Jornal de Angola | editorial
O diálogo e a concertação entre
as entidades empregadoras, públicas ou privadas, e os representantes dos seus
trabalhadores, é sempre a melhor via para se resolver diferendos laborais e
outras reivindicações. Aqueles dois pressupostos são importantes, quando
devidamente explorados por todas as partes, transformando-se hoje numa espécie
de barómetro que permite mensurar o grau menor, maior ou eventualmente
inexistente do seu exercício nas organizações.
Na verdade, os contenciosos
laborais que envolvem as administrações de algumas empresas e os seus
trabalhadores, reveladores de problemas por que passam determinadas
instituições, não devem ser encarados como situações embaraçosas em si mesmas.
O processo torna-se embaraçoso quando, até certo ponto, a capacidade de contornar os problemas, recorrendo a recursos baratos e acessíveis tais como o diálogo e a concertação, acaba superada pela impaciência, pela gestão injustificável dos “egos”, entre outros males.
Mas não nos devemos espantar, nem problematizar quando confrontados com anúncios de greves ou rupturas temporárias das linhas de comunicação entre as duas entidades, a empregadora e a dos empregados. Espantemo-nos, sim, se as partes não forem capazes de juntarem-se à mesa para, no âmbito do diálogo e concertação, dirimirem e superarem as suas diferenças.
Não podemos esperar que, em tudo e relativamente às questões laborais, as pessoas estejam sempre de acordo, razão pela qual e por força da referida inevitabilidade é sempre importante a possibilidade de antecipação aos factos.
Há realidades, vividas em muitas instituições, públicas e privadas, ligadas à gestão do pessoal, ao exercício da chefia, à acção do poder disciplinar, entre outros, que são verdadeiras "bombas-relógio” no que aos conflitos dizem respeito.
Atendendo à natureza humana, sempre propensa a exigir mais e melhor, facto natural e normal, nada melhor que o diálogo e concertação permanentes como forma de aproximar posições e, assim, evitarem males maiores.
Acreditamos que, independentemente das situações por que passam as empresas, na relação com os seus colaboradores, o diálogo e a concertação funcionam e devem funcionar sempre como medidas preventivas contra os efeitos contrários à existência daquele importante binómio.
Se optarmos sempre e preferencialmente pela via do diálogo e concertação seremos mais dignos da construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.
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