sábado, 6 de julho de 2019

Europa-Mercosul: o acordo de Recolonização


Nada assegura que o pré-compromisso de “livre” comércio assinado em 28/6 torne-se realidade um dia. Se assim for, haverá retrocesso secular. Felizmente, já se anuncia resistência — e não apenas na América do Sul

Antonio Martins | Outras Palavras | Imagem: Diego Rivera, A grande cidade de Tenochtitlán (1945)

Governos em final de mandato, ou precocemente enfraquecidos, são ainda mais propensos a atos espalhafatosos e imprudentes. Na sexta-feira (28/6), em Bruxelas, ministros do Mercosul e o presidente da Comissão Europeia (CE) anunciaram ter chegado ao que poderá ser, um dia, um acordo de “livre” comércio entre os dois blocos. No Brasil, o governo Bolsonaro, representantes das grandes transnacionais e a mídia conservadora comemoraram o fato, que julgam “histórico”. Não há, porém, nenhuma garantia de que os compromissos firmados entrarão em vigor um dia. O caminho para a aprovação final é longo e pedregoso. Os primeiros obstáculos já começaram a surgir – e vão muito além dos movimentos sociais e da “esquerda”. Mas se um dia prevalecer o que se tramou na cidade-sede da União Europeia (UE), haverá três consequências claras. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai cimentarão sua condição de produtores de bens primários vulgares, em condições sociais e ambientais cada vez mais precárias. Os direitos dos trabalhadores, a natureza e a pequena produção serão atingidos também na Europa. No lado dos ganhadores, estarão apenas as megacorporações e setores econômicos conhecidos por sua ação predatória, como o ruralismo brasileiro.

Três dias após a assinatura, o teor exato do compromisso firmado em Bruxelas permanece oculto – como para confirmar a falta de transparência do modelo de globalização atual. Mas algumas das bases vieram à tona, em comunicados e entrevistas. Como tornou-se costume em acordos assim, as cláusulas são de dois tipos. Uma parte trata propriamente de comércio; outra, em geral pouco debatida pelas sociedades, inclui normas muito mais amplas, que frequentemente alteram a ordem econômica, social e mesmo política dos países implicados.

Brasil | Militares num governo de opereta submetem-se a vexames


ENTREVISTA

"Os militares estão num governo de opereta. Eles se submeteram a constantes vexames" - diz pesquisador


Os estudos de João Roberto Martins Filho são a prova de que, no Brasil, os conflitos se repetem, nunca cessam. Quando ele iniciou o mestrado, nos anos 1970, o país estava sob domínio dos militares e, nas ruas, a oposição mais ruidosa emergia da ala estudantil. Na época jovem acadêmico e fã de História, Martins se interessou pelo tema e se debruçou sobre documentos, entrevistas e livros para entender os grupos de estudantes na ditadura militar. O resultado lhe rendeu tese de mestrado na Unicamp, mas o principal fruto que colheu foi o fascínio pelo plano de fundo da pesquisa: as disputas internas das Forças Armadas do Brasil, assunto pouco explorado na academia.

Nos anos seguintes, Martins Filho se tornou uma referência no tema. Foi ele que, no doutorado, refutou a ideia de que havia apenas dois grupos que explicavam o regime — o moderado, dos castelistas, e o linha-dura. Na sua tese, adotada até hoje por outros estudiosos, mostrou como as divisões internas nas casernas eram numerosas e complexas.

Hoje, 25 anos depois, o pesquisador se concentra em atividade similar, mas para tratar do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Com adaptações ao método de outrora — agora, além de pesquisas, leituras e conversas, também vasculha redes sociais — ele busca mapear os diferentes interesses entre os militares no poder. Suas conclusões não são animadoras: se, de um lado, o alto escalão do Exército que apoiou Bolsonaro na campanha não está feliz com o governo, de outro, o baixo escalão está insatisfeito com o próprio Exército. Para Martins Filho, não é difícil imaginar que, num cenário de extrema crise, Bolsonaro possa usar de sua influência entre os postos inferiores do Exército para provocar uma revolta, uma inquietação popular.

