quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

"Conversa em Família" de Costa… A quem engana?


Bom dia. Hoje há Curto, amanhã não sabemos se no PG estaremos para aí virados. Dependerá daquilo que abraçar na prosa, ou talvez não. Andamos indecisos, inseguros, como se percebe pelo que atrás expomos nestes “não sabemos” e nos “talvez”. Aliás, em Portugal estamos mais às “aranhas” sobre o futuro do que confiantes nele e no governo. Talvez porque esperamos que o atual governo venha a ser mais curto que este Expresso Curto. 

Tal acontece porque anda a recorrer a ilusões que amiúde  nos deixam esperanças que não se concretizam. E já são em quantidades muito consideráveis. Tantas que podemos afirmar com toda a propriedade que Costa mente, o governo mente e o ministro Centeno não é, afinal, o Ronaldo da pasta que assume, as finanças, como o etiquetaram erradamente.

Os “golos” que Centeno marcou tiveram por recheio mentiras e falsas esperanças, decerto em conluio com António Costa, primeiro-ministro e o “árbitro” que deixou passar os “penalties” que aquele dito Ronaldo cometeu. Do mar de rosas prometido os portugueses só viram uma ínfima parte mas os bancos, os banqueiros e outros falsários continuaram a ser os previligiados. Tudo o resto continua a ser conseguido em parcas melhorias à custa do apertar do cinto dos portugueses e do trabalho sob exploração escandalosa. Subsiste a miséria e a carência nas famílias, em contraste com a abundância de propaganda dos governantes e do PS – até aqui com o assentimento parlamentar e para lamentar dos deputados dos partidos da chamada Geringonça”. Realidade que está na hora de mudar para que o PS não continue a alapar-se por entre silêncios e cedências vindas da esquerda. Sim, porque o PS da atualidade tem no seu ADN o centro, tal qual como sempre assim foi historicamente.

Não foi na mensagem de natal de Costa, PM, que os menos iludidos chegaram a tal conclusão mas sim ao olhar para as décadas passadas dos comportamentos e políticas do PS desde a sua existência, um pouco antes de acontecer a Revolução de 25 de Abril de 1974. Só as crescentes políticas de miserabilização do país no primado do PSD/Passos Coelho/CDS/Portas permitiram aos eleitores acreditarem num excecional vendedor de sonhos da estirpe de Costa e seus associados. E é o que ainda hoje o mantém no poder apesar de pobremente o ter conseguido com representação minoritária no parlamento, ora com o apoio da esquerda, ora com o apoio dos partidos da direita.

É por isso que hoje assistimos ao descaramento de Costa na “conversa em família” da quadra natalícia. Ainda há algumas semanas atrás Costa batia-se pela erradicação das desigualdades vertiginosamente vigentes no país. Declarações de serrar-presunto, de iludir, porque no OE revelado o que apresentou e apresenta é a manutenção dessas tais desigualdades e da exploração desenfreada de uns quantos a milhões de trabalhadores e muitas PMEs, a imensos que labutam a afogarem-se no trabalho precário, à indecorosa selva sem fiscalização de empresas que cometem barbaridades esclavagistas com os seus trabalhadores, etc, etc…

Assim, para que querem os portugueses mensagens de natal de um ilusionista?

Sobre o tema trazemos seguidamente a prosa no Curto por Paula Crruz, do Expresso. De nossa opinião, nesta abertura habitual, já dissemos o que nos vai na alma e no sentir de carências para milhões de portugueses. Ficamos a saber que António Costa e o PS, assim, talvez nem cheguem a cumprir um ano no poder. Depende da oposição e dos portugueses quererem continuar a assistir a este circo pobretana num festival de enganos de governantes que carecem de uma qualidade impar para serem respeitados como governantes de pleno direito: honestidade no seu âmago, à flor-da-pele e do intelecto.

Na sua "conversa em família", este natal, Costa agarrou-se à saúde... Porquê, por dedicar uma esmola orçamental a esse tão escalavrado item? Não saberá Costa que o setor da Saúde está uma grande bosta? Porquê minimizar a realidade? Só para iludir? Enganar?

Siga para o Curto. Pela nossa parte já estamos a pisar o risco do muito longos, quando devíamos ser curtos nesta prosa.

Bom dia, depois de um mau natal e de promessas por cumprir, o costume.

MM | PG




Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Haja Saúde, que o Natal já lá vai

Paula Cruz | Expresso

Bom dia e bem vindo ao seu Expresso Curto. Espero que tenha tido um bom Natal. No regresso à rotina, deixo-lhe o essencial das últimas horas. A começar pela noite do dia 25.

O cenário foi escolhido a dedo. A árvore de Natal em cena, como manda a tradição. Do lado esquerdo, a letras grandes: unidade de saúde familiar do Areeiro. De frente para a câmara, o primeiro-ministro com a mensagem de Natal aos portugueses.

