quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Jerricans a postos | Motoristas de matérias perigosas em greve de 7 a 22 de setembro


Greve às horas extraordinárias, fins-de-semana e feriados durará duas semanas, até ao arranque da campanha para as eleições legislativas. Sindicato não propõe serviços mínimos

Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) vai avançar com uma nova greve no período de 7 a 22 de setembro, que incidirá apenas sobre as horas extraordinárias e o trabalho aos fins-de-semana e feriados.

O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo presidente do SNMMP, Francisco São Bento, em declarações à imprensa, tendo o dirigente sindical informado que a organização não apresentou qualquer proposta de serviços mínimos ao entregar o pré-aviso de greve.
"Vimos através desta greve cirúrgica provar que as empresas funcionam baseadas no trabalho suplementar", declarou Francisco São Bento.

O mesmo responsável assegurou que há no sector registos de trabalhadores que este ano já realizaram mais de 500 horas extraordinárias.


A greve agora anunciada será a terceira que o SNMMP promoverá no espaço de seis meses, depois de uma paralisação de quatro dias em abril que provocou o caos no abastecimento de combustíveis e de uma nova greve na semana passada, iniciada a 12 de agosto e desconvocada no domingo, 18 de agosto.

A greve ao trabalho suplementar acontece como protesto pelo que o SNMMP diz ser uma atitude intransigente da Antram, associação das empresas de transporte de mercadorias, na negociação de um novo contrato coletivo.

Esta terça-feira, SNMMP e Antram tiveram reuniões separadas no Ministério das Infraestruturas, mas o acordo de mediação governamental acabou por não avançar, porque, segundo denunciou a associação patronal, o SNMMP estipulou como pré-condições para a mediação vários compromissos da Antram, entre os quais a fixação de um subsídio de risco para os motoristas de matérias perigosas de 175 euros por mês.

Esse valor fica 50 euros acima do que a Antram já tinha acordado em maio com o SNMMP e confirmado em agosto num memorando de entendimento com a Fectrans, federação sindical afeta à CGTP.

Miguel Prado | Expresso | Foto: Luís Sousa

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