Bolton, Pompeo e Pence são o topo
do complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos da
América. O mundo está suspenso dos efeitos da alienação mental de uma clique de
sociopatas.
João Goulão | AbrilAbril | opinião
A humanidade e o planeta estão
nas mãos de um triunvirato de energúmenos, indubitavelmente potenciais serial
killers, que rodeiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há
qualquer maneira de dourar a pílula. Michael Pence, vice-presidente, Michael
Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional
associam mentalidades políticas fascistas a comportamentos em realidades
paralelas nas quais a vida humana não tem qualquer valor. São eles que
contribuem decisivamente para as atitudes do presidente em matérias sensíveis
como são a guerra e a paz, as relações internacionais e a prática imperial.
Elemento ainda mais inquietante:
foi este trio que veio dar estabilidade à administração Trump. Até ao momento
em que passou a agir institucionalmente no gabinete oval da Casa Branca a
equipa presidencial fora inconstante, sucederam-se os afastamentos e as
demissões, mesmo nos cargos mais relevantes. Depois disso, há exactamente 13
meses, o trumpismo assentou, definiu-se, passou a ter mais iniciativa e não
serão necessários esforços de análise para concluir que o mundo e os seres
humanos estão hoje bastante mais ameaçados.
Sintomaticamente, foi também com
a instauração desta fase que a gestão de Trump deixou de estar sob escrutínio
crítico da União Europeia e, no essencial, passou a ser acompanhada por
Bruxelas e pelos 28 praticamente no mesmo comprimento de onda. Não podem considerar-se
objecções ao comportamento de Washington as declarações – por vezes com ira
encenada – proferidas num dia e logo esquecidas ou tornadas inconsequentes
poucas horas depois. Relembrem-se os casos do reconhecimento da anexação de
Jerusalém Leste e dos Montes Golã por Israel; o seguidismo em relação às
sanções económicas, sociais e políticas mais gravosas espalhadas pelos Estados
Unidos nos quatro cantos do mundo, incluindo a guerra comercial contra a China;
e a sintonia com as guerras de facto travadas contra os povos da Venezuela, do
Irão, do Iémen – para citar apenas as que estão no topo dos media mainstream e
às quais deve acrescentar-se o refinamento do cada vez mais asfixiante cerco
militar à Rússia.
Dos componentes da trempe fascista
vão sendo conhecidos pormenores biográficos avulsos, declarações isoladas; mas
estes apontamentos são muito insuficientes para permitir traçar-lhes um retrato
que seja informativo, de maneira eficaz, quanto ao potencial de terror que
representam. Aqui ficam contributos para as suas biografias.
«Não quero morrer num arrozal»
Por cinco vezes, no mínimo, o
conselheiro de Segurança Nacional John Bolton recorreu a subterfúgios – como o
de alistar-se na Guarda Nacional – de modo a não ser mobilizado para a Guerra
do Vietname. Nascido em 1948, este homem que acarinha a ideia de mandar 120 mil
soldados dos Estados Unidos fazer a guerra contra o Irão1,
escreveu no livro de curso em Yale: «confesso que não me apetecia morrer num
arrozal no Sudeste Asiático».
Bolton é, portanto, um homem
coerente e com carácter. Foi um dos arquitectos da invasão do Iraque em 2003,
trabalhando para George W. Bush. Nessa qualidade não evitou criticar o
presidente quando este definiu o «eixo do mal»: Irão, Iraque e Coreia do Norte. Sugeriu que fossem acrescentados Cuba, Líbia e Síria, razão pela qual vamos
encontrá-lo depois nos processos que conduziram às tragédias nos territórios
líbio e sírio, concebidos em termos de alianças entre a NATO e o terrorismo
islâmico. Em relação a Cuba, inventou que Havana estaria a produzir armas
bacteriológicas em colaboração com o Irão e a Líbia, mas aí os serviços de
espionagem acharam excessivo apesar das pressões e chantagens conduzidas por
Bolton, de acordo com testemunhos confirmados.
Em plena preparação da
carnificina no Iraque, Bolton encontrou um obstáculo às suas intenções: José
Bustani, então presidente da Organização para a Proibição de Armas Químicas
(OPAQ ou OPCW)2.