António Costa elegeu um tema único para o discurso deste ano. “Foi só de saúde que vos quis falar”. Porque, reconhece o chefe do Governo, o esforço na área da saúde ainda é insuficiente, há vários problemas por resolver e é preciso garantir um compromisso reforçado. Uma mensagem com a ambição de apontar para um Serviço Nacional de Saúde mais forte quando se assinalam 40 anos sobre o SNS.

O primeiro-ministro decidiu gravar o discurso fora do gabinete (numa unidade de saúde recentemente inaugurada) para reforçar as palavras e ilustrar a prioridade que o Governo vai colocar nas questões da saúde.

Nas reações, as únicas da noite passada, o Bloco de Esquerda diz que faltaram ideias no discurso para concretizar as intenções anunciadas. Luís Fazenda não escondeu a deceção, esperava uma mensagem de Natal diferente, mais abrangente. O CDS lê nas palavras de Costa um reconhecimento do que correu mal na última legislatura, no que toca à saúde. Cecília Meireles acrescenta que fica à espera que as promessas se transformem em realidade.

Pode ouvir aqui, na íntegra, o discurso do chefe do Governo.

Ainda não sabemos o que pensa o Presidente da mensagem do primeiro-ministro, nem sabemos se Marcelo Rebelo de Sousa entende que António Costa responde às dúvidas e preocupações que levantou num texto publicado esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias. “Um Natal de preocupações e sobretudo de esperança”, é o título do artigo onde o Presidente da República levanta questões em relação ao adiamento de decisões importantes para os próximos anos e diz que também é preocupante a “concentração do debate público em pontos específicos, mais formais do que substanciais”.

Oficialmente, a mensagem tradicional do Chefe de Estado ao país está reservada para o primeiro dia do ano, mas Marcelo Rebelo de Sousa está, como em várias outras formas de exercer a presidência, a habituar os portugueses a rotinas e abordagens diferentes do que os anteriores costumes. E vai cumprindo outros rituais, como este registado pela SIC no dia de Natal. Um mergulho com direito a algumas palavras exclusivas.

Ainda o Natal

As mensagens da Igreja Católica. Começamos pelo Papa Francisco. Dois discursos a assinalar o nascimento de Jesus. A homília da noite de 24, e a missa na praça de São Pedro na manhã de 25. Mensagens contra a violência e em defesa dos direitos das crianças e dos migrantes. O Expresso cruzou as duas para lhe dar conta, na leitura do João Miguel Salvador, das maiores preocupações do Papa neste Natal de 2019.

O Cardeal Patriarca de Lisboa alertou para a forma como se celebra o Natal. Dom Manuel Clemente aponta como caminho o regresso ao “essencial” das celebrações, em contraste com “tanta festa”. A mensagem do Cardeal.

Não houve espírito de Natal no Rio de Janeiro. Desta quarta-feira, a notícia de que a sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, foi atacada com dois cocktails Molotov. Não houve vítimas, apenas danos materiais. As motivações colam-se à polémica em torno do especial de Natal da Porta dos Fundos onde Jesus é representado como uma personagem gay. Depois das violentas críticas, que envolvem ameaças de políticos (pode vir a ser desencadeada uma comissão parlamentar de inquérito), a madrugada da consoada foi tudo menos conciliadora. O ator que representa a personagem principal, Gregório Duvivier, já veio dizer que não é a violência que o trava porque é isso que quer quem ameaça e amedronta.

OUTRAS NOTÍCIAS

Está preparado para a gripe? É melhor acautelar-se. O Correio da Manhã diz que a gripe ataca Lisboa e o Algarve e que o número de casos vai aumentar até ao fim do ano e o Público acrescenta que há hospitais já abriram quase um terço das camas extra, sinal de que os casos estão a aumentar.

Na Operação de Natal da GNR já foram detidos mais de 160 condutores e registaram-se 6 mortos e 19 feridos graves em menos de uma semana (isto sem contar com o dia de ontem). Os números foram avançados pela SIC e vão ao detalhe de apontar para o registo de um acidente a cada 5 minutos. As contas da GNR só fecham a 5 de janeiro.

Acordo à vista. A Fertagus e o Estado português preparam-se, esta quinta-feira, para assinar o acordo de reposição do equilíbrio financeiro do contrato da concessão da travessia ferroviária na ponte 25 de abril. O entendimento implica uma extensão do acordo até 2024.

Um incêndio na baixa de Lisboa fez 5 feridos. Foi num restaurante de fast food e começou na conduta de um exaustor.

Dois mil euros por mês para dar estabilidade emocional ao marido. Assim mesmo, o “apoio” remunerado foi pago à mulher do banqueiro Licínio Pina, da Caixa de Crédito Agrícola. Agora, depois de uma denúncia anónima, deixou de o ser. A notícia tem destaque na edição de hoje do JN.

