Fascismo, populismo e
capitalismo, três dos «ismos» sobre os quais se debruça o historiador
Manuel Loff, numa entrevista ao AbrilAbril, para analisar o momento
político em que vivemos.
Trabalhas sobre o fascismo,
ideologia que marcou o século XX. Mas os artigos que publicas e muito do
conteúdo de algumas entrevistas que te são feitas falam sobre a actualidade. Há
um diálogo entre o teu trabalho e a realidade política que vivemos hoje?
Há diálogo porque o fascismo não
morreu. É muito importante percebermos que na história das ideias políticas e
dos movimentos sociais cada conjuntura histórica produz novas ideias políticas
e actualiza outras. E é evidente que as ideologias de uma forma ou de outra não
morrem nunca.
A convicção sobre a qual se
refundaram as democracias liberais a ocidente, a partir de 1945, e se criaram
os novos regimes que se definiram a si próprios como socialistas na Europa
Centro-Oriental, era de que o fascismo tinha morrido, uma vez confirmada a sua
derrota militar. Mas foi uma convicção com validade provisória.
A extrema-direita que hoje nos
aparece, não vou dizer que não seja uma novidade, porque corresponde a uma
conjuntura histórica diferente da do passado. Mas é herdeira do fascismo dessa
época e esteve sempre presente no espectro político europeu e à escala mundial
desde 1945.
Esta «nova» extrema-direita só
poderia ter o mínimo de sucesso popular, eleitoral e mediático uma vez reunidas
de novo algumas das condições que habitualmente estão presentes no momento em
que o fascismo ou os «neo-fascismos» têm aparecido e têm tido sucesso.
Ora, depois dos anos 80 dá-se uma
mudança profunda no sistema económico internacional com a viragem económica a
que se tem chamado de globalização e que é uma ulterior expansão do sistema
capitalista a regiões do globo de onde tinha desaparecido, aliada a uma nova
ordem internacional com a construção de um mundo unipolar resultante da
implosão do sistema soviético.
Este novo contexto histórico
caracteriza-se pelo esgotamento da capacidade de representação das democracias
chamadas liberais e também o esgotamento, a partir da perestroika, dos
modelos de socialismo que estavam vigentes em grande parte da Europa e abre
espaço para que uma reinterpretação de uma velha ideologia aparecesse como
nova.
Chamar-lhe nos nossos dias de
«populismo», ou simplesmente «extrema-direita», é uma forma sintética e até
simplista de definir o que é a readaptação ao contexto actual do fascismo na
sua versão neo-fascista.
Essa extrema-direita é
inevitavelmente herdeira dos valores de uma ideologia que no contexto do final
da Primeira Guerra Mundial estava a nascer e que procurava uma solução radical
de direita, assumidamente violenta, para resolver o problema da legitimidade
popular e política dos regimes liberais, que tinham perdido a sua capacidade de
adesão e reunião de consenso.
Hoje começam a surgir estes novos
movimentos que, em grande medida, são herdeiros do fascismo de há 100 anos e
que pretendem disputar à esquerda a sua capacidade de contestação, procurando
roubar-lhes a bandeira da ruptura.
Ao contrário do fascismo dos anos
20, hoje têm o cuidado de nunca pôr formalmente em causa a natureza
liberal-democrática dos regimes, embora assumindo um discurso ultra-securitário
do ponto de vista de criação de inimigos externos, que têm manifestação interna
a partir da imigração.
Como se explica que em Portugal
não se assista até agora a um crescimento eleitoral destas forças? Poderá
tratar-se de uma inibição que resulta do património que ainda existe fruto do
processo revolucionário do 25 de Abril de 1974 e do derrube do fascismo em
Portugal?
Bem, Portugal é só uma relativa
excepção. Porque, como acontece geralmente com este tipo de correntes de
opinião, a extrema-direita pragmaticamente insere-se mais ou menos
dissimuladamente nos partidos da direita clássica. Como sempre acontece com as
ideias políticas, um dos aspectos centrais é saber o que é mais útil: se a
autonomia orgânica e criação de partidos próprios ou se, pelo contrário, entrar
em partidos já organizados e mais próximos do poder.
