Num encontro com o
primeiro-ministro camaronês, esta sexta-feira (10.05), o líder da Frente Social
Democrática pediu também a libertação imediata de todos os presos políticos.
O líder da Frente Social
Democrática (SDF, na sigla em inglês), Ni John Fru Ndi, e o primeiro-ministro
Joseph Dion Ngute reuniram-se em Bamenda para debater soluções para os confrontos entre
o exército e os separatistas anglófonos que fizeram já centenas de vítimas
mortais. Neste encontro, Ni John Fru Ndi pediu também a nomeação de um mediador
para resolver o conflito.
"Todos devem ser ouvidos. A
Frente Social Democrática é por um debate político inclusivo sobre a
crise", afirmou Jean Robert Wafo, membro do partido, acrescentando que uma
"clara e inequívoca" posição contra a divisão do país tem de ser
tomada.
Numa declaração a que as agências
de noticias tiveram acesso, a oposição pede "um cessar-fogo imediato"
e a desmobilização de todas as forças separatistas, "a libertação imediata
de todos os presos políticos detidos como parte desta crise" e a nomeação
de um mediador para preparar as negociações.
Independência não é negociável
Na quinta-feira (09.05), aquando
da sua chegada a Bamenda, Dion Ngute afirmou que o Governo estava pronto para o
diálogo com o intuito de resolver o conflito com os separatistas, mas
enfatizou, no entanto, que a independência não está em cima da mesa. O
primeiro-ministro disse também que o Presidente Paul Biya está aberto à
"organização de um diálogo formal para resolver a crise
sócio-política".
Atualmente, não existem canais de
diálogo entre o Governo e os rebeldes.
Os confrontos entre as tropas
governamentais e os separatistas anglófonos, que reivindicam a independência
nas regiões Sudoeste e Noroeste dos Camarões, mataram já, desde 2017, centenas
de pessoas e levaram mais de 500 mil a abandonar as suas casas.
A Human Rights Watch (HRW)
denunciou, recentemente, que as autoridades camaronesas têm torturado e mantido
presos e incomunicáveis vários separatistas.
O Conselho de Segurança da ONU
realizará a sua primeira reunião este mês para discutir o conflito separatista
do país.
AFP, rl | Deutsche Welle
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