segunda-feira, 3 de junho de 2019

Presidente chinês visita Rússia para acertar estratégias com Putin


O Presidente chinês, realiza esta semana uma visita à Rússia, onde participará no 23º Fórum Económico Internacional e acertará estratégias com o seu grande parceiro internacional, face às crescentes tensões com os EUA.

Xi Jinping e Vladimir Putin "vão atualizar e fortalecer as relações", num momento em que a situação internacional apresenta "mudanças sem precedentes no espaço de um século" e sofre "grande impacto do unilateralismo", disse hoje o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Zhang Hanhui, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Sem referir a guerra comercial entre a China e os EUA, Zhang sublinhou que as relações entre Pequim e Moscovo são cada vez mais "maduras, estáveis e fortes" e serão reforçadas nesta visita de três dias para a qual Xi Jinping parte na quarta-feira.

"Esta visita consolidará a base política das relações sino-russas, reafirmará o seu apoio mútuo em questões que envolvem as respetivas preocupações fundamentais e assegurará que as relações não serão afetadas por qualquer mudança na situação internacional", acrescentou.



Especialistas preveem que Pequim e Moscovo continuarão a traçar estratégias comuns, sobre a Venezuela ou Coreia do Norte, enquanto a guerra comercial com Washington se agrava.

No entanto, Putin poderá também tentar explorar as disputas comerciais entre Pequim e Washington para melhorar a capacidade de manobra da Rússia nas relações com os dois países.

A Xinhua avançou que os dois chefes de Estado deverão assinar documentos de cooperação em áreas como agricultura, finanças, ciência e tecnologia e comércio eletrónico.

Os dois presidentes devem ainda discutir projetos de infraestrutura, como a ponte que ligará Heihe, cidade fronteiriça da província chinesa de Heilongjiang, com a cidade russa vizinha de Blagoveshchensk, permitindo triplicar o volume atual de carga naquela área.

Xi participará ainda num evento para celebrar o 70º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas e no 23º Fórum Económico Internacional, em São Petersburgo, onde apresentará ideias para o "desenvolvimento sustentável, a defesa do multilateralismo e a melhoria da governação global para o desenvolvimento e a prosperidade", segundo a Xinhua.

A cooperação militar entre os dois países tem também aumentado, com intercâmbios de alto nível entre as forças armadas, para marcar o 70º aniversário das relações, e que incluirão "formação em combate real e outras competências militares", segundo o porta-voz do ministério chinês da Defesa Wu Qian.

As marinhas dos dois países conduziram um exercício naval conjunto, no início de maio, em Qingdao, na província de Shandong, leste da China, destinada a preparar para "combate real" e reforçar a "capacidade de comando conjunto e resposta a ameaças à segurança marítima".

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto: Reuters

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