sexta-feira, 30 de agosto de 2019

30 de Agosto | Presidente timorense recorda morte de "dezenas e dezenas de milhar"


Díli, 29 ago 2019 (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, lembrou hoje que a demora na afirmação da justiça no país custou "dezenas e dezenas de milhar de vidas", considerando que numa população daquela dimensão, "se pode falar de um genocídio".

Francisco Guterres Lu-Olo falou na abertura de um jantar no Palácio da Presidência, na capital timorense, Díli, que contou com representantes de Estado e governamentais de países como Portugal, Cabo Verde, Austrália, Vanuatu, República Centro-Africana e de organizações como as Nações Unidas.

No seu discurso, na véspera do dia em que se assinalam vinte anos do referendo que concedeu a independência a Timor-Leste, o chefe de Estado timorense afirmou que se mostra preocupado com a paz, "que se assenta na justiça e no desenvolvimento sustentável".

Nesse sentido, Francisco Guterres Lu-Olo assinalou "a falta de respeito" pelo meio ambiente e os seus efeitos.

"A falta de respeito para com a mãe-terra traduz-se em drásticas alterações climáticas com repercussões na biodiversidade, na agricultura, causando por vezes longas secas, por vezes cheias devastadoras, tudo isso com preço em vidas humanas", disse.

O Presidente timorense criticou ainda a "incapacidade" do uso do diálogo para a resolução de conflitos, que, no seu ponto de vista, "tem dado origem a guerras com reflexos na movimentação humana e com sofrimento indizível", acrescentando que "a democracia está ameaçada".

Estas condições levam o chefe de Estado timorense a assumir "tempos de incerteza" no futuro da humanidade, mas que ainda assim se mostra esperançoso de que, "alicerçados nos valores" que levaram à independência de Timor-Leste, estas ameaças possam ser afastadas.

JYO // PJA

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