Amanda Lei lançou um apelo para
que Macau não fique em silêncio. A cidadã de Macau, apresentou uma petição à
Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, para que “as pessoas de Macau
possam mostrar o seu apoio aos manifestantes de Hong Kong”.
Começando por referir que a
intensificação das manifestações e as sondagens à população têm demonstrado que
o Governo de Hong Kong tem vindo a “ignorar as exigências do público”, a
petição aponta o dedo à “operação violenta da polícia” como principal causa
para os “conflitos sociais de grande escala” que Hong Kong tem vivido nos
últimos tempos.
“Quando as motivações de milhões
de pessoas foram ignoradas pela Chefe do Executivo de Hong Kong,
desconsiderando a vontade do público, foram trazidas achas para o protesto.
Quando quem ocupa cargos públicos não foi responsabilizado, acenderam-se as
tochas e quando os agentes indisciplinados da força policial de Hong Kong
entraram em acção, tornaram-se no motor para atirar mais achas para a fogueira
do confronto”, pode ler-se no texto da petição.
Assim, dirigindo-se directamente
ao Governo de Hong Kong para que “condene o abuso de poder por parte da força
policial contra os manifestantes”, através da recolha de assinaturas, a petição
criada por Amanda Lei visa “apoiar os manifestantes de Hong Kong no combate à
violência policial, (…) na luta pelas cinco exigências e na luta pela
democracia e liberdade”.
PROTESTOS SILENCIOSOS
Se por um lado é apresentada como
plataforma de apoio aos manifestantes de Hong Kong, ao mesmo tempo, a petição
de Amanda Lei pretende também ser uma chamada de atenção para dentro de portas,
neste caso, para que os residentes de Macau não voltem a protestar “em
silêncio”.
Isto porque, segundo o texto,
Macau “optou por protestar em silêncio”, quer perante a proibição da vigília
não autorizada que ocorreu no Largo do Senado em Agosto deste ano, quer depois
do aparecimento de um mural de protesto, uma chamada “Lennon Wall”, numa parede
junto ao passeio que ladeia o Lago Nam Van e que acabou com a polícia a
interceptar quatro estudantes do ensino secundário.
“Neste momento, devemos
levantar-nos para fazermos ouvir as nossas opiniões. Não só para apoiar a
população de Hong Kong, mas também por nós próprios. Se continuarmos a escolher
o silêncio, no futuro vamos perder o direito de optar ou não pelo silêncio e
Macau ficará para a história pela sua cobardia”. Até ao fecho da edição a
petição tinha recolhido mais de 2500 assinaturas.
Pedro Arede | Hoje Macau
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