Hong Kong, China, 17 ago 2019
(Lusa) -- Milhares de professores vestidos de preto, a assinatura do movimento
pró-democracia, estão a participar hoje em Hong Kong numa marcha pacífica em
solidariedade aos jovens manifestantes.
Organizada pelo Sindicato de
Professores Profissionais de Hong Kong, os manifestantes deverão marchar até à
residência da chefe do executivo, Carrie Lam.
Segundo a agência noticiosa AP e
o jornal South China Morning Post, muitos dos professores transportam cartazes
com uma mensagem em comum: "Protejam a próxima geração".
De acordo com o sindicato, os
professores que se manifestam hoje concordam com as cinco reivindicações dos
manifestantes: retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos
manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como
motins, um inquérito independente à violência policial e a demissão da chefe do
Executivo, Carrie Lam.
Para domingo está programada uma
grande manifestação que a polícia autorizou, mas proibiu a marcha de protesto,
disse na sexta-feira à agência Lusa a porta-voz de um dos movimentos que
organiza a iniciativa.
Há mais de dois meses que Hong
Kong é palco de protestos maciços, marcados por violentos confrontos entre
manifestantes e a polícia, que tem usado balas de borracha, gás pimenta e gás
lacrimogéneo.
A 01 de julho, alguns
manifestantes invadiram mesmo o parlamento de Hong Kong.
Mais recentemente, o aeroporto de
Hong Kong foi palco de manifestações, com as autoridades a serem obrigadas a
cancelar centenas de voos na segunda e na terça-feira naquela que é uma das
infraestruturas aeroportuária mais movimentada do mundo.
Os defensores da lei argumentam
que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para
países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num "refúgio para
criminosos internacionais".
Já os manifestantes dizem temer
que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra
cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a
salvaguarda dos direitos humanos.
A transferência de Hong Kong e
Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente,
decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas", precisamente o que
os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões
administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com
elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o
Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
MIM (JMC) // MIM
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