quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Guiné-Bissau | Vencedor da segunda volta depende de apoio dos derrotados


O vencedor da segunda volta das presidenciais guineenses vai depender de quem está em condições de reunir apoios de todos os candidatos derrotados na primeira volta, diz o analista político guineense Augusto Nhaga.

O analista político guineense Augusto Nhaga considera que na política tudo é possível, mas não tem dúvidas de que Umaro Sissoco Embaló poderá beneficar de algum mal estar entre o engenheiro Domigos Simões Pereria e os dois candidatos derrotados, nomeadamente José Mário Vaz e Nuno Nabiam.

Em entrevista à DW África, Augusto Nhaga diz que os dois candidatos que vão disputar a segunda volta das presidenciais conhecem os seus pontos fracos e fortes porque eram membros do PAIGC, até 2015.

O analista diz ainda que eles têm estilos políticos muito diferentes: um mais ocidentalizado e outro mais africanizado. Nhaga refere ainda que os votos na Guiné-Bissau se caracterizam-se pela crença no candidato e no partido e não tanto pela mensagem que eles difundem.

Querelas permanentes não valem a pena na Guiné-Bissau


O Presidente cessante, José Mário Vaz, sofreu um desastre na primeira volta das eleições na Guiné-Bissau. Para Johannes Beck, chefe da DW África, o resultado foi consequência da política pouco construtiva de Jomav.


José Mário Vaz, ou "Jomav", foi o primeiro Presidente da história da Guiné-Bissau a cumprir os cinco anos de mandato. Nenhum golpe, nenhuma guerra civil e também nenhuma doença forçaram uma saída antecipada, como aconteceu com todos os seus antecessores.

Mas Jomav perdeu o segundo recorde, a primeira reeleição de um Presidente em exercício desde a independência. Com 12,4% dos votos, só ficou em quarto lugar e ficou fora da segunda volta a 29 de dezembro.

Na minha opinião, Jomav é o único culpado pelo resultado desastroso que obteve. Durante o seu mandato, foi responsável pela instabilidade dos governos: nomeou sete e nove primeiros-ministros. Uma e outra vez, Jomav não manteve compromissos laboriosamente mediados pela CEDEAO, a Comunidade dos Estados da África Ocidental, colocando as animosidades pessoais acima dos interesses do seu país.

Macron exige aos aliados da NATO "maior envolvimento" na região do Sahel


O presidente francês Emmanuel Macron anunciou hoje estar disposto a rever as "modalidades de intervenção" da França no Sahel e pediu aos aliados "um maior envolvimento" contra "o terrorismo" na região, ao receber em Paris o secretário-geral da NATO.

"O contexto que estamos em vias de presenciar no Sahel conduz-nos hoje a encarar todas as opções estratégicas", declarou o presidente francês ao exigir "um maior envolvimento" dos seus aliados, três dias após a morte, referida como acidental, de 13 militares franceses da operação Barkhane, desencadeada na região do Sahel e do Saara em agosto de 2014 contra grupos armados salafistas jihadistas e na sequência das operações Serval e Épervier.

As conversações de hoje, no palácio do Eliseu, destinaram-se preparar a cimeira da NATO em Londres na próxima semana.

"Afirmo-o muito claramente, não basta o nosso compromisso com a segurança coletiva, temos de demonstrá-lo. Uma verdadeira aliança são atos, não palavras", referiu Macron em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, após o final da reunião.

Portugal | Membro fundador anuncia saída do Livre por "postura" onde não se revê


Miguel Dias, candidato do Livre pelo círculo de Setúbal nas últimas legislativas, vai desvincular-se do partido.

Numa altura em que se assistem a divergências internas no Livre, Miguel Dias, membro fundador do partido, anunciou, na terça-feira, que vai cortar o 'cordão umbilical' que o liga ao partido. O candidato do Livre pelo círculo de Setúbal nas últimas legislativas, justifica a saída por uma "questão de forma e de postura política" com a qual não se revê. Por sua vez, um porta-voz do partido, em declarações à TSF, recusa-se a confirmar se a saída está relacionada com a polémica.