Este cidadão brasileiro alegou que não havia razões para acusar Saddam Hussein
pela posse de armas químicas – o tempo mostrou que tinha razão – mas o actual
conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos deu-lhe 24 horas para se
demitir. Perante a recusa, Bolton avisou Bustani: «sei onde estão os seus
filhos»3.
John Bolton foi fazendo a sua
formação fascista junto de personalidades e entidades do «conservadorismo agressivo»
como o senador Jesse Helms, a Heritage Foundation, think thank que
formatou a política da administração Reagan de neoliberalismo autoritário e
militarista, o American Enterprise Institute e também o Gatestone Institute4,
a que presidiu entre 2013 e 2018. Entre as suas missões, esta organização
dedica-se a disseminar falsas informações sobre questões como a imigração, os
refugiados e os muçulmanos.
Entre 2005 e 2006, George W. Bush
fez de Bolton o seu embaixador na ONU. Até Joseph Biden, posteriormente
vice-presidente de Obama, disse que tomar tal iniciativa era o mesmo que
«largar um touro numa loja de porcelana chinesa».
John Bolton e a Carta das Nações
Unidas são, de facto, como água e azeite. É conhecida a frase do conselheiro
segundo a qual «o palácio de vidro da ONU tem 38 andares; se lhe tirássemos dez
ninguém daria por nada». A única vantagem que ele encontra na organização é a
de funcionar «como instrumento útil na condução da política externa dos Estados
Unidos»5.
O Economist qualificou
Bolton como «o embaixador norte-americano nas Nações Unidas mais controverso de
sempre». Já o Wall Street Journal assinala a sua saída da ONU com uma
espécie de epitáfio: «foi como olhar para um homem tentando mover um tsunami de
lama».
A sua «maior alegria», confessa
Bolton, foi a de evitar que cidadãos norte-americanos venham a ser julgados no
Tribunal Penal Internacional (TPI), que os Estados Unidos não reconhecem mas
onde querem ver penar os dirigentes mundiais que não dizem ámen a Washington.
Mais recentemente, Bolton impediu a procuradora geral do TPI de entrar nos
Estados Unidos para recolher dados sobre as acusações de crimes de guerra
norte-americanos no Afeganistão.
Bolton integra o grupo
conspirador fascista Groundswell,
organização secreta de políticos e jornalistas que se bate, através de
lobbying, tráfico de influências, chantagens e contactos clandestinos, «em 30
frentes de batalha para transformar a nação». A denúncia foi feita em 2013 pela
revista Mother Jones. Um dos seus correligionários é Stephen Bannon, que
dirigiu a campanha de Trump a presidente e agora tem como missão unificar na
acção as forças fascistas europeias, actuando a partir de um mosteiro em Itália
que funciona como academia neonazi.
O conselheiro de Segurança
Nacional de Trump montou ainda o projecto Super PAC para recolha de fundos com
o objectivo de fazer eleger senadores da sua corrente política de
extrema-direita6.
Parte desse dinheiro serviu, por exemplo, para pagar os serviços de manipulação ilegal de dados do
Facebook prestados pela empresa Cambridge Analytica. Entre os doadores de
Bolton, conforme consta dos seus registos de rendimentos, encontram-se
instituições bancárias como o Deutsche Bank e o HSBC.
Uma «rainha Ester» na Casa Branca
Racista, supremacista branco,
homofóbico, xenófobo, anti-aborto, contra casamentos entre pessoas do mesmo
sexo e o próprio casamento civil, negacionista das alterações climáticas,
apoiante da tortura e das prisões secretas. Tal como John Bolton, o secretário
de Estado de Trump, Michael Pompeo, é tudo isto – e também um «cristão sionista».
Esta corrente tem vindo a
tornar-se maioritária entre as seitas fundamentalistas cristãs evangélicas que
fizeram o pleno no apoio a Donald Trump.
Ao contrário do que poderia
pensar-se, e como se prova através da pessoa e do desempenho de Michael Pompeo,
estas correntes têm muito mais a ver com assuntos terrenos do que com
espiritualidades etéreas.
