O caso suspeito do novo
coronavírus em investigação na ilha de São Vicente é um cidadão cabo-verdiano
que esteve num evento em Portugal com um caso de Covid-19 confirmado, disse
hoje o ministro da Saúde de Cabo Verde.
O anúncio foi feito pelo
governante, Arlindo do Rosário, numa declaração à imprensa ao início da noite
de hoje, no Hospital Dr. Baptista de Sousa, no Mindelo, ilha de São Vicente,
mas sem adiantar mais pormenores ou identificando a pessoa em questão, que já
se encontra internado e em situação "estável" naquela unidade
hospitalar.
O ministro da Saúde disse apenas
que o caso se enquadra nos requisitos para ser analisado e despistado como tal
e que a pessoa em causa esteve recentemente em Portugal, "num evento com
um caso" do novo coronavírus "confirmado" .
Este anúncio surge pouco depois
de o escritor cabo-verdiano Germano de Almeida ter confirmado à
comunicação social local que, devido à sua participação num festival literário
em Portugal juntamente com o escritor chileno Luís Sepúlveda,
diagnosticado com o novo coronavírus, iniciou, na ilha de São Vicente, um
período de quarenta, de forma voluntária.
O escritor cabo-verdiano, de 74
anos, vencedor em 2018 do Prémio Camões, regressou ao Mindelo no sábado, depois
de ter participado no festival literário Correntes d'Escritas, realizado
de 15 a 23 de fevereiro na Póvoa de Varzim.
Sem apontar nomes, o ministro da
Saúde disse apenas que a pessoa já "está internada" e que foi,
entretanto, sujeita a "uma bateria de exames".
"Vamos aguardar a
evolução", disse o ministro da Saúde, numa declaração sem direito a
perguntas e garantindo apenas que a prioridade do Governo de Cabo Verde é a deteção de
casos suspeitos.
"Contenção e resposta",
acrescentou Arlindo do Rosário.
A epidemia de Covid-19
provocada por um novo coronavírus, que teve origem na China, em dezembro de
2019, já infetou quase 90 mil pessoas em 67 países de cinco
continentes, das quais morreram 3.056.
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública
internacional e aumentou o risco para "muito elevado".
"A ideia é retardar ao
máximo possível a chegada do coronavírus no país", afirmou, na
sexta-feira, o primeiro-ministro, sobre o plano de emergência que foi ativado pelo
Governo, no valor de 700.000 euros, para lidar com a epidemia de Covid-19.
"Não é possível fechar as
fronteiras do mundo. Então, até que o controlo seja efetivo, temos de
estar preparados, sem dramatizar e criar alarmes oportunistas para tirar proveitos de
situações que atingem a globalidade do mundo", acrescentou Ulisses Correia
e Silva.
Preventivamente, o Governo cabo-verdiano já
suspendeu, por um prazo de três semanas, até 20 de março, mas que pode ser
prorrogado, todas as ligações aéreas de Itália, destino emissor de 30.000
turistas anuais para o arquipélago.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Reuters
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