O comentador da TVI fez uma
análise sobre a Cimeira do Clima que decorre em Madrid. No seu espaço habitual de
comentário no Jornal das 8 da TVI, Miguel Sousa Tavares destacou o
arranque da última semana da Cimeira do Clima COP25, em Madrid.
Classificando a semana passada
como uma fase de "denúncia" protagonizada por Greta Thunberg,
o comentador considerou que esta segunda-feira começa a fase de
"decisões", momento em "que as coisas se complicam".
Sousa Tavares começou
por destacar a intervenção da presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von
der Leyen, e sublinhou a importância da sua participação neste
encontro.
"Úrsula Von der Leyen vai
ter de apresentar [na próxima quarta-feira] o pacote Green Deal que já foi
aprovado pelo Parlamento Europeu", apontou recordando que este conjunto de
políticas verdes têm como objetivo caminharem para "além do que
foi acordado em Paris há três anos". Ou seja, um pacote que alcance a
"neutralidade carbónica em 2050".
O comentador apontou vários
obstáculos na União Europeia a estas medidas, dando como exemplo o caso da
Alemanha, país "que continua a ter grandes centrais a carvão". No
entanto, as resistências não se encontram apenas na Europa.
"A nível global, os
chineses já estão a retomar as suas centrais a carvão porque o crescimento
económico diminuiu e, por isso, precisam de meios produção mais baratos
(...) Já os EUA não vão apostar no carvão, mas vão desenvolver
novas explorações de petróleo, por exemplo", sustentou concluindo que
"aquilo que a Europa poupar não será poupado noutros lados".
Sobre Portugal, o escritor referiu
que o país poderá ratificar um eventual acordo no combate às alterações
climáticas que poderá levar a uma despesa anual de 700 milhões de
euros. Este dinheiro, que fará parte de um bolo de 90 mil milhões de
euros por ano da União Europeia, destina-se a ajudar os países mais pobres a
encontrar vias sustentáveis de desenvolver a economia.
"Qual é o partido
português que vai propor uma despesa de 700 milhões por ano para o combate às
alterações climáticas?"
O comentador conjeturou que
para se conseguir estes 700 milhões, o Governo teria de "cortar em algum
lado ou fazer um novo imposto". Posto isto, Sousa Tavares deixa a questão
no ar: "Os portugueses estão dispostos a um novo imposto para despoluir planeta?"
Mafalda Tello Silva | Notícias ao
Minuto
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