O ministro das Finanças da Guiné
Equatorial disse que o país quer 700 milhões de dólares de ajuda financeira do
FMI, e que ainda este mês haverá uma reunião em Malabo sobre o programa.
O ministro das Finanças da Guiné
Equatorial, Cesar Mba Abogo, disse na sexta-feira (06.09) que o país quer 700 milhões
de dólares de ajuda financeira do FMI, e que ainda este mês haverá uma reunião
em Malabo sobre o programa.
“O ponto é garantir que podemos
aumentar as nossas reservas para defender a nossa moeda”, disse o governante,
acrescentando: “Alguns dos países já tiveram assistência financeira do FMI,
agora é a altura de a Guiné Equatorial também ter”.
Em entrevista à agência de
informação financeira Bloomberg na Cidade do Cabo, à margem do Fórum Económico
Mundial sobre África, Mba Abogo explicou que receberá uma missão técnica do FMI
a Malabo ainda este mês para debater o possível acordo de cerca de 630 milhões
de euros, que surge no contexto do apoio que a instituição financeira
multilateral está a dar a alguns dos sete países da União Aduaneira e Económica
da África Central (Camarões, República Democrática do Congo, Gabão, Chade,
República Centro-Africana, Guiné Equatorial e República do Congo) mais afetados
pela descida dos preços do petróleo, que caíram para cerca de metade desde o
verão de 2014.
O crescimento económico abrandou
significativamente desde a queda dos preços das matérias-primas, há cinco anos,
e as reservas externas agregadas destes países caíram quase dois terços nos
últimos três anos, cobrindo, em meados de 2017, apenas dois meses de
importações devido à diminuição das entradas de capital em moeda estrangeira,
levantando receios de que o franco CFA, indexado ao euro com o apoio francês,
possa estar em perigo de desvalorização acentuada.
Entre os países que já têm um
acordo com o FMI estão Camarões, Gabão e Chade, que concordaram com um programa
de reformas económicas para beneficiar das condições vantajosas da assistência
financeira desta instituição sedeada em Washington.
A Guiné Equatorial, mesmo sem ter
um programa financeiro assinado com o FMI, já começou a implementar um
conjunto de reformas e vai registar este ano o primeiro Orçamento com excedente
desde 2014, afirmou o ministro das Finanças, explicando que isto foi conseguido
através da colocação de uma previsão conservadora relativamente ao preço do
petróleo, que, apesar de estar avaliado em 50 dólares por barril no Orçamento,
tem cotado acima deste valor, tendo fechado a 60,95 dólares na quinta-feira.
“Aprendemos de forma dura,
fizemos um ajustamento orçamental tremendo e no que diz respeito à nossa
capacidade de mobilizar recursos, garantindo que a nossa coleta fiscal pode ser
melhor”, disse o governante da Guiné Equatorial, que enfrenta uma recessão
económica desde 2015 e um nível de dívida pública na ordem dos 42%, que deverá
ser o melhor da sub-região, concluiu o governante.
Observador | Lusa
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