Díli, 29 ago 2019 (Lusa) - O
Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, lembrou hoje que a demora
na afirmação da justiça no país custou "dezenas e dezenas de milhar de
vidas", considerando que numa população daquela dimensão, "se pode
falar de um genocídio".
Francisco Guterres Lu-Olo falou
na abertura de um jantar no Palácio da Presidência, na capital timorense, Díli,
que contou com representantes de Estado e governamentais de países como
Portugal, Cabo Verde, Austrália, Vanuatu, República Centro-Africana e de
organizações como as Nações Unidas.
No seu discurso, na véspera do
dia em que se assinalam vinte anos do referendo que concedeu a independência a
Timor-Leste, o chefe de Estado timorense afirmou que se mostra preocupado com a
paz, "que se assenta na justiça e no desenvolvimento sustentável".
Nesse sentido, Francisco Guterres
Lu-Olo assinalou "a falta de respeito" pelo meio ambiente e os seus
efeitos.
"A falta de respeito para
com a mãe-terra traduz-se em drásticas alterações climáticas com repercussões na
biodiversidade, na agricultura, causando por vezes longas secas, por vezes
cheias devastadoras, tudo isso com preço em vidas humanas", disse.
O Presidente timorense criticou
ainda a "incapacidade" do uso do diálogo para a resolução de conflitos,
que, no seu ponto de vista, "tem dado origem a guerras com reflexos na
movimentação humana e com sofrimento indizível", acrescentando que "a
democracia está ameaçada".
Estas condições levam o chefe de
Estado timorense a assumir "tempos de incerteza" no futuro da humanidade,
mas que ainda assim se mostra esperançoso de que, "alicerçados nos
valores" que levaram à independência de Timor-Leste, estas ameaças possam
ser afastadas.
JYO // PJA
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