mais esta nova estocada, que
serve os que encomendaram o mafioso estudo, sem contemplações por inúmeras soluções
para tornar a Segurança Social sustentável, abundam os portugueses que não
acreditam que o que está sendo planeado é o que vai acontecer. E dizem
bonacheirões: Trabalhar até morrer? Diga? Sou todo ouvidos.
Pois então, considerando a ausência
de uma resistência forte aos avanços do capitalismo selvagem em curso, o tempo
disporá o que vai acontecer em benefício de uns quantos com mais e maior
exploração para todos os outros que são já considerados máquinas que devem ser
utilizadas até ao exausto limite das suas funcionalidades. Depois… resta o
crematório ou uns quantos palmos de terra que os sepulte. Ali abandonados à sua morte porque já caducou e feneceu a sua utilidade na exploração desenfreada que é cada dia mais realidade acutilante. Desumana.
Sem comentários:
Enviar um comentário