Superando enquetes, ÖVP obtém
melhor resultado de sua história. Populista de direita FPÖ cai após
escândalo de corrupção. Ex-primeiro-ministro Sebastian Kurz, retirado do cargo por moção
de censura, deverá voltar fortalecido.
O Partido Popular (ÖVP), liderado
pelo ex-chanceler federal Sebastian Kurz, venceu as eleições legislativas
antecipadas na Áustria, neste domingo (29/09). A sigla conservadora obteve
37,1% dos votos, uma vantagem de mais de 15 pontos percentuais sobre o Partido
Social-Democrata (SPÖ), que conquistou 21,8%.
O resultado confirmou as
pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma vitória clara do PM, porém
seu triunfo foi mais amplo do que o previsto. Por sua vez, o populista de
direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que governava em coligação com
Kurz, caiu dez pontos percentuais em relação ao pleito de 2017, ficando
com apenas 16% das urnas. Seu líder, Norbert Hofer, já declarou estar se
"preparando para fazer oposição".
Os Verdes conquistaram 13,9% dos
votos, o que lhes permitirá retornar ao Conselho Nacional. Especula-se que a
legenda possa ser a próxima parceira de coligação do ÖVP. Na votação de 2017,
após a renúncia de sua líder e disputas internas, o partido ambientalista não
alcançara o mínimo de 4% dos votos. Por último, o económico-liberal Neos obteve
7,8%, enquanto a lista JETZT ficará de fora do parlamento federal austríaco.
Deixando populistas de direita
para trás
O democrata-cristão ÖVP foi o
principal beneficiário da perda de votos dos ultradireitistas, abalados por um
escândalo de corrupção que forçou a renúncia de seu então líder,
Heinz-Christian Strache. O ex-vice-chanceler federal foi filmado secretamente
em 2017 na turística ilha de Ibiza, quando oferecia favores políticos a uma
falsa milionária russa em troca de doações ilegais para sua campanha eleitoral.
O escândalo detonou a coligação
ÖVP-FPÖ. O partido de extrema direita vingou-se, lançando uma moção de
censura que catapultou o primeiro-ministro do cargo e forçou as atuais eleições. Tendo
permanecido apenas 17 meses, Kurz se tornou o chefe de governo austríaco com o
mandato mais breve, desde a Segunda Guerra Mundial. Agora, contudo, salvo
surpresas, ele estará de volta à Chancelaria Federal em Viena.
Com 33 anos, Sebastian Kurz
deixou de ser uma promessa da política austríaca para se tornar a principal
referência da centro-direita no país. Ex-secretário de Estado e ex-ministro do
Exterior, ele comanda o ÖVP desde 2017, quando reorganizou o partido e lhe
garantiu 31,7% dos votos, o maior resultado eleitoral de sua história, até
então, superado no atual pleito em 5,6 pontos percentuais.
O provável novo chanceler federal
é, ao mesmo tempo, o político mais popular e mais odiado da Áustria. Celebrado
por seus eleitores como jovem estrela que vai modernizar o país, Kurz é visto
pela oposição como sedento de poder e inescrupuloso.
Deutsche Welle | AV/rtr/efe/afp
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