segunda-feira, 17 de junho de 2019

Governo da Venezuela acusa Guaidó de envolvimento em esquema de corrupção


Segundo Caracas, membros da oposição pediram auxílio a Iván Duque para facilitar pagamento por quebra de contrato com mercenários; Guaidó pede 'investigação colombiana'

O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou nesta segunda-feira (17/06) evidências do que o governo venezuelano chama de "esquema de corrupção" envolvendo o deputado de direita e autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó, e outros membros da oposição.

De acordo com as provas apresentadas, Guaidó e outros opositores estão envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro proveniente das supostas "ajudas humanitárias" que ONGs queriam enviar à Venezuela.

As provas apresentadas por Rodríguez, em sua maioria capturas de telas dos telefones celulares dos envolvidos, mostram o opositor Roberto Marrero conversando com "Rossana de Cúcuta" sobre o cancelamento da contratação de "sicários" (agentes armados) de outros países da América Latina para causar focos de violência e desestabilização na Venezuela.


Ainda segundo as conversas divulgadas, Marrero se compromete a pagar valores de 500 mil e 700 mil dólares pela quebra dos contratos com os mercenários. Sobre isso, o opositor também teria conversado com Juan Guaidó e pedido que o deputado fizesse um apelo ao presidente da Colômbia, Iván Duque, para que o mandatário indicasse alguma ONG que lhes permitisse "manejar" esses pagamentos.

Roberto Marrero, que é considerado pelos opositores como "chefe de gabinete" do autoproclamado presidente Guaidó, está preso há mais de um mês por envolvimento em episódios violentos durante a tentativa de golpe de Estado contra Maduro no dia 30 de abril. Segundo o governo, "Rossana de Cúcuta" é Rossana Barrera, membro do partido Vontade Popular - o mesmo de Guaidó - que foi designada para atender desertores venezuelanos em Cúcuta, cidade colombiana na fronteira com a Venezuela.

O ministro venezuelano ainda afirmou que "Rossana de Cúcuta" estava encarregada pelos opositores de levar ao território colombiano pessoas com antecedentes criminais que se passavam por militares desertores para obter "fundos humanitários".

Ainda de acordo com Rodríguez, os deputados opositores Gaby Arellano e José Manuel Olivares foram responsáveis por fomentar atos violentos na fronteira do país com a Colômbia no dia 23 de fevereiro, quando o governo de Duque enviou caminhões de suposta "ajuda humanitária".

'Inteligência colombiana'

Em sua conta no Twitter, Juan Guaidó afirmou que a "delegação colombiana" - como se refere aos membros de seu partido que estão na Colômbia - "manejou com muita austeridade e limitações econômicas a situação de militares no país". 

O deputado ainda pediu que a "inteligência colombiana" investigue o caso. 

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