Não entendo que a extrema-direita
até agora tenha praticado uma espécie de entrismo, ou seja, não eram submarinos
dissimulados dentro da direita. A direita clássica portuguesa sempre incorporou
homens e mulheres que assumiam, em determinado tipo de debates, valores
abertamente próximos da extrema-direita, designadamente no que diz respeito à
memória da ditadura salazarista. Mas optaram por estar politicamente
organizados dentro desses partidos.
Mas perguntas: é ou não relevante
que não haja extrema-direita organicamente autónoma com sucesso eleitoral em
Portugal? Bem, houve uma progressão da extrema-direita nas últimas eleições
para o Parlamento Europeu que não foi pouca coisa. Não sei qual vai ser o
resultado final das eleições legislativas...
Mas reconheço que é relevante
que, em Portugal, a extrema-direita tenha muito pouca dimensão. Isso decorre da
forma como se respondeu à devastação social criada pela crise financeira e
recessão deliberada que o capitalismo assumiu em 2007/2008 – que no caso
português tem o seu auge no governo da troika.
Se o descontentamento social não
se transformou em centenas de milhares de votos para aquilo que à escala
internacional se tem chamado de populismo, o motivo é que, até à actualidade,
nas situações de forte descontentamento social se mantêm à esquerda forças
políticas e sociais que têm conseguido travar eleitoralmente esse crescimento.
Para além disso, tenho insistido
que há uma cultura política de massas em Portugal, disseminada à escala da
sociedade portuguesa, que incorporou a rejeição da ditadura salazarista.
Sim, alguns dizem que havia mais
segurança, mais respeito, menos corrupção, mas são narrativas normalmente
moralistas e todas elas de pura reconstrução do passado. No caso português,
essa nostalgia concentra-se sobretudo na figura de Salazar.
Em relação ao resto da memória da
ditadura, não há nenhuma manifestação consistente de que em Portugal se tenha
relegitimado a falta de liberdade, a proibição de partidos políticos e
sindicatos, a interdição do direito à greve, a censura, a tortura, a guerra colonial
– e isso dificulta a progressão da extrema-direita.
Em suma, não há saudades da
ditadura, nunca se recuperou o salazarismo. Não é que não haja tentativas, mas
a direita portuguesa ainda está na fase de relativizar os males do salazarismo.
Tenta regressar a uma narrativa da casa portuguesa, que era pobre mas honesta,
e é o mais que consegue fazer.
Mas assistimos a uma certa
«desinibição» no discurso da direita em algumas matérias: sobre a entrada de
imigrantes e refugiados na União Europeia (UE), ou quando passa a utilizar a
expressão «ideologia de género» para atacar o que consideram ser medidas
«anti-família».
Sim, mas alimentar o discurso
moralmente reaccionário e de pura reacção à evolução dos tempos nunca foi um
exclusivo da extrema-direita. O horror à transformação e à mudança está patente
todas as vezes que se avança na direcção da igualdade, do reconhecimento
efectivo de direitos e da diversidade nas relações sociais.
A criação desta expressão,
«ideologia de género», que não é nova, é mais uma reacção que vem ao encontro
do discurso legitimador da desigualdade, que tende a querer recordar os
velhíssimos argumentos da naturalização. Que conceitos como a família, a
autoridade, a nação, a religião seriam fenómenos da natureza. Dizer que «isto sempre
foi assim» é uma pura invenção, nada na História «sempre foi assim».
Sobre a imigração vale a pena
dizer que um dos modismos que a extrema-direita portuguesa descobriu, e que
podia ter saída em Portugal, é a discussão em torno do outro. No caso português
é simultaneamente a imigração e os ciganos. Mas no caso da imigração existe um
problema de fundo: o luso-tropicalismo mitifica a ideia de que os portugueses
seriam uma excepção na história colonial à escala mundial e que teriam
demonstrado uma capacidade de relacionamento pacífico com os povos coloniais.
