terça-feira, 30 de julho de 2019

Moçambique | Começa desarmamento da RENAMO


Arrancou na serra da Gorongosa o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens armados da RENAMO. Foi um momento "histórico", segundo o líder do partido, Ossufo Momade.

Foi um momento carregado de "simbolismo", segundo o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade. Esta segunda-feira (29.07), quatro guerrilheiros do maior partido da oposição moçambicana entregaram as armas à Comissão dos Assuntos Militares do país.

"A partir desta cerimónia histórica e de grande simbolismo, esperamos que prevaleçam esses valores, para que não voltemos a cometer os mesmos erros do passado", afirmou Momade.


Cumprir as promessas

O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) é um passo crucial para a assinatura de um acordo entre o Governo e a RENAMO para a paz definitiva em Moçambique.

Na segunda-feira, outros 46 guerrilheiros registaram os seus dados pessoais para posterior desarmamento. O processo é orientado por Ossufo Momade.

O líder da RENAMO apelou ao respeito dos acordos alcançados entre o partido e o Executivo moçambicano: "Somos por uma reintegração humanizada, daí que aguardamos a concretização das promessas de apoio feitas pelo Governo e pela comunidade internacional, para que esse fim seja a realidade", sublinhou.

Ao todo, 5221 guerrilheiros da RENAMO deverão ser abrangidos pelo DDR.

Voltar a casa

Os guerrilheiros do braço armado da RENAMO que entregaram as armas na segunda-feira disseram estar satisfeitos com o arranque do DDR - "porque esta guerra mata as pessoas", disse um deles aos jornalistas.

Agora, podem "regressar a casa", ao convívio familiar, e "fazer os trabalhos de casa", por exemplo.

Ossufo Momade agradeceu aos guerrilheiros: "Muito obrigado, heróis vivos, porque sois pedras angulares da vitória da democracia. Lutastes e vencestes".

O DDR arrancou no mesmo dia em que o Parlamento moçambicano aprovou a Lei de Amnistia para afastar a responsabilidade criminal por atos praticados durante os confrontos entre as forças do Governo e da RENAMO, entre 2014 e 2016.

Arcénio Sebastião (Beira), Agência Lusa

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