Miguel Dias anunciou a saída do partido nas redes sociais, onde explicou que esta "não foi uma decisão fácil nem leviana. É emocionalmente complexa a decisão de abandonar o LIVRE, partido" que ajudou "a fundar" e ao qual esteve vinculado durante seis anos. "As razões para a minha saída foram explicadas internamente", vincou.

Esclareceu ainda Miguel Dias que os motivos que estão na base da sua saída "não estão relacionados com conteúdo", porque os seus "valores ideológicos e as ideias políticas continuam a condizer em larga medida com o defendido com o partido". A saída é motivada, isso sim, por "questão de forma e de postura política" na qual não se revê.

Portugal | Ainda não Chega?

Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Um mês depois dos novos partidos chegarem ao Parlamento, já deu para perceber que os vícios são velhos. Um partido que de Livre tem pouco e está preso por algemas a uma deputada em quem não confia e outro que de tão Liberal só mantinha a liderança se o Estado se dispusesse a pagar-lhe ordenado de deputado.

E o que dizer mais sobre o Chega? Como o partido é apenas o Ventura mais um punhado de ideias que adquiriu num catálogo internacional da extrema-direita, sobram as contradições entre o que ele é hoje e o que ele foi e defendeu num passado recente. Coisa pouca para quem se dispõe a votar no Ventura e lhe interessam apenas as ideias do catálogo.

Convencidos que estávamos com esta lufada de ar fresco e espírito democrático, com os eleitores a premiarem a novidade e a pluralidade, continuamos a desvalorizar o perigo que representa a besta à solta. E sim, estou a chamar besta ao Ventura, pelas ideias que ele anda a colocar na ventoinha. O Ventura como apareceu, haverá de desaparecer, mas aquelas ideias estavam bem fechadas em gavetas que agora nos dispusemos a abrir. Alguém acredita verdadeiramente que polícias e militares da GNR disponíveis para abraçar ideias xenófobas e racistas só passaram a existir com o doutor Ventura? É claro que não! Mas esta normalização, com o argumento de que todas as ideias devem ser discutidas, não tem nada de democrático. E elas continuarão à solta por muitos anos, ao serviço da conveniência de uns trafulhas que ganham sempre que o medo se instala na memória coletiva.

Portugal | Incumprimento e peixeirada à Joacine convida a pensar. Livra!


O Curto de hoje, no Expresso, vem com a cafeína virada para o pensamento, a meditação que nos pode fazer compreender o que a deputada Joacine Moreira, talvez do Livre, também deve pensar, porque não é dona do Livre mas sim deputada eleita pelas listas do Livre. O Livre elaborou e apresentou a sua base programática aos eleitores e eles votaram no Livre por isso mesmo.

Supostamente Joacine concordou com o programa (propostas) do partido Livre e só tem de cumprir com o prometido. E o prometido é devido. Por isso era devido Joacine, deputada eleita pelo Livre, aprovar a condenação, a reprovação, a Israel pelas suas ações desumanas contra a Palestina e o seu povo. Joacine não tem mandato pelos eleitores para se abster quando sabemos que Israel, para além de crimes de guerra, desrespeita quotidianamente os Direitos Humanos. Joacine não é proprietária do Livre nem vice-versa mas deve aos que a elegeram o cumprimento do programa elaborado pelo partido Livre, porque foi o que os atraiu e acreditaram que cumpriria. Não cumpriu. Enganou os eleitores. Não foi carne nem peixe. Foi podre. A sua abstenção significou um voto a favor de Israel porque não condenou o evidente – os crimes de guerra e a repressão dantesca exercida sobre o povo palestiniano, as ocupações intermináveis, etc.

“Joacine falhou e foi arrogante”, dirão ainda os que se sentiram ludibriados com o incumprimento e a abstenção-surpresa decidida por Joacine, quando afinal programaticamente o Livre, no manifesto eleitoral, promete bem escarrapachado que desaprova as ações e as políticas de Israel nas ocupações sistemáticas do território palestiniano e nas violações dos Direitos Humanos.

