Em 30 de Agosto de 1999
realizou-se em Timor-Leste o referendo para a independência da ex-colónia
portuguesa sob o domínio da Indonésia após cerca de 25 anos de invasão (1975)
violenta e assassina das forças militares e militarizadas do regime do ditador
Shuarto.
Na atualidade, em 30 de Agosto,
amanhã, comemora-se no país os 20 anos da votação em referendo que abriu
caminho à independência e posterior reconhecimento mundial da República Democrática de
Timor-Leste.
Sobre o tema trazemos o texto
parcial de Wikipédia e seguidamente, do Jornal Tornado, parcialmente,
apresentamos o artigo de J.T. Matebian, em
Timor-Leste. Depois é só seguir as ligações que deixamos e inteirar-se nas
referidas fontes sobre o ocorrido historicamente e como está Timor-Leste na
atualidade.
Passados 20 anos grassa a pobreza
e a riqueza também. Mais de dois terços de pouco mais de um milhão de
timorenses sobrevive pobremente, muitas vezes miseravelmente. A classe média
situa-se em menos de um terço da referida população, enquanto que a elite – políticos,
familiares e algum empresariado enriqueceu surpreendentemente, exponencialmente,
imoralmente. Concluiu-se há muito que Indonésia e a ONU (UNTAET) deixaram naquele país o vírus da corrupção bem
ativo, infelizmente.
Com regozijo e em memória aos
mais de 200 mil timorense assassinados durante a ocupação do regime ditatorial
de Shuarto deixamos a porta aberta para o acesso à causa de Timor-Leste nestas
comemorações dos 20 anos de alguma liberdade, independência e democracia. Também
de reconstrução do país do sol nascente, Timor Lorosae.
Redação PG
Referendo de independência de
Timor-Leste de 1999
O referendo sobre a
independência do Timor-Leste foi realizado em 30 de
agosto de 1999, como decisão política sobre o Timor-Leste,
um país do Sudeste Asiático. As origens do referendo deram-se
com o pedido feito pelo Presidente da Indonésia, Bacharuddin
Jusuf Habibie, ao Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan,
em 27 de janeiro de 1999. O pedido
consistia em realizar um referendo em Timor-Leste, no qual seria dado, à
província indonésia, o poder de escolha de uma maior autonomia dentro
da Indonésia ou
a independência.
Nos meses anteriores, o
Presidente Jusuf Habibie tinha feito várias declarações públicas em que ele
mencionava que os custos de manutenção de subsídios monetários
para apoiar a província não foram equilibrados por qualquer benefício
mensurável para a Indonésia. Devido a esta desfavorável análise
custo-benefício, a decisão mais racional seria ser dada, à província, que não
fazia parte dos limites originais da Indonésia até 1945, a escolha democrática
sobre se queria ou não permanecer na Indonésia. Esta escolha também ficou em
pauta com o programa de democratização geral de Habibie, no período pós-Suharto.
Como etapa de acompanhamento para
o pedido de Habibie, a ONU organizou reunião entre o governo indonésio e o
governo português(que
detinha a autoridade colonial anterior sobre Timor-Leste).[1] Em 5 de maio de 1999, essas
negociações resultaram no "Acordo entre a República da Indonésia e a
República Portuguesa sobre a Questão de Timor-Leste". O referendo seria
realizado para determinar se Timor Leste permaneceria parte da Indonésia como
uma Região Autónoma Especial, ou separar-se-ia da Indonésia.[2] O
referendo foi organizado e monitorado pela Missão das Nações Unidas em
Timor-Leste (UNAMET) e 450 000 pessoas estavam aptas a votar, incluindo 13 000
timorenses fora dos limites territoriais do Timor-Leste.
20 anos de referendo em
Timor-Leste
A UNTAET transmitiu de facto o
poder aos timorenses?
Esta é a pergunta colocada pelo
político e académico Avelino Coelho, após 20 anos da data que assinalou o
referendo em Timor-Leste, em 30 de Agosto de 1999, e depois do governo
transitório da ONU ter cumprido a sua missão.
Passadas duas décadas do referendo
em Timor-Leste e da restauração da independência em 2002 persistem os problemas
socioeconómicos neste país lusófono. Para tentar analisar-se a situação em que
este país se encontra, decidimos auscultar a opinião de um dos nacionalistas
mais coerentes e respeitados de Timor-Leste, Avelino Maria Coelho da Silva.
Interpelado pelo nosso Jornal
sobre o day after do Referendo, Avelino Coelho interroga-se: “a
UNTAET transmitiu de facto o poder aos timorenses?”.
O referendo e as questões não
resolvidas
As negociações tripartidas
conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e envolvendo Portugal e a
Indonésia, apesar da controvérsia que gerou, culminaram, em 5 de Maio de 1999,
com a assinatura de um acordo para a realização de uma consulta Popular em
Timor-Leste que ocorreu no dia 30 de Agosto de 1999, há duas décadas.
Por ocasião da efeméride, o
Parlamento Nacional de Timor-Leste anunciou a edição para breve de um
livro «sobre o Referendo» para honrar a memória de todos aqueles que sofreram
no arrastado conflito político-militar cujos excessos provocaram a morte de
muitos milhares de pessoas.
A propósito do referendo, Avelino
Coelho, conhecido durante a luta de libertação pelo nome de código “Shalar kosi
/ FF”, e considerado um dos principais líderes da Frente Clandestina, referiu
que o referendo expressou “a realização histórica de um povo que acreditou no
seu direito e por ela, denodadamente, se bateu, apesar das incomensuráveis
dificuldades e desafios”.
Mas, passaram 20 anos do
referendo, e persistem muitos problemas socioeconómicos neste país lusófono,
havendo inúmeras questões não resolvidas. A reflexão em torno das consequências
da realização do referendo, segundo Coelho, é por isso “um imperativo nacional
na medida em que apesar de termos anunciado a nossa independência, é sabido que
mesmo depois da Libertação, persistem os problemas sócio-económicos, sem
solução, e arrastam-se cada vez mais, distanciando as famílias das vítimas da
realização dos sonhos pelos quais os seus ente queridos deram a vida”.
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