A percepção do pesquisador tem fundamento: o comportamento errático de Bolsonaro. No mês passado, quando enfrentava sua pior crise de popularidade e via protestos em massa contra os cortes na educação, o presidente apoiou manifestações favoráveis a seu governo que tinham como alvo pilares democráticos como a Câmara dos Deputados e o Superior Tribunal Federal. “Nada impede que, ao se sentir ameaçado, dentro da sua tradicional irresponsabilidade, o presidente também faça acenos para os escalões inferiores do Exército”, conta Martins Filho ao Intercept. “Seria um desastre. E essa possibilidade só existe porque o Exército, em vez de ficar profissionalmente fora da política, decidiu apoiar Bolsonaro.”

Martins Filho acredita que parte da tensão que vivemos agora se deve ao fato de que os militares — sobretudo o Exército — erraram ao voltar ao protagonismo da política. Hoje são oito representantes das Forças Armadas nos ministérios, número maior do que todos os governos da ditadura militar. Para ele, os militares endossaram, em nome do antipetismo, com o claro objetivo de afastar a centro-esquerda do poder, um candidato que, agora percebem, é despreparado para funções básicas do cargo. “Me parece que os militares entraram nesse projeto para criar uma imagem positiva entre a população, mas, na prática, foi um tiro pela culatra”, diz.

Pouco antes do regresso das Forças Armadas ao centro do poder, Martins Filho se concentrava em estudar práticas repressoras da ditadura. Professor titular da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, ele destrinchava a colaboração do governo da Inglaterra com o do Brasil para criar um aparelho de repressão com salas de tortura no Rio de Janeiro. Com espanto, viu, em 2015, políticos e eleitores de classe média celebrarem a figura do torturador Coronel Brilhante Ustra durante o rito que culminou o impeachment de Dilma Rousseff. Ali percebeu que era hora de mudar seu foco para o presente. “Ninguém pode dizer que a classe média não sabia quem era Bolsonaro”, fala Martins Filho. “Um homem capaz de elogiar tortura, de elogiar ditadura, de dizer que ia metralhar os petistas, expulsar os petistas do Brasil. Todo mundo sabia quem era esse homem. Uma vez eleito com 58 milhões de votos, continuou sendo quem era. E é nesse ponto que estamos.”

Conversei com Martins Filho por uma hora e meia no começo de junho. Ele falou da demissão do general Santos Cruz, da relação do governo com Mourão e outros generais e dos possíveis riscos que Bolsonaro representa à democracia.

Nazismo e o exército brasileiro: nada de muito novo no front


O papel do historiador, segundo Peter Burke, é de lembrar a uma sociedade aquilo que ela já esqueceu, seja propositalmente ou por força da ação do tempo. (GGN)

Diego Ramos | em GGN

Nesta semana a internet foi surpreendida com uma homenagem feita pela equipe de mídias sociais do exército brasileiro à memória de um oficial alemão morto aqui no Brasil durante uma ação de um grupo de luta armada. A surpresa em si não estava no fato dos militares terem aderido à “guerra ideológica” que vem ganhando força no país nos últimos anos, buscando provocar a oposição através de mensagens nas redes. Nada mais comum em tempos de governo Bolsonaro. O fato curioso é o passado do oficial Eduard von Westernhagen, membro do exército nazista e condecorado por Adolf Hitler. Essa mácula no currículo do oficial alemão foi o suficiente para que a opinião pública sensata desabasse sobre a cabeça dos responsáveis pela publicação, o próprio exército brasileiro.

O papel do historiador, segundo Peter Burke, é de lembrar a uma sociedade aquilo que ela já esqueceu, seja propositalmente ou por força da ação do tempo. A proximidade de parcela de nossa caserna com elementos pró-nazi não é nenhuma novidade. Por diversas vezes o exército brasileiro manteve algum grau de aproximação com partidários do Eixo. Generais germanófilos, oficiais colaboracionistas, simpatizantes do nazismo ou espiões nazistas de alguma forma se aproximaram dos militares e, numa conjugação de valores e ideias (autoritárias, principalmente), articularam seus interesses e impuseram sua vontade ao povo brasileiro. Vale ressaltar que não há uma equação que mostre que o passado de adesão às ideias nazistas torna aquela figura um nazista convicto. Existem uma série de fatores que podem explicar a adesão àquelas ideias, naquele momento. Mas essa talvez seja discussão para outro artigo. Neste momento vamos procurar nos ater aos exemplos clássicos onde militares e nazistas estiveram muito próximos, alguns casos em relações nada republicanas.