«É um direito e um dever dos
cristãos», defende Pompeo, «combinar a fé com o serviço ao país», Uma «luta que
não acaba», acrescenta, «sem que aconteça “o arrebatamento”», isto é, quando
«Cristo vier pela segunda vez à Terra». Só então se dará «a ressurreição dos
crentes».
Mas Cristo «só descerá pela
segunda vez à Terra», na crença explicada pelo secretário de Estado
norte-americano, «quando os judeus tiverem regressado à Terra Prometida».
Assim pensa Pompeo enquanto
«cristão sionista».
Por isso «a América é a força do
bem no Médio Oriente», protegendo-se a si própria e a Israel da «ameaça
representada pelo povo que acredita profundamente que o Islão é o caminho».
A consolidação do regresso do
povo judeu «à Terra Prometida» é essencial para que «Cristo venha de novo»,
como «única solução para o nosso mundo». Por isso, explica Pompeo, «nunca foi
tão importante a cooperação entre os Estados Unidos e Israel contra o
terrorismo»; e os palestinianos «servem apenas para afastar as perspectivas de
paz».
Neste contexto, realça ainda o
secretário de Estado, «é possível que Trump seja a versão actual da rainha
Ester da Bíblia, destinado a proteger os judeus dos iranianos».
É impossível perceber até que
ponto o chefe da diplomacia norte-americana, ministro dos Negócios Estrangeiros
do império, acredita nos fundamentos da corrente religiosa assim exposta; mas é
um facto que ela ajuda a explicar a política que este grande empresário de
artefactos para campos de petróleo aplica no Médio Oriente.
Dela decorrem, num cenário sem
dúvida coerente, outras das suas atitudes como a de manter aberto o campo de
concentração de Guantánamo; acusar de «narcisista» a congressista que denunciou
a prática de tortura por instituições dos Estados Unidos; qualificar como um
erro o encerramento de «prisões secretas» espalhadas pelo mundo e utilizadas
pelos torcionários norte-americanos; impedir a presença, nas suas conferências
de imprensa, de jornalistas representando órgãos «não baseados na fé».
A carreira de Pompeo na
administração Trump iniciou-se, também coerentemente, como director da CIA. Foi
nesse cargo que pôs a agência a praticar assassínios com drones sem
enquadramento do Pentágono; que multiplicou programas de vigilância e a criação
de bases de dados de cidadãos do país e do mundo; que sugeriu o rapto de Edward
Snowden na Rússia para ser julgado nos Estados Unidos e ser vítima de pena de
morte como «resultado apropriado».
«A política federal deve servir a
família americana, não uma agenda nacional sobre o ambiente». A partir desta
máxima arremete Pompeo contra o controlo dos gases de efeitos de estufa, pela
eliminação de todos os registos federais sobre essas emissões, contra a
rotulagem dos organismos transgénicos. E se os gelos derretem no Árctico, isso
representa, segundo ele, «uma oportunidade para abrir novas rotas comerciais».
Pompeo tem da NATO uma visão
idêntica à de Bolton sobre a ONU. «Esta aliança», diz, «tem sido um pilar
essencial da segurança americana durante décadas».
O secretário de Estado tem uma
alma gémea fascista na vice-presidência dos Estados Unidos: Michael Pence.
Regresso aos «valores cristãos»
fundadores
Alguns meios de comunicação norte-americanos
relataram que, durante uma reunião sobre direitos cívicos, Donald Trump terá
dito ao seu interlocutor, apontando para o vice-presidente Pence a propósito da
política em relação aos gay: «com esse tipo não perca tempo, ele quer
enforcá-los a todos».
É difícil que a «piada» do
presidente norte-americano tenha surgido do nada, só porque lhe apeteceu.
Sobretudo tendo em conta o passado recente de Michael Pence, de 60 anos, como
governador do Estado de Indiana.
Leis discriminando LGBT através
do subterfúgio das «objecções religiosas», contra o aborto, o casamento de
pessoas do mesmo sexo e o próprio casamento civil fazem parte do arsenal de
Pence alcançado e tentado. Como senador defendeu «a terapia de conversão» dos homossexuais,
agiu contra o alistamento de homossexuais nas forças armadas, «por enfraquecer
a coesão», votou contra a lei para impedir a discriminação laboral com base na
orientação sexual.
