Evo Morales, que em 2006 foi
eleito o primeiro presidente indígena da Bolívia, está em um quarto de um hotel
na Cidade do México, com uma intensa agenda de entrevistas e chamadas telefónicas.
Comenta que manteve seu velho
hábito de levantar-se de madrugada desde que chegou ao México como asilado
político, depois de renunciar à Presidência da Bolívia e denunciar um golpe de
Estado no país, na semana passada.
Em uma franca e por vezes
acalorada entrevista com a BBC News Mundo, Morales afirma que "a OEA
(Organização dos Estados Americanos) também é responsável pelo golpe de
Estado" e que o governo que assumiu a Bolívia é uma ditadura que terá
resistência de movimentos sociais e indígenas.
A Bolívia enfrenta grave crise
desde as eleições, em outubro, que foram conturbadas e nas quais houve
acusações de fraude. Após a OEA fazer uma auditoria no pleito, relatar
irregularidades e questionar sua vitória no primeiro turno, Morales concordou
em fazer novas eleições, mas militares "pediram" sua saída e ele
acabou renunciando ao cargo.
Na entrevista à BBC, ele diz que
não cometeu nenhuma ilegalidade nas eleições e afirma que os Estados Unidos
foram cúmplices no processo que o levou a abandonar o cargo. E não descarta ser
candidato novamente no futuro. "Vai depender dos movimentos sociais e do
povo da Bolívia", afirma.
Gerardo Lissardy - Enviado
especial da BBC News Mundo ao México
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