Secretário provincial do PODEMOS
na Zambézia garante que partido irá concorrer às eleições gerais de outubro,
apesar do número ainda insuficiente de assinaturas. Para altos membros, o nome
de Samito é o "mais sonante".
O partido PODEMOS (Povo Otimista
para o Desenvolvimento de Moçambique) angariou este sábado (08.06) duas mil
assinaturas em apoio à candidatura de Samora Machel Júnior às eleições gerais
de outubro. A maioria das assinaturas partiu de membros da Frente de Libertação
de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder, seguido de membros da Resistência
Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição, e do Movimento
Democrático de Moçambique (MDM).
Altos representantes do PODEMOS
referem que o nome de Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presidente
do país e militante destacado da FRELIMO, é o "mais sonante" para
representar o partido nas próximas eleições. O partido realizou a sua
primeira sessão ao nível provincial em Quelimane, na província Zambézia, com a
participação de membros oriundos dos distritos de Morrumbala, Namarroi, Mocuba
e Milange.
Vários membros deste partido
dizem-se otimistas e preparados para combater em pé de igualdade com outros
formações políticas partidárias que, a partir de setembro, estarão em batalha
por votos.
O PODEMOS é formado por membros
da FRELIMO que pediam mais "inclusão económica" e que
estavam "desencantados" com possíveis mudanças de rumo dentro do
partido, referiu Albino Forquilha, presidente do PODEMOS, a 14 de maio, quando
o partido foi legalizado. A nova organização é integrada por membros da
Associação de Ajuda ao Desenvolvimento de Moçambique (AJUDEM), que tentou
concorrer, sem sucesso, às eleições autárquicas de 2018 para o município de
Maputo com uma lista encabeçada por Samora Machel Júnior.
Em entrevista à
DW África em maio, Samora Machel Júnior adiantou, entretanto, que não
deixaria a FRELIMO caso recebesse um convite para ser candidato do PODEMOS
às presidenciais. "Como vou fazer uma coisa dessas? Eu sou da FRELIMO e
estou na FRELIMO", afirmou.
"Novo modelo de
governação"
Durante a reunião, Valdemiro
Mussoco referiu que o surgimento do PODEMOS partiu da reprovação da candidatura
de Samora Machel Júnior no ano passado pelo município de Maputo. "Temos
vários objetivos, principalmente para este período eleitoral. Já entramos na fase
de pré-campanha e depois vamos à campanha eleitoral", afirmou.
A maior parte dos membros do
PODEMOS veio da FRELIMO. Poucos vieram da RENAMO e do MDM. "Este partido
quer trazer um novo modelo de governação. Se fores a ver a FRELIMO, o
Presidente da República também é presidente do partido. Nós não queremos fazer
isso. Nossa intenção é separar o poder. O PODEMOS vai mudar este cenário",
afirmou Valdemiro Mussoco.
"O Presidente da República
não pode misturar os assuntos partidários e os assuntos de governação. Quando
assim acontece, o Presidente vira as suas atenções só para os membros do seu
partido, mas o país não é composto só por membros de um partido e, sim, por
muitas pessoas diferentes", acrescentou o secretário provincial do PODEMOS
na Zambézia.
Marcelino Mueia (Quelimane) |
Deutsche Welle
Na foto: Em maio, Samora Moisés
Machel disse à DW que não deixaria a FRELIMO
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