O secretário dos EUA, Mike
Pompeo, inesperadamente decidiu comparecer a uma reunião entre os ministros das
Relações Exteriores da União Europeia em Bruxelas para discutir a situação do
Irão.
Durante as negociações, os
integrantes pareceram discordar sobre o assunto em questão, com a chefe da
política externa da UE, Federica Mogherini, instando Washington a moderar em
meio ao aumento das tensões.
Pompeo, por sua vez, compartilhou
a informação sobre a "elevação" das ameaças feitas pelo Irão, segundo
seu representante.
Perante a situação, a Sputnik Internacional discutiu as tensões entre o
Irão e os EUA com Sami Hamdi, editor-chefe do International Interest e consultor
de risco geopolítico.
Ao ser questionado sobre qual
seria a resposta da União Europeia em relação ao prazo dado pelo Irã para pôr
em prática compromissos do acordo nuclear de 2015, Sami Hamdi afirmou que
acredita que a UE peça mais tempo e com isso, rejeitará o prazo iraniano,
entretanto, devido às eleições norte-americanas, a UE pode vir a optar por
aguardar o resultado das eleições para se posicionar.
Além disso, o jornalista ressalta
que, em caso de uma vitória democrata, é muito provável que recupere o acordo
nuclear, o que iria suspender algumas das sanções impostas contra o Irão. Nesse
caso, mesmo com opções limitadas, Teerão poderia aceitar a opção de esperar até
as eleições nos EUA.
Com relação ao papel dos EUA em
uma possível escalada após o envio de um grupo de ataque de porta-aviões
norte-americanos, ele acredita que a política militar de Trump é obter aliados
para lutar, e não tropas americanas.
Trump deu um sinal claro de sua
arriscada abordagem à política externa ao tentar acabar com o conflito no
Afeganistão através de negociações de paz.
Isso tudo devido ao fato de que
os EUA não podem confiar na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos ou Qatar
como aliados para iniciar um combate. Dessa forma, sem aliados, os EUA temem se
envolver em outro "Vietname".
Além disso, o especialista
ressalta que Trump convidou o Irão a retomar as conversas sobre um acordo
nuclear e as sanções, isso ao mesmo tempo em que elevava a presença
militar dos EUA na região. Provavelmente, os EUA utilizaram essa tática de
intimidação para que o Irão retomasse as negociações.
Outro assunto em questão é a
ameaça real de um ataque preventivo dos EUA ou do Irão em meio às ameaças bilaterais,
e no ponto de vista de Sami Hamdi, o Irã não está preparado para arriscar uma
guerra contra os EUA, bem como os EUA não estão preparados para uma guerra sem
ter a certeza de que vencerá a batalha, principalmente pelo fato de que Trump
sabe que não há um grande interesse internacional por uma guerra.
Já com relação ao interesse da UE
em manter as relações comerciais com o Irão, mesmo perante as sanções
norte-americanas, o especialista aponta que a UE acredita no acordo nuclear,
entretanto, não acredita que a estabilização do sistema financeiro paralelo
seja a solução e, por isso, os europeus preferem permanecer ao lado de Trump.
Sputnik | © Foto: IRNA
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