Foram dias de aflição, mas a chuva deu tréguas e ajudou à descida das águas no Mondego. O retrato é agora mais favorável aos residentes e agricultores, mas as terras podem permanecer alagadas durante meses. A dois dias da visita do Presidente da República, procuram-se soluções para um problema que persiste.

Em Londres, a rainha falou ao país no dia de Natal e o balanço do ano não soou propriamente a conto de fadas. Isabel II classifica o ano como tendo sido “acidentado”. Mas, para além das palavras, há um pormenor que chamou a atenção dos mais atentos. E não é favorável ao casal Harry e Megan.

Um disparo com reação imediata. O primeiro-ministro de Israel foi retirado de um comício da campanha para as primárias do Likoud após relatos de disparos iminentes de mísseis na Faixa de Gaza. Benjamin Netanyahu sabe daqui a uma semana se continua na liderança do partido.

A passagem de um tufão pelas Filipinas deixou um rasto de destruição que afeta milhares de pessoas. O Phanfone destruiu casas e linhas elétricas e impediu que cerca de 25 mil pessoas se deslocasse entre ilhas para as celebrações de Natal.

A quadra fica marcada por uma tragédia que vem de Espanha. Uma família inglesa, de férias em Málaga, perdeu o pai e 2 filhos numa piscina por causa de alegadas falhas no sistema de sucção. Para salvar a filha mais nova, saltaram para a água o pai e um dos irmãos. Nenhum se conseguiu salvar. Há uma investigação em curso, mas o hotel garante que cumpriu todas as regras.

Ronaldo e Messi em destaque… no Finantial Times. O jornal coloca os jogadores entre as 50 figuras da década e atribui-lhes mesmo a responsabilidade de terem sido determinantes na máquina de marketing global em que o futebol se transformou.

Ricardo Sá Pinto despediu-se do Sporting de Braga através de uma mensagem publicada nas redes sociais onde confirma que foi apanhado por uma situação inesperada. Na mensagem, que pode ler na Tribuna, o treinador não esconde que não contava com a dispensa.

FRASES

António Costa: “Há vários problemas para resolver no SNS. Compreendo bem a ansiedade daqueles que ainda não têm médico de família” – No discurso de Natal
Papa Francisco: “Não estejam à espera que a Igreja seja perfeita” – Na missa do Galo
Alex Telles: “Queremos vencer a Liga Europa” – Defesa do FC Porto ao JN

O QUE ANDO A LER

A minha escolha passa por uma revisitação de algumas sugestões de leitura que lhe temos feito chegar pela mão do Expresso. Não quero que lhe faltem ideias para os seus dias de pausa (ou tempos livres) antes do final do ano.

Começo pela mais recente. Se ainda não leu, não perca – na última edição da Revista – a entrevista a Tiago Rodrigues, Prémio Pessoa deste ano. Um homem da cultura, do mundo do teatro e da representação. “Aquilo que me anima é a faísca que se acende quando uma realidade de pedra bate numa pedra de ficção”. Um homem dos sete ofícios com os pés assentes na terra: “A cultura tem de ser tratada como um valor fundamental como a educação, a saúde, a habitação”. A espreitar.

A revista BLITZ Especial Melhores de 2019 está nas bancas. É um anuário completo em papel onde pode encontrar textos sobre Billie Eilish, Ornatos Violeta, Eddie Vedder, Bruce Springteen, IDLES e, obviamente, Nick Cave que faz a capa. Tudo isto e muito mais, como conta o Miguel Cadete no editorial. Para colecionadores! (por falar na Blitz, sabia que os amigos e família de Freddie Mercury continuam a receber presentes de Natal do cantor, 28 anos depois da sua morte? Espreite aqui em destaque no site).

Não passo ao lado do Novo Testamento. O Expresso convidou 24 personalidades de renome a escrever sobre parte da Bíblia Cristã. Pintores, fotógrafos, músicos, poetas, escritores, escultores e arquitetos. São textos ilustrados numa obra para crentes e não crentes. Com introdução de Henrique Monteiro, prefácios de Clara Ferreira Alves e Gonçalo Portocarrero de Almada.

Por fim, digo-lhe que tenho entre mãos o novo livro de Chico Buarque. Chama-se “Essa gente”, é o vencedor do Prémio Camões deste ano e é a história de um escritor decadente que, depois de uma grande obra, procura urgentemente uma nova inspiração. Não faltam elogios da crítica. O romance do músico que se fez escritor (ou terá sido ao contrário?) vai prender-me a atenção nos próximos dias.

Fico por aqui neste dia depois do Natal, espero que tenha tempo para respirar fundo antes do final do ano, que está ao virar da esquina.

Fique por perto para que nunca lhe falte a atualidade e as histórias do nosso Mundo. Nos sites do ExpressoTribuna ou da Blitz. O jornal sai depois de amanhã.

Tenha umas boas férias, se for caso disso. Tenha uma excelente quinta-feira!

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