A Plataforma Política das
Mulheres da Guiné-Bissau (PPM) congratula-se com a taxa de participação
feminina no novo Governo, que respeita a lei da paridade aprovada em 2018. Das
31 pastas, 11 são ocupadas por mulheres.
O novo Governo guineense liderado
por Aristides Gomes tem 31 pastas e onze delas são comandadas por mulheres. São
oito ministras e três secretárias de Estado, o que corresponde a 35% de
participação feminina no Executivo da Guiné-Bissau. Falta apenas um por cento
para atingir a lei da paridade aprovada pela Assembleia Nacional Popular (ANP),
que prevê uma taxa de participação de 36% das mulheres na esfera da tomada de
decisões.
Em conferência de imprensa esta
sexta-feira (05.07), a Plataforma Política das Mulheres da Guiné-Bissau (PPM)
chamou de "marco histórico" a inclusão de mais de uma dezena de
mulheres no novo Executivo. Silvina Tavares, presidente da organização, considera
uma conquista o elevado número de mulheres no Governo.
"A participação inédita das
mulheres neste novo elenco governamental não reside apenas na avaliação
numérica dos factos, mas sim, na qualidade e importância dos pelouros que lhes
foram confiados nesta nova etapa crucial para o processo de desenvolvimento inclusivo
que a Guiné-Bissau tanto almeja", disse a ativista. "A organização
considera um marco histórico a observância plena da paridade no que diz
respeito à atribuição de funções ministeriais, na qual se regista uma paridade
plena entre homens e mulheres, 50% por cada sexo."
Para Silvina Tavares, a inclusão
de um número aceitável das mulheres no Governo é uma mudança de paradigma em
relação ao passado, que foi caracterizado por discriminação contra pessoas do
sexo feminino.
"A Plataforma Política das
Mulheres felicita os partidos da maioria parlamentar pelo enorme esforço que se
traduz na mudança de paradigma em relação ao passado, caracterizado pela
discriminação infundada contra as mulheres na esfera de tomada de decisões. De
igual modo, o equilíbrio do género observado na composição do atual Governo
constitui um gesto de reconhecimento", finalizou.
Cidadãos satisfeitos
Ouvidos pela DW, os guineenses
mostram-se satisfeitos com a inclusão das mulheres no Governo. "É bom que
as mulheres também mostrem a sua participação positiva no desenvolvimento do
país", disse uma cidadã guineense, cuja opinião foi partilhada por outro cidadão:
"Isso não é um favor. É um direito e uma obrigação para que todos nós
estejamos em pé de igualdade".
Essa "é a forma mais viável
também das mulheres poderem mostrar as suas capacidades na tomada de
decisões", opinou uma professora entrevistada em Bissau pela reportagem da
DW.
Na Guiné-Bissau, as mulheres
constituem a maioria da população, 52%. Em novembro de 2018, o Parlamento
guineense aprovou a lei de paridade, que foi promulgada pelo Presidente da
República em dezembro.
Até antes da formação do novo
Governo guineense, várias organizações femininas do país ainda questionavam o
cumprimento da lei adotada pelos deputados, uma vez que na constituição da
lista dos partidos para o Parlamento, não houve o respeito pela mesma.
Iancuba Dansó (Bissau) | Deutsche
Welle
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