ONTEM EM LISBOA
Cerca de três centenas de pessoas
desceram hoje a Avenida da Liberdade, em Lisboa, para protestar contra a
"violência policial" e pedir justiça para a mulher alegadamente
agredida pela polícia na Amadora.
"Racismo e fascismo não
passarão" e "direitos iguais", foram algumas das palavras de
ordem proferidas pelos manifestantes, durante o percurso entre a rotunda do
Marquês de Pombal e o Rossio, sempre acompanhado por um forte contingente
policial.
Esta ação de protesto
foi convocada por vários movimentos e associações antirracistas, entre
elas o SOS Racismo, Instituto da Mulher Negra em Portugal,
Brutalidade Policial, Consciência Negra, Frente Antifascista, Djass -
Associação de Afrodescendentes.
Alguns deputados deslocaram-se ao
local de partida da manifestação para demonstrar a sua solidariedade, nomeadamente
Beatriz Dias (Bloco de Esquerda), Joacine Katar Moreira (eleita
pelo Livre) e Rita Rato (PCP).
Em declarações aos jornalistas, a
deputada bloquista afirmou que "os recentes casos envolvendo a PSP e
a comunidade africana não podem ficar sem resposta".
"É extremamente olhar para
eles como são. Casos de violência racista, na medida em que eles afetam de
uma forma bastante desproporcional pessoas provenientes das comunidades racializadas",
sublinhou Beatriz Dias.
Por seu turno, em declarações à
agência Lusa, a deputada eleita pelo Livre, Joacine Katar Moreira,
defendeu que a luta antifascista e racista "deve ser de toda a sociedade
civil e não apenas dos afrodescendentes".
"Queria apelar aqui a uma
maior participação, pois ainda é insuficiente", apontou.
Presente na manifestação esteve
também a mãe de Cláudia Simões, a mulher que foi detida há duas semanas na
Amadora pela PSP e que diz ter sido agredida por um polícia.
"O regime tem de mudar. A
minha filha não é um animal. Ela nem sequer consegue sair de casa. Só quero que
se faça justiça", afirmou, de forma emocionada, Maria Simões.
Além de Cláudia Simões, os
participantes neste protesto evocaram o nome de Giovanni Rodrigues, jovem cabo-verdiano que
perdeu a vida em Bragança, em dezembro do ano passado, e de Alcindo Monteiro,
assassinado em 1995 em Lisboa por um grupo de extrema direita.
A manifestação terminou no Largo
de São Domingos, na zona do Rossio, com intervenções de vários ativistas antirracistas,
não se tendo verificado quaisquer incidentes.
Notícias ao Minuto | Lusa
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