Quantum Global anunciou que
autoridades suíças arquivaram as investigações sobre a utilização de verbas do
Fundo Soberano de Angola e que está reposta a reabilitação do seu presidente.
A empresa Quantum Global
anunciou, em Zurique, que as autoridades suíças arquivaram as investigações
sobre a utilização de verbas do Fundo Soberano de Angola, considerando que está
reposta a reabilitação do seu presidente, Jean-Claude Bastos de Morais.
"Com o fim de todas as
investigações, Jean-Claude Bastos deu mais um passo rumo à sua completa
reabilitação contra as falsas e infundadas alegações feitas contra si e o
Quantum Global Group", lê-se num comunicado colocado no site desta gestora
de investimentos.
"O final da investigação
contra terceiros segue-se à libertação de Bastos, que estava sob custódia em
Angola até final de março, e ao arquivamento de todas as acusações,
confirmando-se que nenhuma acusação foi deduzida contra ele ou as suas empresas",
acrescenta o comunicado.
O mesmo se aplica, conclui o
documento, relativamente aos processos em investigação na justiça britânica,
que "clarificou que as atividades do Quantum Global Group e de Bastos
foram executados de acordo com contratos comercialmente válidos e legalmente vinculativos".
Em 22 de março deste ano, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola indicou que o Estado angolano
recuperou 3.300 milhões de dólares (2.870 milhões de euros) pertencentes ao
Fundo Soberano de Angola sob gestão do empresário suíço-angolano Jean-Claude
Bastos de Morais e respetiva empresa.
Num comunicado, a que a Lusa teve
então acesso, a PGR referiu que os valores foram recuperados no âmbito das
atividades do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos, que resultou na
recuperação de todos os ativos financeiros e não financeiros do Fundo Soberano
de Angola.
Segundo a PGR angolana, 2.300
milhões de dólares foram recuperados em ativos financeiros e outros 1.000
milhões de dólares recuperados a favor do Fundo Soberano de Angola todo o
património imobiliário, constituído por empreendimentos hoteleiros, minas de
ouro, fazendas e 'resorts' sediados em Angola e no exterior.
Bastos de Morais em liberdade
O valor recuperado, sob gestão de
Jean-Claude Bastos de Morais, presidente das empresas do grupo Quantum Global,
que esteve detido entre 24 de setembro de 2018 e 22 de março deste ano, estavam
domiciliados em bancos do Reino Unido e das Ilhas Maurícias.
"Por conseguinte, o
Ministério Público decidiu não mais prosseguir criminalmente contra o senhor
Jean-Claude de Morais Bastos, tendo-lhe sido restituída a liberdade",
referiu-se no comunicado.
Jean-Claude Bastos de Morais
estava acusado de vários crimes, nomeadamente associação criminosa, recebimento
indevido de vantagem, corrupção e participação económica em negócios.
O suíço-angolano é presidente e
fundador da Quantum Global, empresa que geria os ativos do Fundo Soberano de
Angola, do qual foi presidente José Filomeno dos Santos, que esteve em prisão
preventiva entre 24 de setembro de 2018 e 24 de março deste ano.
José Filomeno dos Santos, filho
do ex-Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, nomeado pelo
pai, em 2012, para presidente do Fundo Soberano, foi exonerado, em janeiro de
2018, pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço.
Agência Lusa, ar | Deutsche Welle
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