No lançamento da sua candidatura
independente para as eleições presidenciais guineenses, "Cadogo"
promete mais democracia, transparência e justiça social para a Guiné-Bissau.
Carlos Gomes Júnior, lançou esta
quarta-feira (14.08.) a candidatura
independente para as eleições presidenciais de 24 de novembro, na
Guiné-Bissau, e prometeu lutar para o reforço da democracia, da transparência e
da justiça social.
O lançamento da candidatura do
ex-chefe do governo guineense, afastado do poder pelo golpe de Estado, em 2012,
aconteceu em Gardete, a 12
quilómetros de Bissau, juntando milhares de pessoas.
No seu discurso, Carlos Gomes
Júnior (Cadogo como é conhecido), referiu-se a vários aspetos da vida política
da Guiné-Bissau, mas centrou a sua mensagem naquilo que segundo disse, deve ser
o "verdadeiro papel do Presidente da República".
Candidato à revelia do PAIGC
O homem que se assume como
candidato independente,à
revelia do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), partido do qual é ainda militante, fez várias promessas:
"Como Presidente da
República, tudo farei para que o reforço da democracia e do Estado de Direito
seja uma realidade perene e absoluta, pelo que, lutarei com todas as minhas
forças para que seja reforçada a democratização dos parâmetros da governação,
suscitando positivamente a promoção da transparência, da justiça social e uma
redistribuição mais justa e equitativa dos recursos do país", disse
perante uma ovação.
"Cadogo" afirmou ainda
que o Presidente da República não é parte do poder executivo e nem deve
imiscuir-se no seu normal exercício. No atual contexto constitucional, ao Chefe
de Estado, cabe a função do parceiro do governo, alertou o candidato.
"O Presidente da República
deve desenvolver com o Executivo, uma relação institucional na base das leis e na
sã convivência e interação de poderes e competências, devendo nesse âmbito,
agir como um parceiro estratégico do governo, criando concertações e sinergias,
em busca do desenvolvimento e o bem-estar social dos nossos cidadãos".
Promover o diálogo
O ex-primeiro-ministro destacou a
necessidade de promover o diálogo com as forças políticas, a classe castrense e
a sociedade civil, visando uma cultura de paz na Guiné-Bissau.
A DW África, ouviu a opinião de
alguns guineenses sobre o que pensam da candidatura de Gomes
Júnior:
“Se formos ver o passado dele,
enquanto esteve no governo do país, havia muita agitação política e social”,
observou o cidadão Umaro Sané, enquanto Braima Djassi, considera que esta
candidatura não é bem-vinda. “Carlos Gomes Júnior deve ficar ainda
fora do contexto político guineense, até que alguns casos menos abonatórios
e que ele terá sido um dos principais suspeitos sejam esclarecidos”.
Por seu lado, a cidadã Eulália da Silva remeteu a decisão para os guineenses:
“Carlos Gomes Júnior tem o direito de se candidatar e cabe aos guineenses
saberem fazer a boa escolha para os próximos cinco anos”, concluiu.
Percurso político
Fizeram-se representar na
cerimónia do lançamento da candidatura, várias individualidades da vida pública
da Guiné-Bissau, uma ocasião que serviu para Carlos Gomes Júnior lembrar o seu
percurso político e "feitos positivos", enquanto líder do PAIGC
(atualmente no poder), levando aquele partido a conquistar 67 dos 102 lugares
no Parlamento guineense, em 2008.
Apoiam a candidatura independente
de Carlos Gomes Júnior, o antigo Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo
Pereira, que é responsável do gabinete estratégico da candidatura, Fernando
Mendonça, antigo ministro da Comunicação Social e Diretor Nacional da Campanha,
e ainda Fernando Gomes, antigo Ministro do Interior.
Iancuba Dansó (Bissau) | Deutsche
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