Joacine, ao abster-se e não reprovar Israel, foi falsa para os eleitores e levou o Livre a cometer essa falsidade, capturando-o num limbo de cumplicidade a contra-gosto. O Livre começa muito mal servido com uma deputada assim e nem será possível prever onde esta toada à Joacine vai descambar.

Acresce ainda a ‘peixeirada’ à Joacine. Pública, à rédea solta e a valer mexericos escusados e que a vão penalizar se não mudar de rumo e de postura.

Sobre o tema, David Dinis faz a abertura do Curto do Expresso. Convida-nos a pensar. Depois parte para outros horizontes. Vá nessa viagem pela atualidade. Vale.

Bom dia.

SC - PG

Portugal | “Senti nojo do assalto de André Ventura à manifestação” - PSP


“Senti nojo do assalto de André Ventura à manifestação”, diz o ex-dirigente sindical da PSP que denunciou racismo nas polícias

Manuel Morais, ex-vice-presidente do maior sindicato da PSP, esteve na manifestação dos polícias, mas a trabalhar. Afasta-se do Movimento Zero, cujo anonimato serve apenas para “os responsáveis se desresponsabilizarem”, e está preocupado com o que aí vem

Terem passado cinco dias* desde a manifestação de polícias não significa que ela tenha acabado. Depois de as autoridades terem revelado preocupações com a infiltração do Chega! no Movimento 0 (M0), que ficou com o papel principal do protesto organizado pelos sindicatos da PSP e da GNR, agora é Manuel Morais a sublinhar o alarme. Durante 30 anos vice-presidente da ASPP (Associação Sindical dos Profissionais da Polícia), o maior sindicato da classe, demitiu-se no ano passado após ter alertado, numa tese de mestrado, para a existência de racismo nas polícias. Desta vez, Manuel Morais esteve na manifestação, mas a trabalhar, o que lhe permitiu ver o protesto de fora. “Senti nojo. Houve um assalto de Ventura à manifestação, o que não é admiração para ninguém atento”, frisa ao Expresso. “Se este é o caminho, preocupa-me muito.”

Instado a comentar a notícia do Expresso sobre as ideias do Chega! estarem a ser bem recebidas entre muitos elementos da PSP e da GNR, muitos deles parte do M0, Manuel Morais não mostra surpresa. “Claro que estão. Os polícias sentem-se empolgados com estas ideias, que vão passando.” São elas “castigar mais quem comete um crime, culpar imigrantes, são as ideias que já todos conhecem”, elenca. E André Ventura “aproveita isto muito bem”. Manuel Morais vai pontuando a conversa com a frase: “falo apenas na condição de cidadão atento e preocupado”.

PIB é ilusão perversa, diz Nobel de Economia


O mal-estar social alastra-se, o colapso da Natureza avança e a democracia declina. Se ainda assim o termómetro que afere o “sucesso” das sociedades nos diz que tudo vai bem — então, é preciso trocá-lo por outro. Já há como fazê-lo

Joseph Stiglitz | Outras Palavras | Tradução: Marina Rebuzzi

O mundo enfrenta três crises existenciais: uma crise climática, uma crise de desigualdade e a crise da democracia. Seremos capazes de avançar sem ultrapassar os limites do planeta? A economia moderna poderá oferecer prosperidade compartilhada? As democracias resistirão, caso as economias fracassem? São questões críticas, e mesmo assim as medidas hoje aceitas para aferir o desempenho económico não dão absolutamente nenhum sinal de que podemos estar enfrentando problemas. Cada uma dessas crises reforça o fato de que precisamos de ferramentas melhores para avaliar o desempenho económico e o progresso social.

O índice padrão de desempenho económico é o Produto Interno Bruto (PIB), a soma dos valores de bens e serviços produzidos em uma região durante um período determinado. O PIB vinha crescendo ano após ano, até que veio a crise financeira global de 2008. Ela foi a ilustração categórica da deficiência das métricas comummente utilizadas. Nenhuma destas métricas ofereceu aos políticos ou aos mercados uma advertência de que algo estava errado. Ainda que alguns economistas astutos tenham se alarmado, as medidas padrão sugeriam que tudo estava bem.

