Jornal de Angola | editorial
Segundo uma nota do Instituto
Nacional de Estatística, citada pela Angop, hoje, a população desempregada com
15 ou mais anos, está estimada em 4.627.158 pessoas, uma realidade que vai
exigir do Executivo e dos seus parceiros a busca de soluções. Temos em Angola
uma taxa de desemprego que se estima em 31, 8 por cento de desempregados, uma
realidade muito complicada para uma economia emergente que luta pela
diversificação e aumento da produtividade.
Não nos podemos contentar com essa realidade, independentemente da condição em que nos encontremos porque, afinal, é o país e o seu povo que perde pelo facto de parte significativa da população continuar desempregada. Como tinha alertado um conhecido economista, com a elevada taxa de desemprego o país perde, ao nível do seu Produto Interno Bruto (PIB), valores na ordem dos cerca de 10 mil milhões de dólares. As perdas são tão elevadas que requerem da parte do Executivo, enquanto formulador e executor de políticas públicas e dos seus parceiros sociais, enquanto partes interessadas na criação das melhores oportunidades para franja da população desempregada, medidas e iniciativas consentâneas com o problema.
A realidade ligada às elevadas taxas de desemprego parece ter também uma relação directa com a informalidade a muitos níveis, razão pela qual importa encontrar as soluções para que esse problema não aumente as distorções socioeconómicas. Acreditamos que se trata de uma situação temporária, mas para a qual é preciso encontrar respostas urgentes e eficazes para contornar os seus efeitos.
Não faz sentido, com os actuais níveis de desemprego, que sejam combatidos empregos que subsistem e que podem ser encorajados a saírem do informal para, sob o manto da legalidade, existirem como entes reconhecidos pelo Estado e com os quais as instituições podem contar.
Afinal, o Executivo pretende contar também com os seus parceiros, quer sejam empreendedores, empresas, sindicatos para a busca das melhores soluções para se combater os elevados indicadores do desemprego. Dentro da sua agenda, com base no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, o fomento do emprego em todo o país é também uma responsabilidade, independentemente das atribuições do Executivo nesta matéria.
Todos são chamados a contribuir para reduzir os actuais níveis de desemprego em todo o país, preferencialmente passando pela defesa e protecção das diferentes formas de emprego, ainda que precários, em todo o país. Não faz sentido que se esteja eventualmente a dificultar as formas de emprego que existem no país que, mesmo na condição em que se encontram, precisam sempre de uma mão do Estado para a sua formalização. Acreditamos que uma das formas de contribuir para reduzir a taxa de desemprego começa ou passa, invariavelmente, pela preservação e incentivos das que existem e asseguram o ganha-pão de muitas famílias, muitas vezes mesmo no informal.
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