domingo, 20 de outubro de 2019

Moçambique | Vantagem de Nyusi é ampla em todas as províncias


Segundo o apuramento provisório do STAE, o Presidente da República de Moçambique e candidato à reeleição tem a maioria dos votos em todo país. A FRELIMO segue na liderança na disputa na Assembleia da República.

Dados provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) dão vitória clara ao Presidente da República de Moçambique e candidato à reeleição pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi.

Segundo o apuramento provisório, já foram processadas mais de 13.600 das 20.554 mesas de voto. Filipe Nyusi está na frente com 74,56% dos votos, seguido de Ossufo Momade (20,29%), Daviz Simango (4,49%) e Mário Albino com 0,66%.

Em relação às votações para a Assembleia da República, e numa altura em que estão apuradas 78,96% das mesas, a FRELIMO está com uma vantagem de 79,89% dos votos. Segue-se a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) com 17,22%, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 1,78%, e a Ação do Movimento Unido para a Salvação Integra (AMUSI), com 0,20%.

Na província da Zambézia, centro do país, o STAE adiou o anúncio dos resultados, que estava marcado para este domingo (20.10), para a manhã de segunda-feira (21.10). Segundo uma fonte daquele órgão, o adiamento deveu-se a questões organizacionais.

No entanto, nas ruas da capital Quelimane, membros e simpatizantes da FRELIMO já cantam vitória, informa o nosso correspondente, Marcelino Mueia. Os vogais dos partidos da oposição fizeram já saber que não vão assinar atas ou editais.


Resultados provinciais

A vantagem de Filipe Nyusi e da FRELIMO sobre os outros candidatos e partidos é ampla em todas as províncias de Moçambique. Com 100% das urnas apuradas, a província de Gaza, sul de Moçambique, elegeu Filipe Nyusi com 94,74% dos votos. Ossufo Momade obteve 2,86% dos votos e Daviz Simango teve 2,03%.

A contagem dos votos está quase concluída na província de Tete, onde Filipe Nyusi tem 77,3% dos votos, seguido de Ossufo Momade, com quase 20%, e Daviz Simango, com 2,19%.
Em Inhambane, com quase 90% dos votos apurados, o atual Presidente da República segue na frente na disputa, com quase 81% dos votos, seguido do líder da RENAMO, com quase 14% dos votos, e o líder do MDM, com 4,4%.

Oposição contesta resultados

Na manhã deste sábado (19.10), o maior partido da oposição moçambicana, a RENAMO, fez saber que não aceitará os resultados e pediu a repetição do sufrágio. Também o MDM já havia anunciado que não aceitaria os resultados daquelas que foram, na sua opinião, as eleições "mais violentas da história do país".

Em Nampula, o AMUSI contestou os resultados provisórios por considerar que o apuramento distrital está "viciado" a favor da FRELIMO. Também a RENAMO, segundo informações da Plataforma Sala da Paz, solicitou a anulação das eleições nesta cidade por causa da ocorrência de "várias irregularidades".

Na província do Niassa, o MDM submeteu uma reclamação à Comissão Distrital de Lichinga, na qual denuncia a falta de 40 editais no apuramento dos dados eleitorais ao nível distrital, informa a "Sala da Paz".

No passado dia 15 de outubro, os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

Karina Gomes, Marcelino Mueia (Quelimane) | Deutsche Welle

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