Jornal de Angola | editorial
Depois da assinatura do Tratado
de adesão à Zona de Livre Comércio continental, aos 21 de Março de 2018, na
Cimeira de Kigali, Ruanda, a União Africana deu mais um passo em frente com o
lançamento da fase operacional da referida zona, com o acto protagonizado em
Niamey, capital do Níger, durante a 12 ª Cimeira Extraordinária da União
Africana. A perspectiva do continente africano tornar-se num mercado único é o
culminar do sonho dos pais-fundadores da unidade africana que fizeram da agenda
política uma via para alcançar o referido desiderato.
O que hoje sucede, com uma agenda
mais económica, constitui uma excelente iniciativa cujos frutos são visíveis, a
julgar pelo papel dos blocos regionais. Tal como numerosas vozes sempre
defenderam, as organizações regionais que pugnam pela integração das economias
de África têm servido como exemplo inequívoco da viabilidade da Zona de Livre
Comércio continental. O que pais-fundadores da unidade africana pretendiam com
uma agenda política está a efectivar-se, hoje, com programas e estratégias
económicas.
Por isso, a efectivar-se a Zona de Livre Comércio continental representa também uma homenagem a figuras como Nkrumah, Nasser, Azikiwe, Touré, Lumumba, Neto, apenas para mencionar estes nomes cintilantes do nacionalismo pan-africanista.