O vice-presidente Pence tem um
«modelo» no cargo: Dick Cheney, que desempenhou funções com George W. Bush e é
um dos grandes responsáveis pela tragédia ainda em curso no Iraque. Desse
tempo, porém, guarda uma polémica que manteve com o secretário de Estado,
Collin Powell, não sobre os mapas das pretensas armas químicas de Saddam mas
sobre preservativos. Powell incentivou o uso, em especial contra as doenças
sexualmente transmissíveis, e Pence criticou-o por isso, uma vez que «o
preservativo tem zero efeito».
O vice-presidente «é ouro de 24
quilates para a política evangélica», dizem pregadores da seita. Para alguns
deles, o «cristão renascido» Michael Pence tem um papel comparável ao de heróis
bíblicos. O pastor tele evangélico Mark Burns compara-o «a Jesus, que
miraculosamente acalmou a tempestade que ia engolir o barco onde viajava com os
discípulos».
A sintonia é perfeita no Conselho
de Segurança Nacional, no Departamento de Estado, na vice-presidência. O que,
sem dúvida, acaba por se reflectir na presidência.
Assim pensa o pastor tele
evangélico Ralph Drollinger: «A América caminha por ruas tão estreitas –
especialmente económicas – que se não tivermos um ditador benevolente para
conduzir as coisas não sei o que irá acontecer». Disse-o em plena campanha presidencial;
agora Drollinger dá cursos bíblicos semanais da Ala Oeste da Casa Branca.
O vice-presidente teocrata e
supremacista cristão leva a peito a mensagem do pastor quando explica as suas
crenças aplicadas à política: «a fé ensina que estamos permanentemente sob uma
autoridade: Cristo está sob a autoridade de Deus, o homem está sob a autoridade
de Cristo, os empregados estão sob a autoridade dos patrões».
«Um cristão, um conservador, um
republicano, por esta ordem», assim se define politicamente Pence, membro do
Tea Party, facção fascista do Partido Republicano. Pratica «um conservadorismo
do senso comum» como o de Ronald Reagan, explica.
Esse «senso comum» diz-lhe que «o
aquecimento global é um mito», pelo que não aceita «o consenso científico das
alterações climáticas». Está «fora de questão», assegura, «que a actividade
humana seja responsável pelo aquecimento global, pelo ambiente». Pence é contra
as energias renováveis e a eficiência energética: como governador do Estado de
Indiana dinamizou grandes apostas na indústria do carvão.
Trata-se, resume o
vice-presidente, «de regressar aos valores cristãos fundadores da América».
Um assessor republicano do Senado
profetiza um futuro risonho para o actual vice-presidente. «a questão», afirma,
«não é saber quando os republicanos irão estar prontos para abdicar de Trump; é
sobre quando estarão prontos para o presidente Pence».
Dos 15 ministros da equipa
governativa de Trump, oito são fundamentalistas evangélicos; um outro, a
titular da Educação, Betty DeVos, pertence à seita fundamentalista católica
Opus Dei.
Bolton, Pompeo, Pence, juntamente
com o presidente, são o topo de uma estrutura extremista, fascista, na qual se
revê actualmente o complexo militar, industrial e tecnológico que governa os
Estados Unidos da América e, por inerência, o império que pretendem global.
O mundo está, deste modo,
suspenso dos efeitos da alienação mental de uma clique de sociopatas a quem foi
outorgado o poder sobre a vida e a morte.
Na foto: John Bolton, Mike Pompeo
e Mike Pence, antes do início de uma conferência de imprensa na Casa Branca, 7
de Junho de 2018. CréditosAndrew Harnik/AP / MPN News
Notas:
1.A
obsessão de Bolton com o Irão não é dos nossos dias. Um jornalista que assistiu
às conferências de imprensa de John Bolton na ONU recorda uma «palestra» em que
Bolton procurou convencer a imprensa de que «o Irão se encontrava próximo de
ter a bomba», quando um relatório preparado na mesma altura pelos serviços
secretos norte-americanos – que não poderia desconhecer – afirmava que «Teerão
tinha abandonado o programa de armas nucleares em 2003».
