terça-feira, 23 de julho de 2019

“Assassinos do Mediterrâneo” abundam na União Europeia


Os responsáveis da União Europeia, eleitos e não eleitos, assim como os responsáveis dos respetivos países integrantes da dita união, demonstrariam ser homens e mulheres com alguma vergonha se borrassem as suas caras com o negro mais negro existente em fossas e esgotos de modo a demonstrar a sua auto-condenação e auto-critica pelas responsabilidades acrescidas que lhes cabe na mortandade que há anos se regista nas águas do Mediterrâneo. 

Pelo menos 14 mil pessoas morreram no Mediterrâneo por morte provocada pela UE. Afinal estamos a referir-nos a engravatados de colarinhos brancos (ou não) mais conhecidos por “Assassinos do Mediterrâneo”, como já há muito lhes chamam.

Entretanto o cenário tende a agravar-se. A legenda da foto acima exibida é exata e muito elucidativa. Autoria de Chris MacCrath / Getty Images. Específica: “Exilados pedem ajuda ao largo de Lampedusa. A época em que as águas estão mais calmas e menos frias já começou - e num Mediterrâneo Central quase sem barcos de resgate, a situação humanitária vai complicar-se.”

O artigo provém do Expresso e por lá existem outros a abordar o macabro tema. Evidentemente que não o publicamos na totalidade porque “não há almoços grátis” nem o senhor Balsemão/Impresa abre mão dos cifrões com que depois vai comprar os “melões” de luxo e que garantem a sustentabilidade das suas espampanantes mordomias e boas viduxas… Essa é outra faceta da “história global” dos tempos que correm e que esbarra na dicotomia pobres e ricos… São coisas de “outros trocados”, em montanhas de notas de euros e de dólares, de ouro, jóias, existências nababas,  casarões, etc.

Leia-se o possível do artigo no Expresso, que reproduzimos a seguir.

Redação PG

Esta é a acusação mais grave e séria: a UE “provocou conscientemente a morte de mais de 14 mil pessoas”


Ele diz que não se trata de uma catástrofe natural e que as mortes podiam ter sido evitadas - a acusação é séria, a mais séria de todas. Juan Branco quer os dirigentes da UE julgados por crimes contra a Humanidade pela forma como lidaram com a crise migratória nos últimos quatro anos. O jovem advogado acredita que os líderes europeus “não só deixaram morrer mais de 14 mil pessoas no Mediterrâneo como têm provocado a morte de tantas outras”, vítimas de “execuções, tortura e abusos sexuais” nos centros de detenção na Líbia para onde são enviados depois de resgatados

A chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu a 17 de janeiro de 2017 uma nota com pormenores assustadores. Um diplomata da embaixada da Alemanha no Níger escreve-lhe que visitou os campos de detenção na Líbia e comparou o que viu aos campos de concentração durante o Holocausto, “com execuções, tortura, abusos sexuais e extorsões todos os dias”, sendo ali cometidas “as mais graves e sistemáticas violações dos direitos humanos”. Entre 2016 e 2018, mais de 40 mil pessoas foram trazidas dos barcos em que tentavam fugir de regresso a estes centros. Duas semanas depois daquele aviso, a 3 de fevereiro, os líderes da UE encontraram-se em Malta e assinaram mesmo assim um protocolo de cooperação com as autoridades líbias. Foram mobilizados 200 milhões de euros para parar, ou pelo menos reduzir em muitas centenas, o fluxo migratório.

Esta é uma das razões que levaram Juan Branco, advogado franco-espanhol que estagiou no Tribunal Penal Internacional (TPI), a desenvolver, em conjunto com o advogado israelita Omer Shatz, um processo penal contra Estados-membros da UE e diretores-gerais da Comissão Europeia. A outra tem que ver com o fim, em 2014, da operação de salvamento Mare Nostrum, que era financiada por Itália e permitiu salvar milhares de pessoas - mas depois as mortes aumentaram com o fim dessa operação. Segundo números da Organização Internacional das Migrações, 3.200 migrantes morreram afogados em 2014, em 2015 esse número subiu para 4.000 e em 2016 para 5.000. “Estamos a acusar dirigentes europeus e funcionários da UE, assim como os governos de alguns dos seus Estados-membros, por terem deixado morrer ou provocar conscientemente a morte de mais de 14 mil pessoas entre 2014 e 2018, pessoas que eram civis e que foram atacadas de maneira sistemática e generalizada”, explica Juan Branco em entrevista ao Expresso.

Ana França | Helena Bento | Expresso

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