Este paradigma luso-tropicalista,
que continua predominante em Portugal, inibe a extrema-direita, na discussão da
imigração, de verbalizar ataques contra a comunidade brasileira e africana. Mas
manifestam-se de outras formas, por exemplo através da tese de que os pobres
que não têm a mesma cor são parasitas do Estado e do resto da comunidade.
Esta tese, que é sociológica e
economicamente falsa, tem popularidade em muitos sectores e passa por uma das
formas mais eficazes de demonizar o outro, que é transformá-lo num criminoso ou
num criminoso potencial.
Como vês os argumentos que
defendem a construção de um Museu sobre o Salazar – o chamado «Centro
Interpretativo do Estado Novo»? Como é que se pode justificar do ponto de vista
científico a abertura de um museu com estas características?
Um conjunto de autoridades
municipais, de uma zona tradicionalmente conservadora do País, decidiu criar
uma rede de centros interpretativos e o caso mais conhecido é o chamado Centro
Interpretativo do Estado Novo, cuja elaboração do projecto foi entregue pela
Câmara de Santa Comba Dão ao CEIS20 (Centro de Estudos Interdisciplinares do
Século XX da Universidade de Coimbra). Começo por dizer que tenho um enorme
respeito pelo trabalho do CEIS20 e não tenho dúvidas sobre as intenções dos
investigadores a quem a Câmara Municipal de Santa Comba solicitou esta
tarefa.
Mas solicitou-a depois de um
outro executivo municipal ter proposto a criação de um Museu Salazar, afirmando
que era preciso «pôr Santa Comba no mapa». Esse executivo propunha a criação de
um Museu Salazar acompanhado daquilo que no marketing se chama o branding,
ou seja, acompanhado de enchidos de marca Salazar, vinho Salazar, etc.
Ora, a questão é que criar um
Centro Interpretativo do Estado Novo não requer o território, o lugar da
memória, o território associado à figura de António de Oliveira Salazar. Ele
pode ser feito no Porto, em Guimarães ou em Valença do Minho, em Olhão ou no
Crato. Eu reconheço a razoabilidade de passar de Museu Salazar a Centro
Interpretativo porque um Museu Salazar não teria praticamente nada para
mostrar, não há espólio que justifique fazer-se um museu do antigo
ditador.
E começa aqui a minha objecção de
natureza metodológica e científica. Eu não preciso de espólio nenhum
materialmente associado à figura do ditador para fazer um centro de
interpretação do regime que ele dirigiu. Eu não preciso de explicar o nazismo
mostrando camisas de Adolf Hitler.
O que está aqui em questão é:
porquê então ter escolhido um lugar da memória? Um território, um conjunto de
edifícios, um espaço natural na paisagem, na geografia, que está directamente
associado e que é relembrado e recordado pela comunidade como sendo o
território de Oliveira Salazar.
E quem é que vai habitualmente ao
lugar do Vimieiro para visitar a campa de Salazar e a casa onde nasceu, que tem
placas comemorativas com frases que são puro ideário neo-salazarista de
justificação na democracia de uma alegada grandeza histórica de Oliveira
Salazar?
Há informações sobre um grande
número de pessoas que ali vão numa atitude de nostalgia e homenagem ao ditador.
E será muito difícil criar uma interpretação do que foi o Estado Novo dentro
deste território, sendo expectável que a grande maioria dos seus visitantes
serão nostálgicos do salazarismo. Teriam que começar por interpretar aquelas
placas.