Falar de fascismo no Brasil

Faixa afixada na Universidade Federal do Rio de Janeiro
Vladimir Safatle [*]

Há o medo de certas palavras. Esse medo vem na maneira com que tentamos, até o limite, não utilizá-las. Porque seu uso acende alertas vermelhos, nos quebra a letargia de sentir que, por mais que nossa situação atual seja complicada, a vida corre. E corre com um correr de quem acaba por acertar seu passo, abaixar os gritos. Bem, não há palavra que nos leve mais a temer seu uso do que "fascismo". No entanto, é ela que se ouve de forma cada vez mais insistente quando se é questão da situação brasileira atual. Coloquemos então, de maneira direita e simples, uma questão que vários de nós já colocou a si mesmo: Estaria o Brasil caminhando para o fascismo?

Esta questão não se ouve apenas no Brasil. Ela se ouve na Itália, na Hungria , na Polónia, nas Filipinas. Esta confluência de semblantes perplexos a fazer o tour do mundo não é mero acaso. Ela indica uma fenda global que parece paulatinamente crescer, fenda por onde passaria a emergência de novas formas de governo com traços claramente fascistas.

Mas não seriam tais governos simplesmente "populistas"? Não é assim que se diz hoje, "governos populistas de direita"? Sim, é assim que se diz. Mas e se este uso extensivo do termo "populismo" fosse, na verdade, uma forma de não chamar de gato um gato? Pois talvez os chamamos de "populistas" para não dizer o que eles realmente são: governos nos quais uma certa concepção de 'estado total', uma forma explícita de implosão de qualquer possibilidade de solidariedade social com grupos historicamente vulneráveis, uma noção paranóica de nação e o culto da violência são a verdadeira tónica. Mas seria isto exatamente "fascismo"? E por que não falar em "populismo", neste caso?



Uma vitória mais para a cultura de inteligência bolivariana! - Martinho Júnior



Um a um, os redutos mais radicais da oligarquia venezuelana clientelar do império da Doutrina Monroe estão a ser postos a descoberto nos seus propósitos mais retrógrados e mais perversamente antidemocráticos, por aqueles fiéis aos ideais de Simon Bolivar, de Hugo Chavez e da Pátria Grande que resolutamente optaram por um mundo emergente melhor!...

A inteligência popular abrangente e sequiosa de futuro, é parte intrínseca da essência duma revolução em marcha e vencedora de escolhos seculares que ainda hoje o império da hegemonia unipolar tenta semear no caminho das nações, dos estados progressistas emergentes e dos povos! (https://www.voltairenet.org/article201114.html).
Na Venezuela Socialista Bolivariana as forças progressistas que se aglutinam em torno do Presidente Nicolas Maduro, devem continuar a preparar-se intensamente para fazer face aos desafios que não cessam por parte dum império que de forma tão depreciativa ousa ainda desprezar a América Latina como se fosse seu próprio “pátio traseiro”!

01- Dizia eu na intervenção que fiz sobre a evolução na Venezuela, publicada a 10 de Junho no Página Global Blogspot, em jeito de introdução, o seguinte:

“Com toda a panóplia de meios ao seu dispor, as equipas de ingerência da hegemonia unipolar na Venezuela Socialista Bolivariana estão a perder o seu ariete de ocasião e com cada vez menos possibilidades de enfrentar, em relação a ele, as contramedidas que têm sido aplicadas por via do “Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional” pela Venezuela Bolivariana não só sobre ele, mas também sobre o ninho de cucos em que se transformou toda a clientelar oposição! (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/02/anatomia-da-intervencao-imperialista.html).

Não há grupúsculo algum de carácter neoliberal, por mais pintado que seja, capaz de sobreviver quando reduz a própria sensibilidade política aos preceitos dum cada vez mais alienado clube de empresários neoliberais!”… (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/06/guaido-de-cavalo-de-troia-cadaver.html).

Menos dum mês depois dessa minha intervenção, novos factos confirmam-na e reforçam-na: a 23 e 24 de Junho de 2019, mais um circuito do golpe permanente que o império tem distendido contra a Venezuela Socialista Bolivariana está a ser desmantelado, com um essencial de provas colectadas ao longo de 14 meses (56 horas de gravações realizadas por meios de inteligência infiltrados nos circuitos mercenários) disponíveis para levar os criminosos a tribunal!... (http://noticias.ciudadccs.info/presentaran-pruebas-vinculan-la-derecha-actos-desestabilizacion/).


