quarta-feira, 19 de junho de 2019

Timor-Leste | CNRT lamenta "falta de sentido de Estado" do PR


Díli, 18 jun 2019 (Lusa) -- O Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), maior partido da coligação do Governo em Timor-Leste, lamentou hoje o que considera ser a falta de sentido de Estado do Presidente do país, Francisco Guterres Lu-Olo.

"O partido CRNT lamenta a falta de sentido de Estado do presidente da Fretilin, que está, também, de jure, em funções como presidente de Timor-Leste", refere um comunicado do CNRT, enviado à Lusa.

O comunicado surge na sequência de uma reunião mantida na segunda-feira pela Comissão Política Nacional e pela Comissão Diretiva Nacional do CNRT em Díli para "analisar a situação" política que se vive no país.

No texto, o partido rejeita ainda o que considera ser as contradições do Presidente de Timor-Leste sobre a inclusão política e explica que não autoriza quaisquer dirigentes do CNRT a tomarem "qualquer iniciativa para diálogo seja com quem for".


A nota, enviada à Lusa, pretende "clarificar algumas dúvidas que possam permanecer na sociedade timorense" depois da reunião do passado fim de semana da liderança da coligação do Governo, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP).

Na mesma nota, o maior partido do Governo, liderado por Xanana Gusmão, critica igualmente o que classifica como a "inércia" da justiça e dos atores judiciais por não ter atuado perante "a delapidação de dezenas de milhões de dólares do fundo soberano com práticas contrárias ao bem-estar do país" alegadamente cometidas na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), segundo uma auditoria da Câmara de Contas.

A RAEOA é presidida por Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), atualmente na oposição.

O CNRT diz que essa postura da justiça contrasta com a posição adotada face a membros de anteriores Governos liderados pelo CNRT que foram condenados por "prejuízos de 10 mil dólares", provocando um "sentimento de angústia" e a perceção de que a justiça "não atua em defesa do bem-estar da nação e do povo, mas sim "pelos interesses dos partidos".

No comunicado, o CNRT rejeita ainda as críticas dos que exigem debates sobre o investimento na costa sul, mas que depois não participam nesses debates, como o que ocorreu em dezembro do ano passado em Díli onde o Presidente da República e a liderança máxima da Fretilin não estiveram presentes.

A Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), que venceu as eleições de 2018 com maioria absoluta é formada pelo CNRT, de Xanana Gusmão, pelo Partido de Libertação Nacional (PLP) do primeiro-ministro Taur Matan Ruak e pelo Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

ASP//MIM

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