O que se vai criar é uma relação
esquizofrénica, uma vez que o visitante nostálgico rejeita o que considera ser
uma historiografia militante. E por sua vez, num texto que foi colocado no site
da Câmara, dizia o presidente que não se tratava de elogiar o ditador nem de o
demonizar. O que pretende dizer com isso? Quem é que o tem demonizado? Por que
razão recomenda o presidente da Câmara aos historiadores que convida para que
não se demonize a figura? É em relação a essa atitude que eu, se entendo o que
se pretende vir dizer, não posso senão manifestar a minha discordância
total.
Há mais de 40 anos de
historiografia, de boa investigação feita sobre o salazarismo, que tem
contribuído para uma interpretação do Estado Novo sustentada na memória
colectiva, nos documentos escritos e fontes primárias da história e não uma
historiografia militante. De resto, a rejeição histórica e política do que foi
a ditadura fascista está consagrada no preâmbulo da Constituição da República
Portuguesa.
Enfim, não vejo que a criação de
um Centro Interpretativo do Estado Novo em Santa Comba Dão possa arrastar
multidões de curiosos sobre a ditadura que se sintam representados numa visão
da história que tenha natureza científica.
O fascismo e o comunismo como
«extremos que se tocam» é uma ideia usada para aproximar as duas ideologias,
nomeadamente dando-lhes o rótulo de totalitarismo. Mas o fascismo cresce dentro
do sistema capitalista, e é recurso do capital para sobreviver enquanto modelo
económico, enquanto o comunismo pretende superar este modelo. Por que é que se
mantém esta ideia?
Uma das estratégias mais
presentes, e até certo ponto mais eficazes, para tentar legitimar ou reforçar
politicamente o triunfo do neoliberalismo na fase final do século XX e reforçar
a legitimidade da ordem capitalista, é a tese que foi criada a partir da chamada
teoria do totalitarismo, que procura do ponto de vista académico usar a
seguinte argumentação: começa por definir como extremismo as opiniões que de
facto ou aparentemente contrariam o pensamento dominante. E daí faz o
raciocínio de que «no meio está a virtude» e que os extremos se tocam. Essa
tese, criada nos anos 30 mas reforçada nos anos 50 durante a Guerra Fria,
afirma que esses extremos são o nacional-socialismo, de um lado, e, do outro
lado, o comunismo, ainda não derrotado militarmente nem politicamente nessa
altura.
A teoria totalitária reapareceu
com grande impacto com o fim da URSS, confundindo-se de certa forma com a tese
do «fim da história» do Fukuyama e do triunfo de uma espécie de versão liberal
de democracia.
Por exemplo, sempre que haja
críticos da UE e da sua política económica, estejam à esquerda ou à direita,
banaliza-se a ideia de que os extremos se tocam. Em primeiro lugar, há aqui um
simplismo de análise e um forçar da realidade. É uma espécie de tripartição do
mundo e a opção correcta está no meio. Em segundo lugar é descontextualizar o
aparecimento destas ideologias, a sua origem e a natureza social e de classe
dos seus projectos.
O fascismo surge após a Primeira
Guerra Mundial, em grande medida como mobilização de uma parte da direita
contra a ameaça da revolução socialista. E reforça-se com a grande depressão, a
grande crise do capitalismo internacional em 1929. Ou seja, é, numa primeira
fase, a resposta à necessidade de uma parte da direita de preservar a ordem
capitalista contra a ameaça revolucionária e, numa segunda fase, a passagem
para uma reorganização do mundo e uma disputa de mercados e hegemonias dentro
da ordem capitalista.
O fascismo nunca pôs em causa a
ordem capitalista. E nesse sentido é evidentemente um produto, uma opção, de uma
parte maioritária da direita social e política e dos interesses da classe
dominante. O fascismo em vários países europeus foi absorvendo e «fascizando»
grupos inteiros das direitas que até então não eram fascistas, mas que se foram
adaptando, que foram percebendo para onde os ventos sopravam. Pelo contrário, o
comunismo nasce numa procura da ruptura com a ordem capitalista e consegue
fazê-lo em vários casos.