Sanções, arma brutal de um império em apuros


Enfraquecidos diplomaticamente, EUA apelam a sua supremacia financeira e naval para submeter países “desobedientes”. Lista, pouco conhecida, inclui Irão, Venezuela e mais 18. Ilegal, ação mata dezenas de milhares — mas é ineficaz

Medea Benjamin e Nicolas J. S. Davies | Outras Palavras | Tradução: Simone Paz Hernández | Imagem: Butcher Billy

Enquanto segue sem resposta o mistério sobre quem foi responsável pela derrubada dos dois petroleiros no Golfo de Oman, está claro que o governo Trump vem sabotando os carregamentos de petróleo iraniano desde o dia 2 de maio, quando foi anunciada a sua intenção de “reduzir a zero as exportações de petróleo do Irã, privando o regime de sua principal fonte de renda”. O movimento teve como alvo a China, a Índia, o Japão, a Coréia do Sul e a Turquia, todas nações compradoras de combustível iraniano, que agora enfrentam as ameaças dos Estados Unidos, caso continuem a comprar. Os militares estadunidenses podem não ter explodido fisicamente os navios que carregavam petróleo iraniano, mas suas ações têm os mesmos efeitos e deveriam ser consideradas atos de terrorismo económico.

O governo Trump está também cometendo um assalto massivo ao petróleo, com a apreensão de $7 biliões de dólares de ativos de petróleo da Venezuela — impedindo que o governo de Maduro tenha acesso ao seu próprio dinheiro. De acordo com John Bolton, as sanções à Venezuela afetarão o equivalente a US$11 bilhões em exportações de petróleo em 2019. O governo Trump também ameaça as companhias de navegação que transportem petróleo venezuelano. Duas companhias, uma com base na Libéria e outra, na Grécia, já foram atacadas com penalidades por transportarem combustível da Venezuela para Cuba. Sem furos em seus navios, mas com sabotagem económica, no entanto.

Seja no Irão, na Venezuela, Cuba, Coreia do Norte ou qualquer um dos 20 países sob o castigo das sanções norte americanas, o governo Trump está utilizando seu peso económico para tentar pressionar mudanças de regime ou mudanças políticas importantes em países do mundo todo.


Global | O esclavagismo moderno com a cumplicidade dos políticos

Percentagem dos rendimentos do trabalho que vai para os 10% mais bem pagos. Em Portugal é cerca de 40%. (Fonte: OIT)
Existem os que consideram um exagero quando no panorama mundial - também em Portugal - fazemos referências à exploração selvagem e ao esclavagismo existente patrocinado pelos políticos e legisladores, em que são grandes grupos globais e económicos os negreiros da atualidade. A OIT, no seu estudo, agora divulgado, comprova-o mais uma vez e mostra a transparente realidade do atual esclavagismo moderno, onde os trabalhadores são as vítimas sem que os governos - ditos democráticos e humanistas - regulem as disparidades, imoralidades e injustiças que nos entram pelos olhos e conhecimento. Para além do que muito sentimos nos corpos e nas mentes. É o trabalho escravo a alastrar globalmente. E na Europa também. Sim, pois, na UE. Sim, pois, em Portugal. (PG)

Quem ganhava bem passou a ganhar mais, os que ganhavam mal passaram a ganhar menos

Um estudo da Organização Mundial do Trabalho conclui que as desigualdades entre quem ganha muito e quem ganha pouco aumentaram nos últimos anos. E, em Portugal, os trabalhadores viram diminuir a parcela dos salários no PIB

Se há 10% que recebem quase metade dos rendimentos do trabalho, aqueles que têm os salários baixos ficam apenas com 6,4% desse bolo. E cerca de 650 milhões de trabalhadores, ou seja, 20% dos que têm os salários mais baixos, ficam com menos de 1% da remuneração mundial. Aliás, os mais mal pagos precisariam de trabalhar mais de 300 anos para ganhar o mesmo que os mais bem pagos fazem num ano.

"Os mais mal pagos precisariam de trabalhar mais de 300 anos para ganhar o mesmo que os mais bem pagos fazem num ano"

A nível global, diminuiu a parte do investimento atribuído ao trabalho, de 53,7% em 2004 para 51,4 % em 2017. E, sublinha Steven Kapsos, da OIT, esta diminuição não acontece em todos os níveis salariais. "Os dados mostram que, em termos relativos, as melhorias dos ordenados mais altos são acompanhadas por perdas em todos os outros patamares", desde a classe média à classe baixa.


