Arrancou na serra da Gorongosa o
processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens armados da
RENAMO. Foi um momento "histórico", segundo o líder do partido,
Ossufo Momade.
Foi um momento carregado de
"simbolismo", segundo o líder da Resistência Nacional Moçambicana
(RENAMO), Ossufo Momade. Esta segunda-feira (29.07), quatro guerrilheiros do
maior partido da oposição moçambicana entregaram as armas à Comissão dos Assuntos
Militares do país.
"A partir desta cerimónia
histórica e de grande simbolismo, esperamos que prevaleçam esses valores, para
que não voltemos a cometer os mesmos erros do passado", afirmou Momade.
Cumprir as promessas
O processo de Desarmamento,
Desmobilização e Reintegração (DDR) é um passo crucial para a assinatura de um
acordo entre o Governo e a RENAMO para a paz definitiva em Moçambique.
Na segunda-feira, outros 46
guerrilheiros registaram os seus dados pessoais para posterior desarmamento. O
processo é orientado por Ossufo Momade.
O líder da RENAMO apelou ao
respeito dos acordos alcançados entre o partido e o Executivo moçambicano:
"Somos por uma reintegração humanizada, daí que aguardamos a concretização
das promessas de apoio feitas pelo Governo e pela comunidade internacional, para
que esse fim seja a realidade", sublinhou.
Ao todo, 5221 guerrilheiros da
RENAMO deverão ser abrangidos pelo DDR.
Voltar a casa
Os guerrilheiros do braço armado
da RENAMO que entregaram as armas na segunda-feira disseram estar satisfeitos
com o arranque do DDR - "porque esta guerra mata as pessoas", disse
um deles aos jornalistas.
Agora, podem "regressar a
casa", ao convívio familiar, e "fazer os trabalhos de casa", por
exemplo.
Ossufo Momade agradeceu aos
guerrilheiros: "Muito obrigado, heróis vivos, porque sois pedras angulares
da vitória da democracia. Lutastes e vencestes".
O DDR arrancou no mesmo dia em
que o Parlamento moçambicano aprovou a Lei
de Amnistia para afastar a responsabilidade criminal por atos
praticados durante os confrontos entre as forças do Governo e da RENAMO, entre
2014 e 2016.
Arcénio Sebastião (Beira),
Agência Lusa
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