O Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas vai apresentar hoje o pré-aviso de greve ao
trabalho suplementar, feriados e fins de semana, disse à Lusa o seu porta-voz
Pedro Pardal Henriques.
"O presidente do sindicato,
Francisco São Bento, vai anunciar hoje em conferência de imprensa marcada para
as 13h00 em Aveiras que vai avançar com um pré-aviso de greve ao
trabalho suplementar, feriados e fins de semana", disse.
Pedro Pardal Henriques indicou
que o presidente do sindicato vai dar mais pormenores sobre a decisão na
conferência de imprensa.
Tudo indica que a nova greve
produza efeitos a partir de setembro.
Recorde-se que após um esforço do
Governo em mediar uma nova tentativa de negociações entre patrões e
motoristas, o mesmo revelou-se estéril, não tendo as partes chegado a acordo.
Após as reuniões que tiveram esta
terça-feira lugar no Ministério das Infraestrururas, ANTRAM e SNMMP trocaram
acusações. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos,
garantiu que o Governo tudo fez para que patrões e sindicatos não fossem para a
mesa de negociações com "pré-condições", mas a estrutura que
representa os motoristas não aceitou esta condição.
"Tentámos por todas as vias
fazer com que as partes deixassem cair as pré-condições. Uma das partes não
quis, mas, obviamente, uma mediação tem como objetivo chegar a
resultados, eles não podem ser impostos antes de a mediação se iniciar",
afirmou o governante.
"Hoje deixámos aqui um
documento de manhã onde abríamos quase tudo à mediação. Fomos chamados [esta
noite] ao Ministério das Infraestruturas para sermos informados de
que o sindicato não aceita a mediação e quer impor aumentos salariais e o
pagamento de horas suplementares, e isso não é um processo de mediação", disse
o porta-voz da Antram aos jornalistas.
Já o advogado do SNMMP,
Pedro Pardal Henriques, referiu à saída da reunião com o Governo que a ANTRAM "não
quis evitar uma possível greve por 50 euros".
"A Antram não quis
evitar estas novas formas de luta ou uma possível greve por 50 euros", afirmou
o representante do SNMMP.
Pedro Pardal Henriques defendeu
que o sindicato quis assegurar que um possível processo de mediação não
começaria sem "dois pedidos essenciais", que fossem valorizados os
trabalhadores e que recebessem pelo trabalho que fazem.
O Governo aprovou na
segunda-feira, em reunião eletrónica do Conselho de Ministros, o fim
da crise energética declarada há 10 dias devido à greve de motoristas de
pesados, a partir das 23h59 desse dia.
No domingo, o SNMMP decidiu,
em plenário, desconvocar a greve, que se iniciou no dia 12.
A paralisação foi inicialmente
convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, mas este último desconvocou o
protesto na quinta-feira à noite, após um encontro com a Antram sob
mediação do Governo.
Notícias ao Minuto | Lusa
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