Portugal | Quando a prudência é cega


Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Já ocupei este espaço com uma abordagem do significado do uso das "contas certas" como bandeira política.

O princípio das "contas certas" - que à partida identifica um objetivo individual e coletivo honroso e responsável - surge-nos, amiúde, manipulado a favor de teses que pouco têm a ver com o bem comum. Os portugueses tiveram uma dura experiência no século passado, quando Salazar transformou o equilíbrio orçamental num desígnio nacional que se sobrepunha a tudo, inclusive ao desenvolvimento da sociedade portuguesa.

Na passada semana o ministro Mário Centeno e o Governo festejaram a obtenção de mais um recorde: um excedente orçamental de 0,4% do PIB no primeiro trimestre de 2019. Será que este resultado merece ser festejado? Numa pequena parte sim, no fundamental não.
Valorize-se esforços pontuais para redução dos encargos com a dívida e tudo o que possa significar dinamismo da economia, mas não esqueçamos que há graves problemas estruturais por resolver em múltiplos setores de atividade, públicos e privados. Entretanto, a situação muito difícil do setor da saúde e de outros serviços públicos não se resolve com meias-verdades ou manipulações na interpretação de números. Mário Centeno sabe que entre os valores orçamentados e os executados na saúde, como noutras áreas, há enormes distâncias; e o que conta para resolver problemas é o que em cada serviço se consegue executar a partir dos meios humanos e financeiros disponibilizados.


Portugal | Cavaco/Salgado: “Compadres” e execráveis manhosos


Um “esquema” que beneficiou Cavaco Silva em alegado financiamento para suporte da sua campanha eleitoral… “Nada ilegal”, dizem. Pudera, a sapiência de manhosos de alto calibre, os “furos” legislativos, as leis por “encomenda” pensadas e repensadas… O polvo em mais uma mostra na feira e desfile incontável dos manhosos daquela estirpe.

O “caso” está em investigação, se alguém espera que dê em alguma coisa recomendamos que se desiluda. Eles, aqueles, são bafejados pela impunidade execrável reservada àquela pestilenta classe. (PG)

Esquema do BES na campanha de Cavaco? Não houve nada "ilegal" nas contas

O diretor financeiro de Cavaco Silva na campanha às eleições presidenciais de 2011, considera que não houve nada de "ilegal" ou "menos transparente" nas contas daquela campanha, afirmou à Lusa.

O advogado referia-se a um alegado financiamento ilegal noticiado pela revista Sábado, segundo a qual o ex-Presidente terá beneficiado na campanha de "um esquema do Banco Espírito Santo" no valor de 253 mil euros, e que estará a ser investigado pelo Ministério Público.

O esquema basear-se-ia no financiamento através de cheques emitidos por altos responsáveis do BES, que depois teriam sido ressarcidos pelo próprio banco através de contas offshore, contornando assim a lei, que proíbe donativos de empresas. Os contributos individuais não podem exceder os 25600 euros e têm de ser feitos por cheque.


Portugal | O polvo… Sim, os ladrões. Esses tais que nos roubam os sonhos


Mário Motta | opinião

Bom dia. Seja bem-vindo(a) ao retomar de publicações a partilhar no Página Global. Aqui mesmo. Hoje é sábado… E aqui, nesta frase, lembramos o mestre Vinicius de Morais, após recorrermos ao jornal Expresso e fazer um apanhado daquilo que no conteúdo nos bateu logo na sua abertura e nos faz pensar e começar a pensar e a desconfiar com toda a pertinência nos males desta sociedade selvagem do capitalismo neoliberal. Coisas que revoltam até os fenecidos, quanto mais os que ainda respiram esta atmosfera de gangues de partidos políticos, da justiça, banqueiros, empresariado… E todos os outros que a plebe mete num saco vasto e a que chama “eles”. Sim, os ladrões. Esses tais que nos roubam os sonhos, as nossas vidas, a nossa dignidade, a mais valia que num trabalho escravo exploram-nos até à medula. O grande polvo.

Bom dia? Será? Existirão bons dias para os que são tão mal servidos por governos e associados capangas que rumam constantemente a lucros pessoais, de amigos e de corporações que acabam por serem os que interferem nas decisões governativas com a habitual receita de explorar e reprimir os oprimidos, o povo, os povos?


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