O secretário-geral do PCP
reiterou hoje que é "indispensável" mudar a Lei de Bases da Saúde e
separar o setor público do privado, criticando o PS e BE pela "porta em
aberto" à criação de Parcerias Público-Privadas (PPP).
Mantemos a opinião de que é
indispensável e imperioso mudar a Lei de Bases e clarificar, sem
ambiguidades, a separação entre o setor público e privado",
defendeu Jerónimo de Sousa, afirmando que a proposta do PS "favorece os
grandes grupos monopolistas que operam no setor da saúde,
prejudicando os doentes, os dinheiros públicos e o Serviço Nacional de
Saúde".
O líder comunista falava numa
sessão pública no Largo da Misericórdia, em Setúbal, onde não comentou o
desacordo político entre o PS e BE em relação ao enquadramento
das PPP na Lei de Bases da Saúde, mas criticou os diplomas de ambos
os partidos.
"Tanto as propostas do PS
como do BE deixavam a porta em aberto e empurravam o problema com a barriga,
permitindo a criação de novas PPP", explicou.
O PS e o BE encontram-se em
confronto político desde terça-feira, após debate quinzenal, devido às visões
opostas sobre as Parcerias Público-Privadas na saúde.
No entanto, na visão de Jerónimo
de Sousa, não há outra opção que não "pôr fim às PPP".
Segundo o líder comunista, esta
questão na saúde é um exemplo dos vários "problemas estruturais"
causados pela política de direita, conduzida pelo
PS, PSD e CDS-PP durante mais de quatro décadas.
"Camaradas, a política de
direita não é um mero 'slogan' ou um conceito vazio, a política de direita tem
um conteúdo e uma expressão muito concreta e uma natureza de classe bem
determinada. Essa política conduziu o país ao retrocesso, foi e é a política a
restaurar e consolidar em Portugal o domínio do grande capital monopolista",
defendeu.
Neste sentido, o secretário-geral
do PCP lembrou aos militantes presentes que se aproximam as eleições
legislativas e admitiu que "as dificuldades vão ser grandes" na
campanha, mas frisou que é possível "um caminho de avanços através
da CDU".
"Sim, as dificuldades vão
ser grandes, o silenciamento vai ser muito e a campanha ideológica
vai acentuar-se, mas assim havia de ser camaradas, por causa do partido que
temos e que somos, por causa da CDU sempre do lado dos trabalhadores
e do povo, sempre na luta contra o capital. O que esperávamos? Queríamos que o
capital nos perdoasse? Não, não conseguem fazer isso e é por isso que vamos,
com certeza, fazer boa cara ao mau tempo, vamos estar animados pela esperança e
pela confiança de que é possível uma vida melhor para os portugueses",
afirmou.
Nesta sessão também discursou o
primeiro candidato da CDU às eleições legislativas pelo círculo
eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes, que lembrou a importância da
terceira travessia do Tejo, entre o Barreiro e Lisboa, a construção do hospital
do Seixal, o aumento da frota dos transportes públicos e o fim da concessão
à Fertagus, que assegura o transporte ferroviário entre a Margem Sul e
Lisboa.
Notícias ao Minuto | Lusa | Foto:
Reuters
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