Ana Alexandra
Gonçalves* | opinião
Conhecidas as escolhas de António
Costa para o próximo governo, ficamos imediatamente com duas impressões: a
primeira é que as escolhas mais "moderadas" que agradam ao patronato
não auguram nada de bom, e sobretudo se compararmos com o que se passou na legislatura
da "geringonça", e a segunda é que este é um governo mais político do
que o anterior.
De um modo geral, a nova
composição do Governo não surpreende: livres da "geringonça", o PS
cerra fileiras e reforça os ministros políticos; quanto à viragem ao
"centro", nada de novo também, visto que há muito que esse é o lugar
mais natural do Partido Socialista.
No entanto, houve quem
alimentasse a esperança de que António Costa fosse de facto diferente e que
essa diferença fosse sobretudo de natureza ideológica. Houve quem julgasse que
Costa pendesse mais para a esquerda, em oposição a parte do PS que encontra no
"centro", amiúde repleto de medidas de direita. Se foi Costa ou o PS
a empurrar Costa, não sabemos, o que sabemos é que os partidos à sua esquerda
terão que encontrar novas estratégias numa conjuntura que é forçosamente mais
frágil. De resto, nem sequer sabemos se teremos um PSD à espreita do PS ou
inexoravelmente contra o PS.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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