Maputo, 07 jun 2019 (Lusa) - A
justiça moçambicana confirmou hoje a prisão preventiva do antigo ministro dos
Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, anunciou a Procuradoria-Geral da
República (PGR) em comunicado.
“O juiz da Secção de Instrução
Criminal (SIC) do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo legalizou a prisão
preventiva de Paulo Zucula e concedeu liberdade provisória a Emiliano Finocchi
mediante pagamento de caução de 20 milhões de meticais (284 mil euros)", anunciou
a PGR.
Finocchi é arquiteto e à data dos
factos era dono da firma Geo Projectos Construções.
O antigo ministro Paulo Zucula
foi detido na terça-feira, no âmbito de uma investigação por suspeita dos
crimes de corrupção, branqueamento de capitais e participação económica.
Trata-se do processo nº
58/GCCC/17-IR, em que o então ministro Paulo Zucula é suspeito de ter recebido
valores que variam entre 135 mil dólares (120 mil euros) e 315 mil dólares (280
mil euros) para facilitar a adjudicação de obras do Aeroporto de Nacala, na
província de Nampula, à construtora brasileira Odebrecht.
O empreendimento permanece
subutilizado.
O alegado envolvimento de
cidadãos moçambicanos em atos de corrupção em que está implicada a Odebrecht
foi veiculado, pela primeira vez, em 2016, pela imprensa brasileira, no âmbito
das investigações sobre as operações da construtora no país e no estrangeiro.
Em abril de 2016, um juiz federal
de Nova Iorque condenou a construtora brasileira Odebrecht a pagar uma multa de
2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) pelo escândalo dos
subornos em países de África e América do Sul.
Além de Zucula, Manuel Chang,
antigo ministro das Finanças moçambicano e que está detido na África do Sul no
caso das dívidas ocultas, é também arguido, suspeito de ter recebido 250 mil
dólares (222 mil euros) no caso Odebrecht.
Em março deste ano, Paulo Zucula
já tinha sido condenado a 14 meses de prisão por ter autorizado o pagamento de
salários indevidos a gestores do Instituto de Aviação Civil de Moçambique
(IACM), uma pena que não chegou a cumprir por ter sido convertida em multa.
O antigo ministro é também,
juntamente com outros dois gestores, acusados pela justiça moçambicana de ter
recebido subornos no valor total de 800 mil dólares (711 mil euros) na compra
de duas aeronaves pela Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) à brasileira Embraer.
Lusa | Diário de Notícias
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