sábado, 22 de fevereiro de 2020

Angola | A MAKA DOS MANUAIS ESCOLARES


Jornal de Angola | editorial

A preparação do ano lectivo, a cada ano, por parte das famílias e no que à aquisição de manuais escolares diz respeito, continua a ser um desafio muito ingente.

Todos os anos, as famílias são confrontadas com desafios enormes para a aquisição de manuais escolares em tempo oportuno, situação previsível e, por isso, passível de melhor solução antecipadamente, a cada ano lectivo. Sabemos todos das dificuldades que o parque gráfico do país enfrenta, mas mesmo contando com a eventual encomenda, como foi o caso desta vez com a produção de manuais na África do Sul, tudo isso pode ser antecipado.

Há dias, correram muitas informações desencontradas relacionadas com os manuais escolares, mas entre todas elas algumas foram e continuam a ser demasiado óbvias para serem ignoradas, nomeadamente a exiguidade dos mesmos para a população estudantil em todo o país, a distribuição em cima da hora, a especulação e quase ausência de determinados tipos de manuais.

As informações segundo as quais há manuais que chegam, disseminadas pelas autoridades que superintendem o sector da Educação e que por isso não devem ser adquiridos através de vendedeiras, contrastam claramente com a procura e necessidade das famílias em proporcionar manuais escolares aos seus educandos, conforme as solicitações das escolas.

O pior que podemos estar a testemunhar é o “jogo do empurra”, por via do qual, as instituições alegam, poderão ter razões para o efeito, que existam manuais quanto basta para a distribuição gratuita a todos os alunos e, por outro, as famílias a confrontarem-se depois com a realidade da escassez dos mesmos.

Se por um lado, as pessoas são instadas a denunciar a venda de materiais que, em princípio, são para a distribuição gratuita, como aliás consta da capa de cada manual, não se percebe a aparente inacção para com as vendedeiras. E, mais intrigante ainda, percebe-se muito pouco como é que essa rede de fornecedores às vendedeiras nunca é desmantelada ao ponto de inviabilizar que as pessoas que comercializam os manuais tenham essa margem de manobra.

A procura continua a ser maior que a oferta, razão pela qual continuamos com as distorções que notamos, relacionadas com a oferta de livros escolares, cujo processo de distribuição devia obedecer a regras mais rígidas. Se são livros de comercialização proibida, porque não se implementar medidas mais drásticas, como detenção e julgamento sumário, para todos quantos sejam autuados a vender livros escolares?

Por outro lado, há manuais que envolvem algumas particularidades que precisam de ser resolvidas com alguma urgência. Além de permanentemente exíguos, os manuais de língua estrangeira carecem de actualização do seu conteúdo que, relativamente a determinadas temáticas, encontram-se profundamente desactualizados. Há classes que, ainda em função dos manuais de língua estrangeira, são leccionadas com dois manuais ao mesmo tempo, desorientando os encarregados e alunos sobre que tipo especificamente de livro deverão adquirir, independentemente da ideia de complementaridade.

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