CEDEAO ameaça impor novas sanções
às autoridades políticas guineenses se não houver novo primeiro-ministro até
domingo, dia 23. Entretanto, líder do MADEM-G15 abdica de ser candidato a 2.º
vice-presidente do Parlamento.
A delegação ministerial da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apelou nesta
quinta-feira (20.06), em Bissau, ao Presidente da República e atores
políticos da Guiné-Bissau a facilitarem a nomeação do novo primeiro-ministro.
Segundo a CEDEAO, o
primeiro-ministro deverá ser indicado antes do dia 23 de junho, próximo
domingo, pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
vencedor das eleições legislativas. O prazo também marca o fim do mandato do
Presidente José Mário Vaz.
A CEDEAO insiste, igualmente, na
formação do novo Governo o mais rapidamente possível. A delegação ministerial
que fez dois dias de intensas reuniões com os principais atores políticos
guineenses sublinha a necessidade de ser concluída a eleição e a constituição
da mesa do Parlamento, com base nos dispositivos legais da Assembleia Nacional
Popular (ANP), e felicita o chefe de Estado guineense pela marcação da data das
presidenciais para 24 de novembro.
Para quem pôr entraves a estas
observações da CEDEAO, a organização pondera impor sanções aos responsáveis
pelo bloqueio do processo da estabilização da Guiné-Bissau.
Na quarta-feira (19.06), o
Presidente José Mário Vaz recusou o
nome de Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro.
Camará abdica de ser candidato a
2.º vice-presidente do Parlamento
Entretanto, o coordenador do
Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima Camará, anunciou
nesta quinta-feira em Bissau a sua decisão de abdicar da candidatura para o
cargo de segundo vice-presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, alegando
"os superiores interesses da nação".
O fato de o seu nome ter sido
chumbado pela maioria dos parlamentares na primeira sessão parlamentar, a 18 de
abril, abriu caminho para um novo impasse político que alegadamente tem
condicionado a nomeação do novo Governo, resultante das eleições legislativas
de 10 março.
"Em consequência e, em nome
dos interesses superiores do povo guineense, decidi abdicar da minha
candidatura ao cargo de segundo vice-presidente da ANP, colocando-o à
disposição do meu partido, para que possa propor um outro candidato, a submeter
ao sufrágio direto e secreto, nos termos do regimento da Assembleia Nacional
Popular (ANP)", afirmou em conferência de imprensa o líder da oposição
guineense, Braima Camará.
O MADEM, partido criado por
dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
e segundo mais votado nas legislativas de 10 de março, mantém um braço-de-ferro
com a maioria parlamentar por causa do lugar do 2º vice-presidente da mesa do
hemiciclo.
O partido indicou o seu líder,
Braima Camará, para aquele posto, mas em duas votações este não recebeu a
confiança da maioria de deputados, que pedem que aquele partido indique uma
outra figura para o lugar. O partido, que detém 27 dos 102 lugares no
parlamento, tinha, até agora, recusado indicar outro nome.
Braima Darame | Deutsche Welle
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