Desde então, de acordo com a métrica do PIB, os EUA vêm crescendo um pouco mais devagar do que em anos anteriores, mas não há nada com o que se preocupar. Os políticos, olhando para os números, sugerem pequenas reformas ao sistema económico e prometem que tudo dará certo.

Na Europa, o impacto de 2008 foi mais severo, especialmente nos países mais afetados pela crise do euro. Mesmo assim, tirando os altos índices de desemprego, as métricas convencionais não refletem plenamente os impactos adversos das medidas de “austeridade”, nem a magnitude do sofrimento da população ou os impactos de longo-prazo em seus padrões de vida.

A próxima revolução americana? Agitação civil antecipada



Preparando-se para a guerra civil?

As autoridades americanas estão há décadas se preparando cada vez mais para distúrbios civis em massa resultantes de ataques governamentais e corporativos à sociedade americana. Podemos lembrar que, no início dos anos 80, o Estado Oculto lançou sua guerra aberta à classe média pela selvagem recessão induzida pelo FED e pela revogação unilateral do contrato social que existia desde 1946. 

Naquela época, o governo dos EUA já havia antecipado inquietação pública generalizada, esperando protestos em massa e tumultos, e havia feito os preparativos para lidar com eles na forma de campos de internamento. Em um sentido real, o governo havia se preparado para outra guerra civil.

Como a maior parte da "Grande Transformação", ela começou durante o reinado de Reagan com o que foi chamado de "Rex 84" , uma abreviação de Readiness Exercise 1984 , um plano do governo dos EUA para deter um grande número de cidadãos americanos em caso de agitação civil. Esse plano diretor envolveu o FBI, o Departamento de Defesa, o grupo Medidas de Emergência, o Serviço Secreto, a CIA e 34 agências governamentais.

Assessor descarta entrada da Ucrânia na OTAN: 'Não queremos conflito com a Rússia'


O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Robert O'Brien, rejeitou a ideia da Ucrânia se juntando à OTAN, o que poderia levar a organização a um conflito direto com a Rússia.

"Não acho que a OTAN como um todo seja atraente para aceitar a Ucrânia e entrar em conflito direto com a Rússia", declarou o alto funcionário dos EUA em um fórum de segurança no Canadá.

O'Brien enfatizou que "o Ocidente não quer um conflito com a Rússia" e "a OTAN foi fundada para evitar esse conflito".

Por outro lado, o consultor de Segurança Nacional dos EUA indicou que seu país continuará apoiando a Ucrânia em sua luta com a Rússia.

Moscovo declarou repetidamente que não faz parte do conflito interno ucraniano que eclodiu em 2014, após uma violenta mudança de governo.

Think tank alerta OTAN sobre 'inferioridade' britânica no campo de batalha contra Rússia


Relatório surge em meio a um conflito entre a França e o resto da aliança, que irrompeu depois de Macron questionar publicamente a relevância da OTAN.

Um think tank (organização de influência social e política), sediado em Londres, afirmou que as forças britânicas e da OTAN seriam completamente "ultrapassadas" em um eventual conflito com a Rússia.

O Instituto Real de Serviços Unidos (RUSI, na sigla em inglês), uma entidade britânica líder em questões de defesa e segurança, elaborou um relatório sobre as tendências da tecnologia de fogo e os efeitos destes sistemas em um futuro campo de batalha.

Uma anotação no site do RUSI afirma que "a crescente densidade e sofisticação do Sistema Integrado de Defesa Antiaérea da Rússia promete assaltar o apoio aéreo das forças terrestres da OTAN nas primeiras semanas de qualquer conflito de alta intensidade no Leste Europeu".

Se for esse o caso, as forças terrestres da OTAN teriam de contar com a força da sua artilharia, que neste momento tem "menos munições, alcance inferior e menos armas" se comparada à artilharia da Rússia, sugere o relatório.

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