O Brasil tem 111 mortos e 3.904
infetados pelo novo coronavírus, tendo aumentado para 10 o número de estados
brasileiros a registar óbitos associados à covid-19, anunciou hoje o Ministério
da Saúde.
O país sul-americano registou um
aumento de 487 infetados nas últimas 24 horas, sendo que a taxa de
mortalidade da covid-19, de momento, é de 2,8% no Brasil.
A tutela da Saúde informou ainda
que 90% das vítimas mortais tinha acima de 60 anos e 84% apresentava pelo menos
um fator de risco.
Segundo os dados hoje divulgados,
10 das 27 unidades federativas do país (26 estados mais o Distrito Federal)
registaram óbitos devido ao novo coronavírus: Amazonas, Ceará,
Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
Todas as regiões do Brasil -
norte, nordeste, sudeste, centro-oeste e sul - têm mortes confirmadas pela covid-19.
Apesar do alcance geográfico do
vírus ter aumentado, São Paulo continua a ser o estado brasileiro mais afetado,
contabilizando 84 mortos e 1.406 infetados. Segue-se o Rio de Janeiro com
13 óbitos e 558 infetados.
Assim, o sudeste brasileiro, que
engloba São Paulo e Rio de Janeiro, é a região com o maior número de infetados,
totalizando 2.222 casos confirmados do vírus. No lado oposto está a região
norte do país, com 184 casos de infeção.
As previsões do Governo para o
próximo mês é de que a pandemia cresça no Brasil, com o ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a frisar a necessidade de
isolamento social para evitar o avanço da doença e para evitar a sobrecarga
hospitalar com outros tipos de atendimento.
"Quando nós mandamos parar
[a circulação de pessoas] diminuem acidentes, traumas e aumentam" as camas
livres das unidades de terapia intensivam referiu.
Segundo Luiz Henrique Mandetta,
"há informações de queda de até 30%, 40%, até 50% do nível de taxa de
ocupação" das camas que antes estavam a ser utilizados para pessoas politraumatizadas.
"Ou seja, mais um benefício
quando mandamos parar, além de diminuir a transmissão", disse o ministro.
Apesar das entidades de Saúde recomendarrem o
isolamento social, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem defendido
ao longo da semana que o país "não pode parar".
Na terça-feira, Jair Bolsonaro gerou
polémica junto da classe médica e política do Brasil ao pedir às autoridades
estaduais e municipais a reabertura de escolas e comércio, e o fim do "confinamento em
massa", de forma a evitar uma eventual "onda de desemprego".
O ministro da Saúde sublinhou que
o 'lockdown' (bloqueio, na tradução para português, e refere-se a protocolo de
emergência que geralmente impede a circulação de pessoas) pode vir a ser
necessário em algum momento, em alguma região do país, mas nunca em todo o
território brasileiro.
O Governo brasileiro proibiu,
desde hoje, e por 30 dias, a entrada no país de todos os cidadãos estrangeiros
por via aérea, de forma a travar a expansão do novo coronavírus à
escala global. A medida não impõe restrições ao tráfego de carga nos
aeroportos.
O novo coronavírus,
responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais
de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.
Dos casos de infeção, pelo
menos 130.600 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro,
o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da
Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais,
incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: Lusa
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