Na Europa dos nossos dias, uma
parte da extrema-direita manifesta reservas e contesta, dentro da tradição
nacionalista do fascismo, a forma como a UE retira soberania e capacidade de
decisão aos Estados e portanto, na perspectiva da extrema-direita, às elites
políticas e económicas conservadoras.
Mas o facto de uma parte da
extrema-direita contestar as políticas da UE e, ao mesmo tempo, as forças à
esquerda contestarem esse mesmo processo não significa que sejam semelhantes.
Aqueles que, à esquerda, são críticos da forma como a integração europeia se
processou não se devem inibir de persistir nas suas opiniões, porque não
partilham de forma alguma a mesma barricada que a extrema-direita.
Como é que se podem defender os
regimes democráticos ocidentais, por oposição à ascensão do fascismo, quando
nos deparamos com medidas como a lei de emergência em França e a banalização
dos sistemas de vigilância e de outras medidas securitárias que limitam as
liberdades?
O fascismo dos anos 20 e dos anos
30 propiciou o aparecimento do anti-fascismo. E o antifascismo foi uma das
frentes de resistência, em favor da construção da democracia e do seu
aprofundamento, mais importantes para a transformação da vida da
humanidade.
O antifascismo não só garantiu
depois do mais trágico e dramático acontecimento da humanidade que foi a
Segunda Guerra Mundial – considerando do ponto de vista cronológico um
acontecimento que dura seis anos e que teve as consequências que conhecemos –
dizia, não só conseguiu assegurar as condições da derrota de uma das maiores
ameaças para os direitos individuais e colectivos que o fascismo representou
até 1945, como construiu as condições para a emancipação social, étnica e de
género, que ocorreu pelo menos nos 30 primeiros anos depois da Segunda Guerra
Mundial.
O fascismo teve esta capacidade,
de mobilizar e de colocar numa luta comum correntes políticas e grupos sociais
com interesses muito diversificados entre si. E não temos que ter vergonha
nenhuma de saber que, em muitos casos, as nossas políticas de aliança para
construir resistência se façam pela negativa, quando enfrentamos um perigo
excepcional e incomum contra os nossos direitos, as nossas liberdades, até a
nossa existência.
Se o fascismo fez isto nos anos
20, e criou a tal frente de resistência que produziu uma cultura política que
desde há 70 anos tem servido de dique para proteger a democracia dos ataques
autoritários à direita, hoje, se vai reaparecendo, creio que possa ter a mesma
utilidade. E já há várias manifestações neste sentido. Acho que vivemos uma
época excepcional a esse nível e que este novo vigor da extrema-direita é um
fenómeno incomum das nossas vidas.
Mas nesse sentido, e respondendo
à pergunta, para construir esta nova frente antifascista entre muitos sujeitos
políticos diferentes, há contudo uma regra de coerência que temos que
sublinhar. Que muitos dos Estados europeus ocidentais, alguns dos quais com
governos que se manifestam contra a extrema-direita, que habitualmente chamam
de «populismo», têm encenado a ideia do perigo do avanço da extrema-direita, ao
mesmo tempo têm transposto para a legislação comum lógicas securitárias
verdadeiramente de estado de emergência.
Por um dever de coerência temos
forçosamente que denunciar esta deriva autoritária, este liberalismo do medo
que tem sido imposto a muitos cidadãos, num momento em que, ao mesmo tempo, a
extrema-direita avança alimentando-se desse mesmo medo.
Chegando ao poder, pode dessa
forma usar os recursos deixados por esses governos, que não sendo de
extrema-direita se comportaram exactamente como qualquer governo da
extrema-direita se comportaria. É fundamental não ter medo das contradições:
para resistir ao avanço do fascismo temos que simultaneamente denunciar a
deriva autoritária das chamadas democracias que escancaram as portas à
extrema-direita e às suas lógicas de acção política alicerçadas na violência.
Na foto: Benito Mussolini e Adolf Hitler Créditos/ iela.ufsc.br/
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