O Estado angolano anunciou que
vai diminuir o número de pacientes e acompanhantes no exterior, devido à atual
crise financeira que o país vive e pela falta de verbas disponíveis.
Em comunicado a que a agência
Lusa teve acesso, o Ministério da Saúde refere que a solução passa por,
doravante, tratar os pacientes em Angola "à semelhança da maioria da
população tratada no país, permitindo assim a reversão do quadro atual".
O documento refere que o Estado
angolano tem feito todo o esforço para garantir assistência médica aos
pacientes, tanto em Angola através das unidades hospitalares, bem como para os
doentes enviados pela Junta Nacional de Saúde para o exterior do país.
Sobre os doentes enviados para
Portugal e África do Sul, a nota adianta que o Governo angolano tem
garantido durante vários anos assistência médica, medicamentosa, alojamento,
alimentação e transportes, de acordo com as disponibilidades financeiras em
cada momento.
"Os custos assistenciais e
de alojamento são elevados, o que faz com que o suporte financeiro não seja o
mais adequado para o elevado número de pacientes e acompanhantes existentes em
Portugal, muito dos quais com muitos anos de estadia", pode ler-se no comunicado.
O Estado angolano realça que a
diminuição do número de doentes em Portugal, os poucos que restarem "terão
a sua situação social e assistencial melhorada e as dívidas, sobretudo com
alojamento serão certamente eliminadas".
O comunicado do Ministério da
Saúde surge em reação a notícias recentes sobre as dificuldades por que estão a
passar doentes
angolanos enviados pela Junta Nacional de Saúde para Portugal.
Dados citados pela agência de
notícias angolana Angop apontam para a existência de 328 pacientes angolanos no
exterior, particularmente em Portugal e na África do Sul - e muitos com
acompanhantes. Em média, ainda de acordo com a Angop, o Governo gasta cerca de
quatro milhões de kwanzas (cerca de 10 mil euros) por ano por cada paciente.
Agência Lusa, mjp | Deutsche Welle
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