Nas últimas 24 horas, foram
confirmados mais 320 casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim
epidemiológico da Direção-Geral da Saúde deste domingo.
Portugal já tem 1600 casos de
infeção pelo novo coronavírus. 320 deles foram confirmados nas últimas 24
horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), deste
domingo (22 de março). Desde que se começaram a registar os primeiros casos no
país morreram 14 pessoas e recuperaram cinco.
Há ainda 1152 pessoas a aguardar
o resultado das análises laboratoriais e 12562 contactos em vigilância pelas
autoridades de saúde.
Entre os casos confirmados
estão idosos de quatro lares: dois na região de Lisboa e Vale do Tejo e dois no
norte, indicou a ministra da Saúde, em conferência de imprensa, este domingo.
Dia em que foi noticiado o caso de um lar em Vila Nova de Famalicão, onde estão 33 doentes
apenas sob a responsabilidade da diretora técnica grávida e de uma enfermeira,
porque os restantes funcionários estão infetados ou de quarentena.
Marta Temido garantiu que os
utentes deste lar privado estão neste momento a ser testados para covid-19 pelo
INEM, mas deixou claro que não podem ser internados ou transferidos para outro
lado. "Não podemos deixar 33 pessoas só com dois colaboradores, mas deviam
ter pensado nisso antes. As IPSS têm de ter plano de contingência. Tinham de se
ter preparado para responder a este tipo de situações. Por exemplo, ter
profissionais de segunda linha, equipas a funcionar em espelho, turnos
rotativos semanais", referiu, apesar de reconhecer que muitas vezes não
existem meios.
A propósito do mesmo caso, a
diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que a situação terá de ser
avaliada pelo delegado de saúde local e a confirmar-se que os funcionários
estão doentes ou em risco terá de ser encontrada uma situação a nível local.
"Há respostas que têm de ser nacionais e há soluções que têm de ser
encontradas no seio da comunidade", disse. Esta será uma delas.
Em Portugal, a maioria dos
doentes apresentam sintomas ligeiros, por isso, estão a ser acompanhados a
partir de casa pelo seu médico de família ou por equipas de hospitalização
domiciliária, estratégia privilegiada de ora em diante, como explicou a
ministra da Saúde, no sábado, em conferência de imprensa.Do total de infetados, há 169
pessoas internadas no hospital, 41 estão em estado grave.
A região mais afetada do país
continua a ser o norte (825 casos, 5 morte), depois Lisboa e Vale do Tejo (534,
4 mortes). Seguem-se o centro (180, 4 mortes), o Algarve (35, uma morte), a
Madeira (7 casos), os Açores (4) e o Alentejo (5).
Relativamente aos novos dados
sobre a imunidade do vírus SARS-CoV-2, a diretora-geral da Saúde, Graça
Freitas, explicou que "tudo indica que há imunidade. O que nós ainda
não sabemos é a duração dessa imunidade. Nos futuros meses e anos teremos
de testar muitas pessoas para saber se essa imunidade é persistente".
Ainda durante a conferência de
imprensa de hoje, Marta Temido esclareceu que o aumento do preço do álcool e
das máscaras nas farmácias e noutros estabelecimentos comerciais está a ser
fiscalizado e que a fixação de preços pode vir a ser uma possibilidade. Apesar
de, quanto às máscaras, o apelo das autoridades de saúde se manter: estas só
devem ser utilizadas por doentes e por profissionais de saúde em contacto com
os infetados.
Novas regras a partir deste
domingo
O Decreto-Lei, aprovado pelo
Governo, que regula o estado de emergência entrou em vigor neste domingo. O
documento estabelece que podem permanecer abertos os estabelecimentos que
vendem bens essenciais (minimercados, supermercados, hipermercados, frutarias,
talhos, peixarias, padarias, lotas), a restauração no espírito do take a
way, serviços médicos, de apoio social, papelarias e algumas outras lojas de
bairro. Saiba quais aqui.
Já a lista que dita quem tem de
encerrar é mais longa e inclui discotecas, jardins zoológicos, pistas de
ciclismo e ainda campos de futebol ou rugby (só abertos para os atletas de alto
rendimento). Nem as máquinas de vending escapam ao encerramento
obrigatório. Fecham as portas todas os espaços que promovam atividades
recreativas, de lazer e diversão, atividades culturais, desportivas, espaços de
jogos e apostas, termas, spas e o espaço físico da restauração.
Número de infetados no mundo
ultrapassa os 300 mil
Desde o início da pandemia, que
surgiu no final do ano passado na China, já se registaram mais de 300 mil casos
de infeção pelo novo coronavírus no mundo inteiro. Foram notificados 313 415
cidadãos contagiados. Recuperaram 95 874 e morreram 13 202 pessoas.
O epicentro da doença está agora
na Europa, com Itália a aumentar exponencialmente todos os dias o número de
infetados e de mortos. O país tem 53 578 cidadãos doentes, sendo que foram
declarados 4 825 óbitos (mais 1500 que na China, onde entretanto, ao que tudo
indica, o surto foi controlado).
Também a Espanha se vê a braços
com a difícil tarefa de combater o covid-19. É o quarto país do mundo, segundo
na Europa com maior número de casos confirmados de covid-19: tem 28 572
infetados e 1 720 mortos. O que levou o chefe do Governo espanhol, Pedro
Sánchez, a propor a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, avançou
o diário espanhol El País.
Em Espanha, há pelo menos 1612
pessoas internadas nas unidades de cuidados intensivos, que ultrapassam a
capacidade dos hospitais, principalmente na capital, Madrid. A que se soma a
falta de recursos humanos para combater a pandemia. "Tenho mais angústia
do que medo, porque enfrentamos um inimigo invisível. Os recursos são limitados
e vai haver um momento em que teremos de escolher. "Tenho mais angústia do
que medo, porque enfrentamos um inimigo invisível. Os recursos são limitados e
vai haver um momento em que teremos de escolher", explica ao diário
espanhol Celia González, médica anestesista do Hospital de Cruces, em Bilbau. "Esta
é a guerra da nossa geração", diz.
Recomendações da DGS
Para que seja possível conter ao
máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar
os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que
demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos
(pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e
tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as
mãos).
Em caso de apresentar sintomas
coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as
autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar
para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
Rita Rato Nunes | Diário
de Notícias | Imagem: Boletim epidemiológico do dia 22 de março. © DGS
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