Na segunda-feira à noite, Boris
Johnson pediu à população que evitasse o contacto social, entre outras medidas.
Uma mudança de planos, até aqui sem a tomada de medidas mais restritivas, que
coincide com a divulgação de um estudo que aponta para mais de 250 mil mortes
no Reino Unido, caso persistisse a estratégia tomada até agora.
As medidas preconizadas pelo
primeiro-ministro Boris Johnson vão no sentido da população evitar qualquer
contacto e deslocação “não essencial” e recomendou às pessoas idosas que se
isolem durante três meses.
São medidas menos radicais que as
adotadas pelos países vizinhos, não prevendo o encerramento de escolas,
restaurantes ou salas de espetáculos, nem mesmo a interdição de eventos. São,
no entanto, uma mudança face ao comportamento controverso adotado até aqui,
dizem os analistas. Até aqui, a estratégia era de isolar quem apresentava
sintomas ou que vinha de zonas de risco para aligeirar a pressão sobre os
serviços e favorecendo a emergência de uma “imunidade coletiva”.
De acordo com a imprensa
britânica, a mudança prende-se em partiular com um relatório do Imperial
College of London, apresentado também esta segunda-feira.
Os dados são dramáticos. No cenário de nada ser feito, estimava-se que até agosto o vírus infetasse 81% da população e provocaria 510.000 mortos.
Os dados são dramáticos. No cenário de nada ser feito, estimava-se que até agosto o vírus infetasse 81% da população e provocaria 510.000 mortos.
Com medidas mais fortes de redução de contactos, semelhantes aos anunciados na segunda-feira, esses números poderiam ser reduzidos a “alguns milhares ou dezenas de milhares” o número de mortos.
O facto de França ter também adotado medidas muito restritivas terá pesado ainda na mudança de atitude, refere o jornal Le Monde.
O relatório conclui que a “supressão é a única estratégia viável no momento atual”.
De acordo com o Imperial College, a principal dificuldade da nova estratégia será o tempo em que terá de estar implementada, até que esteja disponível uma vacina, o que pode demorar 18 meses.
O último balanço apontava para 55
mortos no Reino Unido e 1.543 casos. As autoridades reconheceram que o número
de casos real pode ser muito superior.
RTP | c/agência France Presse
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