Sydney, Austrália, 13 mai 2019
(Lusa) - A primeira-ministra neozelandesa pediu hoje uma solução global para
impedir a divulgação de conteúdos de caráter terrorista ou violência extrema
nas redes sociais, como aconteceu no ataque contra duas mesquitas que fez 50
mortos, em 15 de março.
"As empresas detentoras das
redes sociais são plataformas globais, portanto a nossa resposta deve ser
global", afirmou Jacinda Ardern, num vídeo divulgado pelas redes sociais
antes da visita a Paris, onde irá encontrar-se com o Presidente francês,
Emmanuel Macron, na quarta-feira.
A reunião contará com a presença
de líderes de todo o mundo e representantes de empresas de tecnologia que serão
convidados a juntar-se ao "Apelo de Christchurch" para se
comprometerem a eliminar conteúdo extremista violento da Internet, que para
Ardern representa o começo de uma iniciativa em que espera ter mais apoio de
empresas e governos no futuro.
Brenton Tarrant, alegadamente
responsável pela morte de 50 pessoas em Christchurch, transmitiu os assassínios
em direto pela rede social Facebook, tendo o vídeo ficado disponível e a ser
partilhado em outras redes sociais, como o Twitter e o YouTube, durante várias
horas após o ataque.
"Este foi um ato terrorista
projetado para tornar-se viral, o terrorista transmitiu ao vivo e, após o
ataque, o vídeo foi alterado várias vezes para evitar que fosse excluído
automaticamente", indicou Jacinda Ardern, lembrando que o vídeo foi
partilhado mais de 1,5 milhões de vezes só no Facebook.
Vários neozelandeses assistiram
ao vídeo "não porque necessariamente o procuraram, mas porque a sua
proliferação era extrema", segundo a primeira-ministra, que sublinhou
assim a necessidade de adotar medidas para impedir a partilha de conteúdos
terroristas e violência extrema na Internet.
Jacinda Ardern também referiu que
as medidas adotadas, que incluem soluções tecnológicas, devem garantir que
"uma Internet livre, aberta e acessível seja preservada" para os
utilizadores.
SYSC (RCS) // ANP
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