2.José
Maurício Bustani (n. 1945), diplomata brasileiro de carreira, foi o primeiro
secretário-geral da OPAQ (criada em 1997), para o período 1997-2000. Em
reconhecimento do trabalho desenvolvido foi reeleito por unanimidade para o
período 2001-2005, mandato que não chegou a concluir devido a pressões do
governo dos Estados Unidos. Bustani resistiu às ameaças pessoais de John Bolton e defendeu
a adesão do Iraque à OPAQ, a fim de possibilitar as inspeções de armas no
país e esvaziar o risco de guerra. A ofensiva diplomática de Washington teve
êxito no final de Abril de 2002: Bustani foi destituído «com 48 votos a favor
de sua demissão, sete contra e 43 abstenções. Um ano depois, os Estados Unidos invadiam o Iraque para
destruir armas de destruição massiva que se revelaram inexistentes. Para
memória futura, eis a lista dos sete países que em 2002 defenderam Bustani e a
paz: Bielorrússia, Brasil, China, Cuba, Irão, México e Rússia. Se o leitor
esperava encontrar Portugal nesta lista, desengane-se; ontem como hoje, quando
os interesses imperiais estão em jogo, a diplomacia portuguesa tende a um
alinhamento seguidista por Washington, contrariando os valores e a letra da
Constituição da República Portuguesa. Os
resultados da votação podem ser consultados no portal de arquivos do
Departamento de Estado dos EUA. Nesse mesmo ano, Bustani publicou na
revista Estudos Avançados, de São Paulo, uma corajosa defesa do
multilateralismo e do papel mediador do Brasil na política internacional: «O Brasil e a OPAQ: diplomacia e defesa do sistema multilateral
sob ataque». Provisoriamente colocado como cônsul-geral em Londre,
prosseguiu a sua carreira como embaixador do Brasil em França e no Mónaco (em
acumulação), antes de passar à aposentação. John Bolton não esqueceu o antigo
opositor; quando, em Abril deste ano, os alunos da escola diplomática
brasileira quiseram prestar uma homenagem a José Maurício Bustani, foram impedidos de fazê-lo pelo Itamaraty de Bolsonaro.
3.A
história está descrita em detalhe pelo jornalista Mehdi Hasan, que entrevistou
Bustani, em artigo publicado no The Intercept a 29 de Março de
2018. No mesmo artigo descrevem-se outros casos de assédio por Bolton.
4.O
Gatestone Institute, a que John Bolton presidiu, é conhecido pela sua
parcialidade anti-muçulmana e «atraiu
a atenção por publicar artigos falsos e ser uma fonte de falsidades virais».
5.Joe
Lauria, jornalista que assistiu às conferências de imprensa de John Bolton na
ONU, descreve-o como uma pessoa «destituída de humor» e «permanentemente
irritado», apontando-lhe falhas de carácter ocultas do público. Bolton
parecia-lhe «levar pessoalmente a peito» qualquer oposição aos Estados Unidos,
como se o poder destes e o seu poder pessoal fossem um só. «Isto é mais do que
ideologia, é fanatismo», escreve Lauria, «Bolton acredita que a América é
excepcional, indispensável e superior a todas as nações». Ver Joe Lauria, «The Pathology of John Bolton», Consortium News, 23 de
Maio de 2019. Os vídeos que acompanham a peça, com entrevistas de John Bolton,
são notáveis.
6.A
intervenção eleitoral de John Bolton não conhece limites. Foi ele que
interrompeu a recontagem de votos na Flórida durante as eleições de 2000,
impedindo a vitória de Al Gore contra George W. Bush naquele que foi o maior
escândalo das eleições norte-americanas. Como recompensa, em 2001 foi nomeado
subsecretário de Estado. Ver o artigo de John Nichols «John Bolton vs. Democracy», em The Nation, 13 de Abril
de 2005. Nichols é o autor de Horsemen Of The Trumpocalypse - A Field Guide to the Most
Dangerous People in America (Hachette, 2017), um alinhamento dos «trapaceiros»
e «canalhas» reunidos por Donald Trump.
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